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03-03-2020
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ando à espera que me digam de que lado

virá o último pássaro a que darei sustento.

a minha borboleta já cá está há muito tempo.

chegou com o vento da noite

e trouxe-me um nome de árvore.

esperar não é pedir muito ,

nem obriga mão alguma

a dar lisura de afago

ao frio que rasga a face.

se alguém souber cantar, que não se acanhe.

eu gostava de ouvir, em voz, o que só o silêncio conhece.

esperar não é pedir muito, eu já o disse:

a solidão contenta-se com pão e água.

Emanuel Jorge Botelho

daqui

ando à espera que me digam de que lado

virá o último pássaro a que darei sustento.

a minha borboleta já cá está há muito tempo.

chegou com o vento da noite

e trouxe-me um nome de árvore.

esperar não é pedir muito ,

nem obriga mão alguma

a dar lisura de afago

ao frio que rasga a face.

se alguém souber cantar, que não se acanhe.

eu gostava de ouvir, em voz, o que só o silêncio conhece.

esperar não é pedir muito, eu já o disse:

a solidão contenta-se com pão e água.

Emanuel Jorge Botelho

daqui

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