João Oliveira: “As decisões do PCP não podem ser previstas segundo os critérios dos outros”

29-11-2020
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“Admito que num mundo em que tudo parece girar em torno de perceções artificiais seja mais difícil perceber quem se move por coerência.” Com comentadores, analistas e até o Bloco de Esquerda na mira, João Oliveira, líder parlamentar do PCP, faz esta declaração ao Expresso na noite de quarta-feira, pouco depois de terminar a maratona de votações do Orçamento do Estado, que o PCP ajudou a viabilizar com uma abstenção na véspera do seu congresso (que decorre de 27 a 29). Coerência, asseguram os comunistas. Ou cálculo eleitoral de um partido a quem não convém provocar uma crise? Certo é que o PCP leva para o encontro do órgão máximo a viabilização de um Orçamento do PS, com uma convicção: aparecer ao lado do Governo na fotografia não é uma desvantagem para os militantes e eleitores, porque o PCP não pode ser “avaliado ou previsto” segundo os critérios de outros políticos ou de comentadores, diz João Oliveira. Também se engana quem pensa que os comunistas se deixam influenciar pelas críticas graças à realização do congresso em pico de pandemia.

Há meia dúzia de meses, quase ninguém apostaria que o PCP deixaria este Orçamento passar: depois de votar contra o Orçamento suplementar em maio, as teses que o partido discutirá em congresso pareciam estabelecer um discurso de afastamento em relação ao PS, rejeitando a ideia de que o PCP teria sido uma força de apoio ao Executivo ou até uma peça de uma maioria parlamentar de esquerda. As leituras de comentadores e de outros partidos, inclusive no Bloco, eram de que os comunistas estavam fora da órbita orçamental, mas não era essa a análise que o próprio partido fazia.

“Admito que num mundo em que tudo parece girar em torno de perceções artificiais seja mais difícil perceber quem se move por coerência.” Com comentadores, analistas e até o Bloco de Esquerda na mira, João Oliveira, líder parlamentar do PCP, faz esta declaração ao Expresso na noite de quarta-feira, pouco depois de terminar a maratona de votações do Orçamento do Estado, que o PCP ajudou a viabilizar com uma abstenção na véspera do seu congresso (que decorre de 27 a 29). Coerência, asseguram os comunistas. Ou cálculo eleitoral de um partido a quem não convém provocar uma crise? Certo é que o PCP leva para o encontro do órgão máximo a viabilização de um Orçamento do PS, com uma convicção: aparecer ao lado do Governo na fotografia não é uma desvantagem para os militantes e eleitores, porque o PCP não pode ser “avaliado ou previsto” segundo os critérios de outros políticos ou de comentadores, diz João Oliveira. Também se engana quem pensa que os comunistas se deixam influenciar pelas críticas graças à realização do congresso em pico de pandemia.

Há meia dúzia de meses, quase ninguém apostaria que o PCP deixaria este Orçamento passar: depois de votar contra o Orçamento suplementar em maio, as teses que o partido discutirá em congresso pareciam estabelecer um discurso de afastamento em relação ao PS, rejeitando a ideia de que o PCP teria sido uma força de apoio ao Executivo ou até uma peça de uma maioria parlamentar de esquerda. As leituras de comentadores e de outros partidos, inclusive no Bloco, eram de que os comunistas estavam fora da órbita orçamental, mas não era essa a análise que o próprio partido fazia.

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