Iniciativa Liberal sugere que Tancos surgiu para tapar a tragédia dos fogos

02-01-2020
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O dia estava quente e o sol, a incidir diretamente no espaço reservado aos apoiantes da Iniciativa Liberal (IL), convidava a procurar a sombra. No jardim da Estrela, em Lisboa, cerca de 150 partidários da Iniciativa Liberal juntaram-se num fim de tarde animado por música, comida e bebida, garantida por voluntários do partido. Quando o sol começou a descer, subiram ao palanque — o coreto de frente para a entrada do jardim — Carlos Guimarães Pinto, presidente da IL, e João Cotrim Figueiredo, cabeça de lista por Lisboa (que escreve este sábado no Expresso).

“O Governo olhou para as mortes nos incêndios e só pensou: que golpe de teatro vamos inventar para não perder votos com isto? E apareceu Tancos”, disse Guimarães Pinto, interrompido pelos aplausos. “Como é que podemos ser governados por alguém assim?”. Ao contrário do que tem sido hábito até aqui, o líder do partido recorreu à própria biografia para explicar como se tornou “liberal”.

“Aos 10 anos, o Estado disse-me que eu tinha de ir para uma escola onde poucos chegavam à universidade, só porque vinha de uma das freguesias mais pobres do concelho de Espinho [Paramos].” E continuou: “Quando recebi o meu primeiro bónus, o Estado tirou-me metade. Emigrei, fiquei quase 10 anos fora. E conheci muita gente que dizia que nunca trabalharia num país assim.” Sem deixar de lançar farpas ao arco governativo. “Nestes 30 anos, ou não houve alternativa ao socialismo ou a alternativa foi sempre mais socialismo.” Para Carlos Guimarães Pinto, a prová-lo está o facto de “todos os partidos usarem a campanha para se mostrar disponíveis para ajudar o PS a formar Governo”. O único que recusou alianças com os socialistas foi o CDS, que, “mesmo assim, nas eleições da Madeira, se mostrou disponível”. Ao Expresso, o candidato da IL pelo Porto repetiu a ideia, com outras palavras: “estamos a caminho da ‘mexicanização’ do sistema”.

Parte da ação deste sábado não foi diferente do que tem sido desde o início, com um discurso centrado na “carga fiscal recorde”, na necessidade de um “partido verdadeiramente liberal na Assembleia da República” e no “combate ao caciquismo”. Além das bandeiras, também a criatividade comunicacional é marca de água do partido. Depois do contra-cartaz em que se lia “Com Primos” como resposta ao cartaz do lado, do PS, que dizia “Cumprimos”, colocados no Porto, veio o “Impostopoly”, no coração de Lisboa. Neste fim de tarde de sábado, os alvos não eram muito diferentes. António Costa, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa apareciam numa bomba de gasolina com um saco de dinheiro numa mão. Na outra, seguravam as mangueiras que deveriam servir para abastecer, não fosse o facto de as três terem a forma de armas, apontadas ao contribuinte.

“Esta é a campanha mais imaginativa de todas. E é a campanha que vai levar não um, mas dois ou três deputados da Iniciativa Liberal à Assembleia da República”, vaticinou Cotrim Figueiredo, no momento de maior entusiasmo da tarde. Como já tinha feito o líder do partido, nomeadamente na questão dos professores e do ensino, o cabeça de lista por Lisboa atirou aos sindicatos. “Vou pôr os meus óculos CGTP. Devem estar aqui 1500 pessoas”, ironizou, incentivando depois os gritos de “liberal, liberal” que vinham da plateia.

Carlos Guimarães Pinto reforçou a ideia, já deixada em ações anteriores, de que a ideologia não morreu. “Focamos muita atenção nas pessoas e não nas ideias. O que aconteceu em Portugal não aconteceu só por causa de José Sócrates, mas por causa das ideias dele.” Apesar das partilhas pessoais desta tarde, o líder da Iniciativa Liberal garante que não quer ser a cara do partido. “Já tive mais exposição do que gostaria. Somos um partido de ideias.”

O dia estava quente e o sol, a incidir diretamente no espaço reservado aos apoiantes da Iniciativa Liberal (IL), convidava a procurar a sombra. No jardim da Estrela, em Lisboa, cerca de 150 partidários da Iniciativa Liberal juntaram-se num fim de tarde animado por música, comida e bebida, garantida por voluntários do partido. Quando o sol começou a descer, subiram ao palanque — o coreto de frente para a entrada do jardim — Carlos Guimarães Pinto, presidente da IL, e João Cotrim Figueiredo, cabeça de lista por Lisboa (que escreve este sábado no Expresso).

“O Governo olhou para as mortes nos incêndios e só pensou: que golpe de teatro vamos inventar para não perder votos com isto? E apareceu Tancos”, disse Guimarães Pinto, interrompido pelos aplausos. “Como é que podemos ser governados por alguém assim?”. Ao contrário do que tem sido hábito até aqui, o líder do partido recorreu à própria biografia para explicar como se tornou “liberal”.

“Aos 10 anos, o Estado disse-me que eu tinha de ir para uma escola onde poucos chegavam à universidade, só porque vinha de uma das freguesias mais pobres do concelho de Espinho [Paramos].” E continuou: “Quando recebi o meu primeiro bónus, o Estado tirou-me metade. Emigrei, fiquei quase 10 anos fora. E conheci muita gente que dizia que nunca trabalharia num país assim.” Sem deixar de lançar farpas ao arco governativo. “Nestes 30 anos, ou não houve alternativa ao socialismo ou a alternativa foi sempre mais socialismo.” Para Carlos Guimarães Pinto, a prová-lo está o facto de “todos os partidos usarem a campanha para se mostrar disponíveis para ajudar o PS a formar Governo”. O único que recusou alianças com os socialistas foi o CDS, que, “mesmo assim, nas eleições da Madeira, se mostrou disponível”. Ao Expresso, o candidato da IL pelo Porto repetiu a ideia, com outras palavras: “estamos a caminho da ‘mexicanização’ do sistema”.

Parte da ação deste sábado não foi diferente do que tem sido desde o início, com um discurso centrado na “carga fiscal recorde”, na necessidade de um “partido verdadeiramente liberal na Assembleia da República” e no “combate ao caciquismo”. Além das bandeiras, também a criatividade comunicacional é marca de água do partido. Depois do contra-cartaz em que se lia “Com Primos” como resposta ao cartaz do lado, do PS, que dizia “Cumprimos”, colocados no Porto, veio o “Impostopoly”, no coração de Lisboa. Neste fim de tarde de sábado, os alvos não eram muito diferentes. António Costa, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa apareciam numa bomba de gasolina com um saco de dinheiro numa mão. Na outra, seguravam as mangueiras que deveriam servir para abastecer, não fosse o facto de as três terem a forma de armas, apontadas ao contribuinte.

“Esta é a campanha mais imaginativa de todas. E é a campanha que vai levar não um, mas dois ou três deputados da Iniciativa Liberal à Assembleia da República”, vaticinou Cotrim Figueiredo, no momento de maior entusiasmo da tarde. Como já tinha feito o líder do partido, nomeadamente na questão dos professores e do ensino, o cabeça de lista por Lisboa atirou aos sindicatos. “Vou pôr os meus óculos CGTP. Devem estar aqui 1500 pessoas”, ironizou, incentivando depois os gritos de “liberal, liberal” que vinham da plateia.

Carlos Guimarães Pinto reforçou a ideia, já deixada em ações anteriores, de que a ideologia não morreu. “Focamos muita atenção nas pessoas e não nas ideias. O que aconteceu em Portugal não aconteceu só por causa de José Sócrates, mas por causa das ideias dele.” Apesar das partilhas pessoais desta tarde, o líder da Iniciativa Liberal garante que não quer ser a cara do partido. “Já tive mais exposição do que gostaria. Somos um partido de ideias.”

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