Governo quer mais design na indústria

21-09-2020
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Investir no design para conseguir vender mais e vender mais caro. Este é o desafio que o secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, se prepara para lançar este semestre à indústria portuguesa em parceria com o Design Council do Reino Unido, uma entidade de referência a nível internacional no que toca à tomada de consciência e valorização do poder económico do design.

“Para muitas micro e pequenas empresas portuguesas que trabalham em sectores tradicionais, um dos fatores que mais pode contribuir para garantir que estão cá nos próximos dez anos, a vender mais e a vender mais caro, é a aposta no design”, defende João Vasconcelos ao Expresso.

Esta pode ser uma via rápida para a indústria portuguesa criar valor, seja para quem vende a outras empresas (b2b) ou ao consumidor final (b2c), em regime de subcontratação ou através de marca própria.

Quem já fez as contas foi o Design Council, que, na última década, trabalhou com mais de cinco mil micro, pequenas e médias empresas, em sectores tão diversos como a agricultura, a indústria, a construção, o retalho, os transportes e outros serviços. De facto, cada euro investido pelos empresários em design pode significar mais quatro euros nos resultados operacionais, mais cinco euros nas exportações e mais 20 euros no volume de negócios da empresa.

Ver para querer

Para chamar a atenção do tecido empresarial português para o retorno económico que este investimento pode gerar nos seus negócios, o secretário de Estado da Indústria quer passar já da teoria à prática.

Em parceria com o Design Council, o Governo vai escolher dois sectores emblemáticos da indústria portuguesa para lançar um programa de trabalho num conjunto de empresas selecionadas, de modo a demonstrar este potencial económico do design. A iniciativa deverá contar com o apoio do CEiiA, o centro de engenharia e desenvolvimento de produto sediado em Matosinhos, que tem contribuído para a inovação de grandes clientes dos sectores automóvel, aeronáutico ou da mobilidade inteligente, desde a Pininfarina à Embraer.

“Queremos que este seja o primeiro passo para uma estratégia nacional para introduzir mais design na indústria portuguesa. Não pode haver uma estratégia para a indústria que não inclua o design”, defende João Vasconcelos. Para o efeito, o secretário de Estado da Indústria vai criar um grupo de trabalho dentro do Governo em parceria com Fernanda Rollo, a secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que tutela as escolas de design. Também pretende fazer o levantamento das iniciativas que já existem e merecem ser apoiadas.

Um dos casos de sucesso é a Porto Design Factory, plataforma experimental de cocriação interdisciplinar do Politécnico do Porto, que já colabora com a Sonae, a Ikea e outras indústrias. Outro é a Universidade de Aveiro, incubadora de empresas como a BeeVeryCreative, que apostou no design para impressionar o mercado com a primeira impressora 3D portuguesa.

Enquanto principal instrumento de política pública do Governo, os fundos europeus do Portugal 2020 também deverão ser chamados a valorizar o design enquanto fator essencial de inovação nos sectores mais tradicionais da indústria portuguesa. “Um dos desafios desta estratégia é salientar, nos mecanismos de incentivos ao investimento das empresas, nomeadamente no Portugal 2020, a importância do design para o sucesso dos produtos e das empresas”, explica João Vasconcelos.

Fraqueza nacional

O calçado, o têxtil-lar ou a cutelaria são exemplos de sectores nacionais que já deram o salto para faturar mais através do design. Mas a esmagadora maioria do tecido empresarial ainda não está a tirar partido deste fator de competitividade.

Segundo o InnoBarometer 2016 — o inquérito que a Comissão Europeia realiza todos os anos para captar as tendências de inovação das empresas da União Europeia —, Portugal é o sexto Estado-membro a contar do fim no que toca ao investimento das empresas em design. Quando questionados sobre o papel do design, só 11% dos empresários portugueses respondem que este é um elemento central na estratégia da sua empresa, enquanto 18% dizem trabalhar pouco com design e 49% reconhecem que nem sequer o usam.

Investir no design para conseguir vender mais e vender mais caro. Este é o desafio que o secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, se prepara para lançar este semestre à indústria portuguesa em parceria com o Design Council do Reino Unido, uma entidade de referência a nível internacional no que toca à tomada de consciência e valorização do poder económico do design.

“Para muitas micro e pequenas empresas portuguesas que trabalham em sectores tradicionais, um dos fatores que mais pode contribuir para garantir que estão cá nos próximos dez anos, a vender mais e a vender mais caro, é a aposta no design”, defende João Vasconcelos ao Expresso.

Esta pode ser uma via rápida para a indústria portuguesa criar valor, seja para quem vende a outras empresas (b2b) ou ao consumidor final (b2c), em regime de subcontratação ou através de marca própria.

Quem já fez as contas foi o Design Council, que, na última década, trabalhou com mais de cinco mil micro, pequenas e médias empresas, em sectores tão diversos como a agricultura, a indústria, a construção, o retalho, os transportes e outros serviços. De facto, cada euro investido pelos empresários em design pode significar mais quatro euros nos resultados operacionais, mais cinco euros nas exportações e mais 20 euros no volume de negócios da empresa.

Ver para querer

Para chamar a atenção do tecido empresarial português para o retorno económico que este investimento pode gerar nos seus negócios, o secretário de Estado da Indústria quer passar já da teoria à prática.

Em parceria com o Design Council, o Governo vai escolher dois sectores emblemáticos da indústria portuguesa para lançar um programa de trabalho num conjunto de empresas selecionadas, de modo a demonstrar este potencial económico do design. A iniciativa deverá contar com o apoio do CEiiA, o centro de engenharia e desenvolvimento de produto sediado em Matosinhos, que tem contribuído para a inovação de grandes clientes dos sectores automóvel, aeronáutico ou da mobilidade inteligente, desde a Pininfarina à Embraer.

“Queremos que este seja o primeiro passo para uma estratégia nacional para introduzir mais design na indústria portuguesa. Não pode haver uma estratégia para a indústria que não inclua o design”, defende João Vasconcelos. Para o efeito, o secretário de Estado da Indústria vai criar um grupo de trabalho dentro do Governo em parceria com Fernanda Rollo, a secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que tutela as escolas de design. Também pretende fazer o levantamento das iniciativas que já existem e merecem ser apoiadas.

Um dos casos de sucesso é a Porto Design Factory, plataforma experimental de cocriação interdisciplinar do Politécnico do Porto, que já colabora com a Sonae, a Ikea e outras indústrias. Outro é a Universidade de Aveiro, incubadora de empresas como a BeeVeryCreative, que apostou no design para impressionar o mercado com a primeira impressora 3D portuguesa.

Enquanto principal instrumento de política pública do Governo, os fundos europeus do Portugal 2020 também deverão ser chamados a valorizar o design enquanto fator essencial de inovação nos sectores mais tradicionais da indústria portuguesa. “Um dos desafios desta estratégia é salientar, nos mecanismos de incentivos ao investimento das empresas, nomeadamente no Portugal 2020, a importância do design para o sucesso dos produtos e das empresas”, explica João Vasconcelos.

Fraqueza nacional

O calçado, o têxtil-lar ou a cutelaria são exemplos de sectores nacionais que já deram o salto para faturar mais através do design. Mas a esmagadora maioria do tecido empresarial ainda não está a tirar partido deste fator de competitividade.

Segundo o InnoBarometer 2016 — o inquérito que a Comissão Europeia realiza todos os anos para captar as tendências de inovação das empresas da União Europeia —, Portugal é o sexto Estado-membro a contar do fim no que toca ao investimento das empresas em design. Quando questionados sobre o papel do design, só 11% dos empresários portugueses respondem que este é um elemento central na estratégia da sua empresa, enquanto 18% dizem trabalhar pouco com design e 49% reconhecem que nem sequer o usam.

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