Covid-19. É preciso mais tempo nas moratórias e mais dinheiro nas linhas de crédito, diz o BPI

21-04-2020
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O BPI já processou mais de 10 mil operações de crédito solicitadas pelas empresas ao abrigo das linhas garantidas pelo Estado e continuará a fazê-lo enquanto as linhas de apoio não estejam esgotadas. Mas o interesse pelos créditos bonificados não é igual entre as empresas que compõem o panorama empresarial português. Por isso, o banco sublinha que é preciso permitir que o empréstimo máximo por empresa, atualmente nos 2 milhões de euros, terá de aumentar.

Pedro Barreto, administrador do BPI, afirmou aos deputados da comissão de Orçamento e Finanças que o número de micro e pequenas empresas a solicitar financiamento ao abrigo das linhas de apoio garantidas pelo Estado "é muito superior ao das grandes empresas", lembrando que o limite de crédito é de 2 milhões de euros por empresa: "Não é por esta via que as grandes empresas se financiam".

Segundo o responsável do banco, poderá ser preciso aumentar este montante de financiamento máximo. Mas não só.

"Admito que venha a ser necessário mais montante nas linhas [de crédito bonificado, atualmente de 6,2 mil milhões de euros] e mais prazo nas moratórias, e também entendo que provavelmente nas linhas o montante máximo devia ser revisto em alta", declarou Pedro Barreto aos deputados, dizendo que o montante de 2 milhões por empresas é "pouco relevante" para uma "parte importante das empresas.

A moratória legal para o crédito à habitação estende-se até ao final de setembro, tendo um prazo de seis meses. Sobre este tema, os responsáveis do banco frisaram que não cobram "qualquer comissão excecional ou acrescida nestas moratórias": não há alterações de spread nem outro custo.

Burocracia aumentou, mas BPI recusa culpas

Confrontado com abusos por parte dos bancos no excesso de burocracias e pedidos de documentação não exigidos pelo protocolo das linhas criadas pelo Estado, o administrador fez questão de sublinhar que "o BPI só exige a informação que as sociedades de garantia mútua exigem" , que pediam dois documentos e, desde a semana passada, passaram a pedir nove documentos.

Esta manhã, na audição parlamentar da bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados, Paula Franco também alertou para o facto de a burocracia nestas linhas seremo excessivas, e sublinhou que não são só os bancos a pedir documentação a mais: as sociedades de garantia mútua são piores.

Banco assegura que custos são inferiores

Pedro Barreto explicou ainda que, entre a aprovação do banco e a aprovação da sociedades de garantia mútua, "o BPI consegue fazer chegar o dinheiro às empresas em 10 dias". E quando questionado quanto aos elevados custos dos empréstimos que chegam a taxas de 4%, o administrador do banco controlado pelo espanhol CaixaBank considerou que "a taxa de juro praticada pelo BPI fica muito abaixo daquele valor". Porém, não referiu qual a taxa mais baixa e a mais alta praticada pelo banco nos empréstimos garantidos pelo Estado. Aliás, o responsável do banco nem quis dizer qual o montante já emprestado pelo banco à luz destes créditos bonificados.

Questionado sobre se os montantes garantidos disponibilizados pelo Estado (cerca de 6,2 mil milhões de euros) são suficientes, Pedro Barreto apenas disse que a linha não está esgotada e, como tal, "é cedo para concluir que o dinheiro não é suficiente". Além disso, acrescenta que o Governo já deu a entender que está disposto a reforçar estas linhas e, se esta linha, esgotar poderá reforçá-la. Até agora, apenas a linha capitalizar, de 400 milhões de euros, esgotou.

A este respeito, o administrador exemplificou que, a par dos apoios protocolados com o Estado, o BPI tem apoios paralelos de curto prazo, a qual tem 4,6 mil milhões para apoiar as empresas e até agora "só estão usados 47% desate montante".

Banco demorou mais a desistir dos dividendos

Em relação aos dividendos, o administrador João Oliveira sublinhou que o atraso no recuo da distribuição dos 117 milhões ao CaixaBank se deveu ao facto de a decisão de pagamento estar já decidida. Por isso, recusa que tenha ido contra a recomendação do Banco Central Europeu (BCE) de suspender o pagamento desta remuneração aos acionistas – apesar de, depois da recomendação, o BPI ter dito que iria mesmo avançar com o pagamento (algo que só reverteu na semana passada).

“A questão não foi ir contra nenhuma indicação, mas tínhamos sido o único banco que tinha tomado a decisão formalmente. As outras não tinham tomado. O tempo que nós demorámos foi o tempo de conseguir organizar os órgãos próprios [para tomar a nova decisão]”, declarou João Pedro Oliveira.

O banco considera que a crise vai ter um impacto significativo. “A rentabilidade, obviamente, vai ser afetada”, disse. Por isso, sublinharam os administradores, é importante que o banco tenha uma gestão de risco adequada. Porque o Banco Central Europeu aliviou os rácios de capital, mas também disse que esse efeito é temporário. “Uma vez terminado [esse alívio], ou não utilizámos o buffer [essa almofada] ou vamos ter de ter aumento de capital”, resumiu João Pedro Oliveira.

O BPI fez-se representar no Parlamento com os administradores Pedro Barreto e João Oliveira Costa, virados para o lado comercial, não tendo estado presente o presidente executivo, Pablo Forero.

O BPI já processou mais de 10 mil operações de crédito solicitadas pelas empresas ao abrigo das linhas garantidas pelo Estado e continuará a fazê-lo enquanto as linhas de apoio não estejam esgotadas. Mas o interesse pelos créditos bonificados não é igual entre as empresas que compõem o panorama empresarial português. Por isso, o banco sublinha que é preciso permitir que o empréstimo máximo por empresa, atualmente nos 2 milhões de euros, terá de aumentar.

Pedro Barreto, administrador do BPI, afirmou aos deputados da comissão de Orçamento e Finanças que o número de micro e pequenas empresas a solicitar financiamento ao abrigo das linhas de apoio garantidas pelo Estado "é muito superior ao das grandes empresas", lembrando que o limite de crédito é de 2 milhões de euros por empresa: "Não é por esta via que as grandes empresas se financiam".

Segundo o responsável do banco, poderá ser preciso aumentar este montante de financiamento máximo. Mas não só.

"Admito que venha a ser necessário mais montante nas linhas [de crédito bonificado, atualmente de 6,2 mil milhões de euros] e mais prazo nas moratórias, e também entendo que provavelmente nas linhas o montante máximo devia ser revisto em alta", declarou Pedro Barreto aos deputados, dizendo que o montante de 2 milhões por empresas é "pouco relevante" para uma "parte importante das empresas.

A moratória legal para o crédito à habitação estende-se até ao final de setembro, tendo um prazo de seis meses. Sobre este tema, os responsáveis do banco frisaram que não cobram "qualquer comissão excecional ou acrescida nestas moratórias": não há alterações de spread nem outro custo.

Burocracia aumentou, mas BPI recusa culpas

Confrontado com abusos por parte dos bancos no excesso de burocracias e pedidos de documentação não exigidos pelo protocolo das linhas criadas pelo Estado, o administrador fez questão de sublinhar que "o BPI só exige a informação que as sociedades de garantia mútua exigem" , que pediam dois documentos e, desde a semana passada, passaram a pedir nove documentos.

Esta manhã, na audição parlamentar da bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados, Paula Franco também alertou para o facto de a burocracia nestas linhas seremo excessivas, e sublinhou que não são só os bancos a pedir documentação a mais: as sociedades de garantia mútua são piores.

Banco assegura que custos são inferiores

Pedro Barreto explicou ainda que, entre a aprovação do banco e a aprovação da sociedades de garantia mútua, "o BPI consegue fazer chegar o dinheiro às empresas em 10 dias". E quando questionado quanto aos elevados custos dos empréstimos que chegam a taxas de 4%, o administrador do banco controlado pelo espanhol CaixaBank considerou que "a taxa de juro praticada pelo BPI fica muito abaixo daquele valor". Porém, não referiu qual a taxa mais baixa e a mais alta praticada pelo banco nos empréstimos garantidos pelo Estado. Aliás, o responsável do banco nem quis dizer qual o montante já emprestado pelo banco à luz destes créditos bonificados.

Questionado sobre se os montantes garantidos disponibilizados pelo Estado (cerca de 6,2 mil milhões de euros) são suficientes, Pedro Barreto apenas disse que a linha não está esgotada e, como tal, "é cedo para concluir que o dinheiro não é suficiente". Além disso, acrescenta que o Governo já deu a entender que está disposto a reforçar estas linhas e, se esta linha, esgotar poderá reforçá-la. Até agora, apenas a linha capitalizar, de 400 milhões de euros, esgotou.

A este respeito, o administrador exemplificou que, a par dos apoios protocolados com o Estado, o BPI tem apoios paralelos de curto prazo, a qual tem 4,6 mil milhões para apoiar as empresas e até agora "só estão usados 47% desate montante".

Banco demorou mais a desistir dos dividendos

Em relação aos dividendos, o administrador João Oliveira sublinhou que o atraso no recuo da distribuição dos 117 milhões ao CaixaBank se deveu ao facto de a decisão de pagamento estar já decidida. Por isso, recusa que tenha ido contra a recomendação do Banco Central Europeu (BCE) de suspender o pagamento desta remuneração aos acionistas – apesar de, depois da recomendação, o BPI ter dito que iria mesmo avançar com o pagamento (algo que só reverteu na semana passada).

“A questão não foi ir contra nenhuma indicação, mas tínhamos sido o único banco que tinha tomado a decisão formalmente. As outras não tinham tomado. O tempo que nós demorámos foi o tempo de conseguir organizar os órgãos próprios [para tomar a nova decisão]”, declarou João Pedro Oliveira.

O banco considera que a crise vai ter um impacto significativo. “A rentabilidade, obviamente, vai ser afetada”, disse. Por isso, sublinharam os administradores, é importante que o banco tenha uma gestão de risco adequada. Porque o Banco Central Europeu aliviou os rácios de capital, mas também disse que esse efeito é temporário. “Uma vez terminado [esse alívio], ou não utilizámos o buffer [essa almofada] ou vamos ter de ter aumento de capital”, resumiu João Pedro Oliveira.

O BPI fez-se representar no Parlamento com os administradores Pedro Barreto e João Oliveira Costa, virados para o lado comercial, não tendo estado presente o presidente executivo, Pablo Forero.

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