O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Rui Rio, tem vindo a ironizar, nas redes sociais, as críticas apontadas pelos vários quadrantes políticos, incluindo de dirigentes do seu próprio partido, ao acordo feito com o Chega para garantir a apoio parlamentar ao Governo Regional dos Açores, liderado por José Manuel Bolieiro.
Numa publicação feita esta manhã, no Twitter, Rui Rio questiona, ironicamente, quais as novidades desta quarta-feira sobre “o avanço do fascismo nos Açores”. “Alguma novidade especial?”, interroga.
https://twitter.com/RuiRioPSD/status/1326488274563706881
Ainda no Twitter, o líder social-democrata partilhou uma publicação do vice-presidente do PSD Salvador Malheiro onde se pode ler: “Já vimos este filme! Quando [Francisco] Sá Carneiro, [Diogo] Freitas do Amaral e [Gonçalo] Ribeiro Telles criaram a AD [Aliança Democrática], as reações foram muito parecidas com as de hoje”. A mensagem vem acompanhada de vários recortes de jornais da época, para lembrar o tempo em que o CDS-PP e o Partido Popular Monárquico (PPM) eram considerados “fora da lei” e de índole fascista.
https://twitter.com/RuiRioPSD/status/1326474260848799745
As duas publicações surgem depois de esta quarta-feira, o jornal “Público” ter revelado que, na carta enviada pelo Chega ao Representante da República nos Açores, Pedro Catarina, fica expresso que o acordo feito entre o PSD e o Chega é para toda a legislatura e pressupõe a viabilização de todos os Orçamentos do novo Governo Regional e o chumbo de todas as moções de censura que possam ser levantadas.
A notícia serviu para o Partido Socialista (PS) redobrar as suas suspeitas de que esteve em cima da mesa um acordo a nível nacional. “A carta (…) revela o que já se sabia: a existência de um compromisso nacional do PPD/PSD de que será apresentada no Parlamento uma proposta de revisão da Constituição tendo em vista uma ‘profunda reforma no sistema de justiça’ e uma reforma do sistema político”, referiu a comissão permanente do PS.
Por ter assumido esse “compromisso nacional” com o Chega, o PS acusa o PSD de estar a “dar o seu patrocínio político à normalização de propostas populistas, xenófobas e contra civilizacionais”. “Rui Rio e o PPD/PSD merecem uma severa censura política, quer por duplicidade com os Portugueses, quer por cumplicidade com a extrema direita xenófoba”, defendem os socialistas, numa posição partilhada com o Bloco de Esquerda e o PCP.
Várias personalidades de centro-direita, como o Miguel Poiares Maduro e José Eduardo Martins, do PSD, e Adolfo Mesquita Nunes e a deputada Ana Rita Bessa, do CDS-PP, assinaram também uma carta aberta onde recusam associações da direita com “forças da direita autoritária”. “É preciso deixar bem claro que as direitas democráticas não têm terreno comum com os iliberalismos”, escrevem.
Rui Rio insiste, no entanto, que o PSD não assumiu nenhum compromisso com o Chega a nível nacional e, numa publicação partilhada esta quarta-feira lembra que, em junho, o primeiro-ministro, António Costa, também foi acusado de ter negociado com o polémico primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, “para deixar cair a condicionalidade dos temas relativos ao estado de direito no recebimento dos fundos” europeus.
“Andam aí a falar disso. O que não dizem é que entre eles havia um cordão sanitário e uma linha vermelha”, lê-se na publicação partilhada pelo presidente do PSD.
https://twitter.com/RuiRioPSD/status/1326327765583491072
Nas redes sociais, também o líder do Chega, André Ventura, veio escrever uma mensagem idêntica à de Rui Rio, questionando se “hoje não há mais nada sobre o crescimento do terrível monstro do fascismo nos Açores”. “Ou sobre como a direita portuguesa não cessa de cruzar linhas vermelhas?”, acrescenta.
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O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Rui Rio, tem vindo a ironizar, nas redes sociais, as críticas apontadas pelos vários quadrantes políticos, incluindo de dirigentes do seu próprio partido, ao acordo feito com o Chega para garantir a apoio parlamentar ao Governo Regional dos Açores, liderado por José Manuel Bolieiro.
Numa publicação feita esta manhã, no Twitter, Rui Rio questiona, ironicamente, quais as novidades desta quarta-feira sobre “o avanço do fascismo nos Açores”. “Alguma novidade especial?”, interroga.
https://twitter.com/RuiRioPSD/status/1326488274563706881
Ainda no Twitter, o líder social-democrata partilhou uma publicação do vice-presidente do PSD Salvador Malheiro onde se pode ler: “Já vimos este filme! Quando [Francisco] Sá Carneiro, [Diogo] Freitas do Amaral e [Gonçalo] Ribeiro Telles criaram a AD [Aliança Democrática], as reações foram muito parecidas com as de hoje”. A mensagem vem acompanhada de vários recortes de jornais da época, para lembrar o tempo em que o CDS-PP e o Partido Popular Monárquico (PPM) eram considerados “fora da lei” e de índole fascista.
https://twitter.com/RuiRioPSD/status/1326474260848799745
As duas publicações surgem depois de esta quarta-feira, o jornal “Público” ter revelado que, na carta enviada pelo Chega ao Representante da República nos Açores, Pedro Catarina, fica expresso que o acordo feito entre o PSD e o Chega é para toda a legislatura e pressupõe a viabilização de todos os Orçamentos do novo Governo Regional e o chumbo de todas as moções de censura que possam ser levantadas.
A notícia serviu para o Partido Socialista (PS) redobrar as suas suspeitas de que esteve em cima da mesa um acordo a nível nacional. “A carta (…) revela o que já se sabia: a existência de um compromisso nacional do PPD/PSD de que será apresentada no Parlamento uma proposta de revisão da Constituição tendo em vista uma ‘profunda reforma no sistema de justiça’ e uma reforma do sistema político”, referiu a comissão permanente do PS.
Por ter assumido esse “compromisso nacional” com o Chega, o PS acusa o PSD de estar a “dar o seu patrocínio político à normalização de propostas populistas, xenófobas e contra civilizacionais”. “Rui Rio e o PPD/PSD merecem uma severa censura política, quer por duplicidade com os Portugueses, quer por cumplicidade com a extrema direita xenófoba”, defendem os socialistas, numa posição partilhada com o Bloco de Esquerda e o PCP.
Várias personalidades de centro-direita, como o Miguel Poiares Maduro e José Eduardo Martins, do PSD, e Adolfo Mesquita Nunes e a deputada Ana Rita Bessa, do CDS-PP, assinaram também uma carta aberta onde recusam associações da direita com “forças da direita autoritária”. “É preciso deixar bem claro que as direitas democráticas não têm terreno comum com os iliberalismos”, escrevem.
Rui Rio insiste, no entanto, que o PSD não assumiu nenhum compromisso com o Chega a nível nacional e, numa publicação partilhada esta quarta-feira lembra que, em junho, o primeiro-ministro, António Costa, também foi acusado de ter negociado com o polémico primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, “para deixar cair a condicionalidade dos temas relativos ao estado de direito no recebimento dos fundos” europeus.
“Andam aí a falar disso. O que não dizem é que entre eles havia um cordão sanitário e uma linha vermelha”, lê-se na publicação partilhada pelo presidente do PSD.
https://twitter.com/RuiRioPSD/status/1326327765583491072
Nas redes sociais, também o líder do Chega, André Ventura, veio escrever uma mensagem idêntica à de Rui Rio, questionando se “hoje não há mais nada sobre o crescimento do terrível monstro do fascismo nos Açores”. “Ou sobre como a direita portuguesa não cessa de cruzar linhas vermelhas?”, acrescenta.