Fénix Vermelha

11-12-2019
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Deputados do Bloco abandonam plenário da AR em protesto

A bancada do Bloco de Esquerda na Assembleia da
República abandonou o plenário da Assembleia da República e pediu a
realização de uma conferência de líderes extaordinária depois de o
primeiro-ministro se ter recusado a responder aos questionamentos da
deputada Catarina Martins. Alguns deputados do PS acompanharam os do
Bloco (em atualização).


Catarina Martins mostrou que o primeiro-ministro não cumpre a palavra e este calou-se. Foto de Tiago Petinga / Lusa

Confrontado pela coordenadora do Bloco com promessas feitas e não
cumpridas, Passos Coelho “amuou” e recusou-se por duas vezes a
responder. Catarina Martins lembrou a presidente da AR que é dever do
primeiro-ministro responder às questões dos deputados.

“Temos mesmo um problema de palavra”, disse Catarina Martins na sua
segunda intervenção. “Porque há cinco meses o PSD chegou aqui ao
Parlamento e disse 'Vamos reduzir os impostos às famílias'. E depois faz
um Orçamento que prejudica a vida das famílias. E agora o sr.
Primeiro-ministro vem fazer propaganda no seu Congresso e diz 'Ai, a
natalidade é importante!'.”

E sublinhou a coordenadora do Bloco: “O problema do debate político é que a sua palavra não vale nada”.

E concretizou a deputada: “Disse aqui que não podemos voltar ao nível
salarial e ao nível de pensões de 2011. Ou seja, o sr. primeiro-ministro
tem um problema de palavra e tem um problema constitucional. Porque os
cortes nos salários e nas pensões foram feitos durante estes três anos
sempre com a desculpa de que eram medidas pontuais por causa do programa
de ajustamento. Medidas pontuais durante a vigência da troika.” E
prosseguiu: “Foi isso que o sr. Primeiro-ministro veio cá dizer e agora,
afinal, desdiz. O que era pontual é afinal permanente.”
Problema constitucional

Catarina Martins lembrou que o Tribunal Constitucional autorizou cortes
nos salários e nas pensões porque eram transitórios. “E portanto o que o
sr. Primeiro-ministro vem cá dizer é que não só a sua palavra não vale –
o que era pontual é permanente – como quer ir contra a Constituição e
tornar permanente o que já lhe disseram que só podia ser transitório”.

E perguntou a Passos Coelho: “É no documento de estratégia orçamental
de 15 de abril que vamos ficar a conhecer a pancada mais forte que
prometeu no Congresso?”

Passos Coelho respondeu então, dirigindo-se à presidente da AR: “Dado o
valor que a minha palavra tem para a sra. deputada, ela não estará à
espera com certeza de nenhuma resposta.

Diante do silêncio, Catarina Martins prosseguiu: “Vejo queo sr.
primeiro-ministro, à falta de argumentos, prefere ficar calado”. 
Esquerda.net

Deputados do Bloco abandonam plenário da AR em protesto

A bancada do Bloco de Esquerda na Assembleia da
República abandonou o plenário da Assembleia da República e pediu a
realização de uma conferência de líderes extaordinária depois de o
primeiro-ministro se ter recusado a responder aos questionamentos da
deputada Catarina Martins. Alguns deputados do PS acompanharam os do
Bloco (em atualização).


Catarina Martins mostrou que o primeiro-ministro não cumpre a palavra e este calou-se. Foto de Tiago Petinga / Lusa

Confrontado pela coordenadora do Bloco com promessas feitas e não
cumpridas, Passos Coelho “amuou” e recusou-se por duas vezes a
responder. Catarina Martins lembrou a presidente da AR que é dever do
primeiro-ministro responder às questões dos deputados.

“Temos mesmo um problema de palavra”, disse Catarina Martins na sua
segunda intervenção. “Porque há cinco meses o PSD chegou aqui ao
Parlamento e disse 'Vamos reduzir os impostos às famílias'. E depois faz
um Orçamento que prejudica a vida das famílias. E agora o sr.
Primeiro-ministro vem fazer propaganda no seu Congresso e diz 'Ai, a
natalidade é importante!'.”

E sublinhou a coordenadora do Bloco: “O problema do debate político é que a sua palavra não vale nada”.

E concretizou a deputada: “Disse aqui que não podemos voltar ao nível
salarial e ao nível de pensões de 2011. Ou seja, o sr. primeiro-ministro
tem um problema de palavra e tem um problema constitucional. Porque os
cortes nos salários e nas pensões foram feitos durante estes três anos
sempre com a desculpa de que eram medidas pontuais por causa do programa
de ajustamento. Medidas pontuais durante a vigência da troika.” E
prosseguiu: “Foi isso que o sr. Primeiro-ministro veio cá dizer e agora,
afinal, desdiz. O que era pontual é afinal permanente.”
Problema constitucional

Catarina Martins lembrou que o Tribunal Constitucional autorizou cortes
nos salários e nas pensões porque eram transitórios. “E portanto o que o
sr. Primeiro-ministro vem cá dizer é que não só a sua palavra não vale –
o que era pontual é permanente – como quer ir contra a Constituição e
tornar permanente o que já lhe disseram que só podia ser transitório”.

E perguntou a Passos Coelho: “É no documento de estratégia orçamental
de 15 de abril que vamos ficar a conhecer a pancada mais forte que
prometeu no Congresso?”

Passos Coelho respondeu então, dirigindo-se à presidente da AR: “Dado o
valor que a minha palavra tem para a sra. deputada, ela não estará à
espera com certeza de nenhuma resposta.

Diante do silêncio, Catarina Martins prosseguiu: “Vejo queo sr.
primeiro-ministro, à falta de argumentos, prefere ficar calado”. 
Esquerda.net

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