Relances: Aparelho do PS com reservas ao casamento 'gay'

28-12-2019
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As distritais do PS não convivem bem com a proposta de legalização do casamento homossexual avançada por Sócrates.A contestação só não sobe de tom porque o autor é quem é .No fim de semana passado, Alberto Martins, líder parlamentar do PS, foi a Bragança apresentar a moção de José Sócrates ao próximo congresso do PS. Falou de uma das propostas-bandeira do documento, a legalização na próxima legislatura (2009-2013) do casamento entre pessoas do mesmo sexo. A audiência respondeu com um pesado silêncio.Mota Andrade, presidente da distrital, constatou ao DN uma evidência: "Não é dos assuntos mais apetecíveis para discussões entre os militantes do PS em Bragança."Vários dirigentes do aparelho admitem que a proposta do casamento homossexual é recebida no PS com bastantes reservas. Na verdade, só "passa" porque o autor é quem é: José Sócrates.É nos distritos com maior implantação da Igreja Católica que o constrangimento mais se sente. José Sócrates foi a Viseu apresentar a sua moção e não dedicou ao assunto um segundo que fosse. "Os militantes não têm achado o assunto prioritário", diz José Junqueiro, presidente da distrital. Em Viana do Castelo, Rui Solheiro constata as mesmas reservas. A sua esperança é que na campanha eleitoral o tema se torne "marginal": "Penso que a crise económica e o desemprego serão os temas principais e na altura os restantes serão temas marginais." Quem também não se quer alongar em comentários é André Bradford, coordenador da comissão permanente do PS/Açores, região onde a Igreja Católica continua a ter forte influência. O dirigente mostrou-se cauteloso. A proposta do casamento gay "não justifica para já uma reacção" do PS açoriano porque ainda "vai ser apreciada e votada pelo partido".Paulo Fonseca, líder do PS de Santarém, argumenta de forma semelhante: "Não considero oportuno pronunciar-me sobre o mesmo antes de existir uma posição oficial do partido".Na Madeira, João Carlos Gouveia aplaude, "mesmo que isso cause danos eleitorais". Mas garante que não fará dela tema principal da campanha na ilha. Outro bastião católico é Braga. Joaquim Barreto, líder da federação distrital, admite que ali a ideia pode ser "polémica". "As implicações que podem surgir serão, por certo, para todos os gostos. Receio algumas não aceitáveis, nomeadamente nos meios rurais conservadores". Ontem à noite Sócrates terminou, em Castelo Branco, a sua minitournée por seis federações do PS. No fim-de-semana será reeleito em eleições directas. in DN com delegações e correspondentes


As distritais do PS não convivem bem com a proposta de legalização do casamento homossexual avançada por Sócrates.A contestação só não sobe de tom porque o autor é quem é .No fim de semana passado, Alberto Martins, líder parlamentar do PS, foi a Bragança apresentar a moção de José Sócrates ao próximo congresso do PS. Falou de uma das propostas-bandeira do documento, a legalização na próxima legislatura (2009-2013) do casamento entre pessoas do mesmo sexo. A audiência respondeu com um pesado silêncio.Mota Andrade, presidente da distrital, constatou ao DN uma evidência: "Não é dos assuntos mais apetecíveis para discussões entre os militantes do PS em Bragança."Vários dirigentes do aparelho admitem que a proposta do casamento homossexual é recebida no PS com bastantes reservas. Na verdade, só "passa" porque o autor é quem é: José Sócrates.É nos distritos com maior implantação da Igreja Católica que o constrangimento mais se sente. José Sócrates foi a Viseu apresentar a sua moção e não dedicou ao assunto um segundo que fosse. "Os militantes não têm achado o assunto prioritário", diz José Junqueiro, presidente da distrital. Em Viana do Castelo, Rui Solheiro constata as mesmas reservas. A sua esperança é que na campanha eleitoral o tema se torne "marginal": "Penso que a crise económica e o desemprego serão os temas principais e na altura os restantes serão temas marginais." Quem também não se quer alongar em comentários é André Bradford, coordenador da comissão permanente do PS/Açores, região onde a Igreja Católica continua a ter forte influência. O dirigente mostrou-se cauteloso. A proposta do casamento gay "não justifica para já uma reacção" do PS açoriano porque ainda "vai ser apreciada e votada pelo partido".Paulo Fonseca, líder do PS de Santarém, argumenta de forma semelhante: "Não considero oportuno pronunciar-me sobre o mesmo antes de existir uma posição oficial do partido".Na Madeira, João Carlos Gouveia aplaude, "mesmo que isso cause danos eleitorais". Mas garante que não fará dela tema principal da campanha na ilha. Outro bastião católico é Braga. Joaquim Barreto, líder da federação distrital, admite que ali a ideia pode ser "polémica". "As implicações que podem surgir serão, por certo, para todos os gostos. Receio algumas não aceitáveis, nomeadamente nos meios rurais conservadores". Ontem à noite Sócrates terminou, em Castelo Branco, a sua minitournée por seis federações do PS. No fim-de-semana será reeleito em eleições directas. in DN com delegações e correspondentes

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