PUXAPALAVRA: A saúde do regime democrático depende do estado dos partidos

02-09-2020
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A saúde do regime democrático depende do estado dos partidos

Luís Filipe Meneses levantou a velha questão da manipulação dos votos dos militantes pelos concorrentes que dominem o aparelho. Os media relatam que no PSD a falta de trasparência e capacidade de "chapeladas" se mantém desde do tempo de Sá Carneiro que então terá advertido contra tal situação. O mesmo se passará noutros partidos. Lembro-me de ouvir, já lá vão uns 10 anos, a explicação para a surpreendente protecção que uma importante figura do PS dispensava a um medíocre quadro distrital do aparelho pela sua importância na manipulação das fichas nas vésperas de eleições internas. Era o dono das fichas!

A par destas práticas e da aversão a métodos de transparência garantida há a sacrossanta fraude (crime) do financiamento dos partidos pela corrupção envolvendo os grandes negócios do poder central, os negócios médios das autarquias, o futebol, tudo aquilo que todos, em privado dizem saber e em sede judicial garantem rotundamente ignorar.

Os partidos são um dos principais pilares do Estado e do governo da nação. Se este pilar está podre (ainda que menos de década para década, estou em crer) mesmo que não envolva directamente a maioria dos agentes da política e creio que não envolverá, que esperar da saúde do regime democrático, da abstenção eleitoral e das expectativas dos cidadãos para com a política e os seus protagonistas?

A saúde do regime democrático depende do estado dos partidos

Luís Filipe Meneses levantou a velha questão da manipulação dos votos dos militantes pelos concorrentes que dominem o aparelho. Os media relatam que no PSD a falta de trasparência e capacidade de "chapeladas" se mantém desde do tempo de Sá Carneiro que então terá advertido contra tal situação. O mesmo se passará noutros partidos. Lembro-me de ouvir, já lá vão uns 10 anos, a explicação para a surpreendente protecção que uma importante figura do PS dispensava a um medíocre quadro distrital do aparelho pela sua importância na manipulação das fichas nas vésperas de eleições internas. Era o dono das fichas!

A par destas práticas e da aversão a métodos de transparência garantida há a sacrossanta fraude (crime) do financiamento dos partidos pela corrupção envolvendo os grandes negócios do poder central, os negócios médios das autarquias, o futebol, tudo aquilo que todos, em privado dizem saber e em sede judicial garantem rotundamente ignorar.

Os partidos são um dos principais pilares do Estado e do governo da nação. Se este pilar está podre (ainda que menos de década para década, estou em crer) mesmo que não envolva directamente a maioria dos agentes da política e creio que não envolverá, que esperar da saúde do regime democrático, da abstenção eleitoral e das expectativas dos cidadãos para com a política e os seus protagonistas?

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