Festa do Avante: Médicos de Saúde Pública alertam para riscos de “super disseminação” da Covid-19

01-09-2020
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O presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública (ANMSP) partilha da opinião da Direção-Geral de Saúde (DGS) que admite no seu parecer técnico sobre a Festa do Avante que existe um “risco real” de contágios durante a realização do evento que decorre de 4 a 6 de setembro no concelho do Seixal, distrito de Setúbal.

Ricardo Mexia alerta para efeitos de super disseminação decorrentes deste tipo de eventos e dá conta de que lotação máxima de 16.563 pessoas em simultâneo na Quinta da Atalaia, ultrapassa em muito as orientações europeias para eventos de massa que tinha, até agora, no topo da lista a França com um máximo de cinco mil pessoas.

“Existe um risco maior neste tipo de eventos de massa como o da Festa do Avante face às orientações europeias que existem para este tipo de eventos que podem condicionar efeitos de super disseminação e que até agora com este tipo de dimensão só a França tem previstos com maior dimensão da ordem das cinco mil pessoas”, alertou ao Jornal Económico o presidente da ANMSP.

Ricardo Mexia defende ainda que a DGS devia fixar orientações para eventos de massa a nível nacional e local de acordo com a sua dimensão, o que não existe, realçando que “somos o país que até agora vai ter um evento desta dimensão” como as mais de 16.500 pessoas que estão previstas estar na Festa do Avante mais do que triplicarem a lotação das cinco mil pessoas no mesmo espaço previstas nas orientações das entidades de saúde de países como a França para eventos de massa.

“Devia haver uma regra ou orientação que determinasse a condições sobre a forma de organização de eventos de massa consoante a sua dimensão tal como as orientações que existem para as diferentes áreas de atividade”, defende Ricardo Mexia.

Este responsável alerta: “já tivemos vários exemplos reais em Portugal como a festa de Lagos, entre outros, que correram bem”. Recorde-se que, no final de junho, a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve revelou 111 casos positivos para Covid-19 associados ao surto causado por uma festa com cerca de 200 pessoas em Odiáxere, no concelho de Lagos, entre os quais 19 crianças com idade igual ou inferior a nove anos.

O presidente da ANMSP considera que a Festa do Avante que se realiza no próximo fim de semana será “uma baliza, uma espécie de jurisprudência para outras entidades que queriam promover eventos deste tipo.

DGS reduz para metade lotação máxima pretendida na Festa do Avante

Depois de ter dito que não iria divulgar publicamente o relatório, a DGS liderada por Graça Freitas decidiu ontem divulgar as regras sanitárias para a Festa do Avante que ainda será alvo de uma vistoria prévia pelas autoridades de saúde.

A Direção-Geral de Saúde considera que existe um “risco real de que, durante o evento, circulem pessoas infetadas, com ou sem sintomas” no recinto que vai receber a rentrée comunista. O PCP queria ter 33 mil pessoas em simultâneo, as autoridades de saúde cortaram para metade a lotação máxima autorizada: 16.563 pessoas.

No parecer, que foi nesta segunda-feira, 31 de agosto, finalmente divulgado, a autoridade de saúde deixa o alerta: “a componente social subjacente ao evento, acarreta grande mobilidade dos participantes e comportamentos de proximidade, sendo a partilha tendencialmente inevitável, assim como a participação de membros de várias gerações, o que implica a potencial exposição de pessoas que pertencem a grupos mais vulneráveis ao vírus SARS-CoV-2”.

A festa está também limitada a uma lotação máxima de 16.563 pessoas em simultâneo, muito abaixo das 100 mil pessoas que habitualmente passam diariamente pelo recinto. Já o consumo de bebidas alcoólicas é permitido até às 20 horas, com as exceções a verificarem-se somente durante as refeições.

A DGS também estipulou um distanciamento físico de, pelo menos, dois metros entre pessoas, em todos os espaços do recinto, exceto se forem coabitantes.

O relatório também recomenda que todas as pessoas com mais de 10 anos de idade devem usar máscara em todo o recinto.

O evento organizado pelo PCP vai ter também uma área de isolamento para os casos suspeitos de Covid-19, segundo o parecer técnico da DGS divulgado por esta entidade.

“Se for detetado um caso suspeito (…) deve o mesmo ser acompanhado por um só trabalhador/colaborador para a área de isolamento, garantindo que ambos têm a máscara devidamente colocada e cumprindo os circuitos definidos no Plano de Contingência”, pode-se ler no documento.

“A(s) sala(s) de isolamento deve(m) ter disponível um kit com água e alguns alimentos não perecíveis, SABA, toalhetes de papel, máscaras cirúrgicas e acesso a instalação sanitária de uso exclusivo”, fixa a DGS.

Nestas situações “deve ser contactada, de imediato, a Autoridade de Saúde territorialmente competente, dando cumprimento às indicações recebidas” e “devem ser cumpridos os procedimentos definidos no Plano de Contingência e garantida a limpeza e desinfeção da área de isolamento”.

O presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública (ANMSP) partilha da opinião da Direção-Geral de Saúde (DGS) que admite no seu parecer técnico sobre a Festa do Avante que existe um “risco real” de contágios durante a realização do evento que decorre de 4 a 6 de setembro no concelho do Seixal, distrito de Setúbal.

Ricardo Mexia alerta para efeitos de super disseminação decorrentes deste tipo de eventos e dá conta de que lotação máxima de 16.563 pessoas em simultâneo na Quinta da Atalaia, ultrapassa em muito as orientações europeias para eventos de massa que tinha, até agora, no topo da lista a França com um máximo de cinco mil pessoas.

“Existe um risco maior neste tipo de eventos de massa como o da Festa do Avante face às orientações europeias que existem para este tipo de eventos que podem condicionar efeitos de super disseminação e que até agora com este tipo de dimensão só a França tem previstos com maior dimensão da ordem das cinco mil pessoas”, alertou ao Jornal Económico o presidente da ANMSP.

Ricardo Mexia defende ainda que a DGS devia fixar orientações para eventos de massa a nível nacional e local de acordo com a sua dimensão, o que não existe, realçando que “somos o país que até agora vai ter um evento desta dimensão” como as mais de 16.500 pessoas que estão previstas estar na Festa do Avante mais do que triplicarem a lotação das cinco mil pessoas no mesmo espaço previstas nas orientações das entidades de saúde de países como a França para eventos de massa.

“Devia haver uma regra ou orientação que determinasse a condições sobre a forma de organização de eventos de massa consoante a sua dimensão tal como as orientações que existem para as diferentes áreas de atividade”, defende Ricardo Mexia.

Este responsável alerta: “já tivemos vários exemplos reais em Portugal como a festa de Lagos, entre outros, que correram bem”. Recorde-se que, no final de junho, a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve revelou 111 casos positivos para Covid-19 associados ao surto causado por uma festa com cerca de 200 pessoas em Odiáxere, no concelho de Lagos, entre os quais 19 crianças com idade igual ou inferior a nove anos.

O presidente da ANMSP considera que a Festa do Avante que se realiza no próximo fim de semana será “uma baliza, uma espécie de jurisprudência para outras entidades que queriam promover eventos deste tipo.

DGS reduz para metade lotação máxima pretendida na Festa do Avante

Depois de ter dito que não iria divulgar publicamente o relatório, a DGS liderada por Graça Freitas decidiu ontem divulgar as regras sanitárias para a Festa do Avante que ainda será alvo de uma vistoria prévia pelas autoridades de saúde.

A Direção-Geral de Saúde considera que existe um “risco real de que, durante o evento, circulem pessoas infetadas, com ou sem sintomas” no recinto que vai receber a rentrée comunista. O PCP queria ter 33 mil pessoas em simultâneo, as autoridades de saúde cortaram para metade a lotação máxima autorizada: 16.563 pessoas.

No parecer, que foi nesta segunda-feira, 31 de agosto, finalmente divulgado, a autoridade de saúde deixa o alerta: “a componente social subjacente ao evento, acarreta grande mobilidade dos participantes e comportamentos de proximidade, sendo a partilha tendencialmente inevitável, assim como a participação de membros de várias gerações, o que implica a potencial exposição de pessoas que pertencem a grupos mais vulneráveis ao vírus SARS-CoV-2”.

A festa está também limitada a uma lotação máxima de 16.563 pessoas em simultâneo, muito abaixo das 100 mil pessoas que habitualmente passam diariamente pelo recinto. Já o consumo de bebidas alcoólicas é permitido até às 20 horas, com as exceções a verificarem-se somente durante as refeições.

A DGS também estipulou um distanciamento físico de, pelo menos, dois metros entre pessoas, em todos os espaços do recinto, exceto se forem coabitantes.

O relatório também recomenda que todas as pessoas com mais de 10 anos de idade devem usar máscara em todo o recinto.

O evento organizado pelo PCP vai ter também uma área de isolamento para os casos suspeitos de Covid-19, segundo o parecer técnico da DGS divulgado por esta entidade.

“Se for detetado um caso suspeito (…) deve o mesmo ser acompanhado por um só trabalhador/colaborador para a área de isolamento, garantindo que ambos têm a máscara devidamente colocada e cumprindo os circuitos definidos no Plano de Contingência”, pode-se ler no documento.

“A(s) sala(s) de isolamento deve(m) ter disponível um kit com água e alguns alimentos não perecíveis, SABA, toalhetes de papel, máscaras cirúrgicas e acesso a instalação sanitária de uso exclusivo”, fixa a DGS.

Nestas situações “deve ser contactada, de imediato, a Autoridade de Saúde territorialmente competente, dando cumprimento às indicações recebidas” e “devem ser cumpridos os procedimentos definidos no Plano de Contingência e garantida a limpeza e desinfeção da área de isolamento”.

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