'Impostopoly'. Cartaz da Iniciativa Liberal aponta armas ao líder das “taxas e taxinhas”

04-07-2020
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A partir desta quarta-feira, 25 de setembro, há um cartaz na Praça Duque de Saldanha, em Lisboa, que não se parece com nenhum outro. Na verdade, não é apenas um cartaz, são dois — o primeiro é feito nos moldes de sempre e o segundo é uma espécie de ‘atrelado’, onde se vê a figura de António Costa, de cartola na cabeça, como um “mago dos impostos”. A estratégia da Iniciativa Liberal (IL), um dos partidos que se apresenta pela primeira vez ao eleitorado numas legislativas, é precisamente essa. “Os pequenos partidos só têm uma forma de chamar a atenção: fazer diferente”, explica o presidente, Carlos Guimarães Pinto.

Manuel Soares de Oliveira, um dos 15 militantes que subiu a avenida Fontes Pereira de Melo para a inauguração do ‘Impostopoly’, vai mais longe: “O humor pode ser uma arma inteligente. E António Costa é o principal responsável pelas taxas e taxinhas que temos de pagar.” O ‘Impostopoly’, para onde o ‘mágico Costa’ aponta, é uma recriação do popular jogo de tabuleiro Monopoly, onde os jogadores passam por várias casas, compram-nas, vendem-nas e, no fim, alguém ganha. “Impostopoly: o jogo onde todos perdem” é todo um programa político. “Portugal está com uma carga fiscal recorde”, repete João Cotrim Figueiredo, ex-presidente do Turismo de Portugal e agora cabeça de lista do partido pelo círculo de Lisboa.

Todos admitem que falar de impostos, sistema fiscal e semelhantes não é o caminho mais curto para chegar aos eleitores. Mas a cartada é sempre essa: liberalizar, liberalizar, liberalizar. Na economia, sobretudo, mas também na política e nas questões sociais. Isso significa reduzir a quantidade de impostos e o valor a pagar por cada um deles. Em destaque no programa da IL aparece a taxa única de IRS (15% para todos) e a progressiva eliminação do IRC, que não é o único imposto que o partido acha que está a mais — o ‘Impostopoly’ apresenta 15. O jogador paga cada um deles e, quando não o faz, cai na casa da “cadeia”. “Os portugueses recebem uma carta da Autoridade Tributária (AT) e ficam em pânico. Isto depois de gastarem cerca de 180 horas [por ano] a cumprir obrigações fiscais”, avança Cotrim Figueiredo, perguntando: “Está a ver o que isso representa em termos financeiros e de tempo das famílias?”.

A esta hora estão todos a ver o cartaz e o atrelado. Há curiosidade, há comentários vindos de alguns carros, nem sempre em forma de elogio. É o preço a pagar por a IL ser um partido (um pouco) mais conhecido. Há um ano, tinha perto de 200 militantes, agora ascende a 600. “Como todos os novos partidos, somos mais de simpatizantes e votantes do que de militantes”, explica um deles, Rodrigo Saraiva. Há seis meses, para as eleições europeias, o partido tinha um orçamento de 25 mil euros. Agora, para as legislativas, tem o dobro. Mesmo assim, muito pouco face à concorrência.

Ali ao lado, a investir pela Duque de Loulé, segue uma comitiva do Aliança, outro dos novos e pequenos partidos, encabeçado por Santana Lopes. Ao contrário do ex-presidente da Câmara de Lisboa, o presidente da Iniciativa Liberal é novo nestas lides, mas diz que já aprendeu a não falar dos outros. Sabe só que “não há ninguém a ocupar o espaço do liberalismo em Portugal”. Carlos Guimarães Pinto é economista e admite que a política ainda tem muita novidade. “Estou a adaptar-me” às câmaras de televisão, às fotografias, à forma de falar. “As pessoas dizem que estão fartas de políticos, mas depois querem que nos comportemos como eles. Sei que não tenho a melhor dicção, sei que nem sempre correspondo a esse perfil. Mas Portugal precisa de ideias novas.”

O líder da IL repetiu algumas das que já tinha dado na terça-feira, perante uma plateia de estudantes, como a ideia da “geração perdida”, que é a sua, e a necessidade de um novo tempo. Com novas gerações? “Não segmentamos o nosso público alvo. Os eleitores da IL são liberais. Mas tenho a convicção de que metade dos nossos eleitores nas europeias não votaram noutras eleições ou não votariam naquela.” É uma questão de matemática. “Se há 60% de abstenção, há aí um espaço [para a IL].” Nem esquerda, nem assumidamente direita. “Somos liberais”, repete, e “vamos aos descontentes, aos descrentes, aos que não votam ou votam em branco, nulo.”

A ação de inauguração do ‘Impostopoly’ tinha começado mais abaixo, a meio da Fontes Pereira de Melo, onde há uma repartição de finanças. Ou, como lhe chamam na IL, uma repartição de “opressão fiscal”. À porta, João Cotrim Figueiredo interpelava os contribuintes, distribuía-lhes folhetos informativos. Por longos momentos, porém, ninguém entra ou sai do edifício da AT. “Veem? Já foram engolidos pelo sistema.”

A partir desta quarta-feira, 25 de setembro, há um cartaz na Praça Duque de Saldanha, em Lisboa, que não se parece com nenhum outro. Na verdade, não é apenas um cartaz, são dois — o primeiro é feito nos moldes de sempre e o segundo é uma espécie de ‘atrelado’, onde se vê a figura de António Costa, de cartola na cabeça, como um “mago dos impostos”. A estratégia da Iniciativa Liberal (IL), um dos partidos que se apresenta pela primeira vez ao eleitorado numas legislativas, é precisamente essa. “Os pequenos partidos só têm uma forma de chamar a atenção: fazer diferente”, explica o presidente, Carlos Guimarães Pinto.

Manuel Soares de Oliveira, um dos 15 militantes que subiu a avenida Fontes Pereira de Melo para a inauguração do ‘Impostopoly’, vai mais longe: “O humor pode ser uma arma inteligente. E António Costa é o principal responsável pelas taxas e taxinhas que temos de pagar.” O ‘Impostopoly’, para onde o ‘mágico Costa’ aponta, é uma recriação do popular jogo de tabuleiro Monopoly, onde os jogadores passam por várias casas, compram-nas, vendem-nas e, no fim, alguém ganha. “Impostopoly: o jogo onde todos perdem” é todo um programa político. “Portugal está com uma carga fiscal recorde”, repete João Cotrim Figueiredo, ex-presidente do Turismo de Portugal e agora cabeça de lista do partido pelo círculo de Lisboa.

Todos admitem que falar de impostos, sistema fiscal e semelhantes não é o caminho mais curto para chegar aos eleitores. Mas a cartada é sempre essa: liberalizar, liberalizar, liberalizar. Na economia, sobretudo, mas também na política e nas questões sociais. Isso significa reduzir a quantidade de impostos e o valor a pagar por cada um deles. Em destaque no programa da IL aparece a taxa única de IRS (15% para todos) e a progressiva eliminação do IRC, que não é o único imposto que o partido acha que está a mais — o ‘Impostopoly’ apresenta 15. O jogador paga cada um deles e, quando não o faz, cai na casa da “cadeia”. “Os portugueses recebem uma carta da Autoridade Tributária (AT) e ficam em pânico. Isto depois de gastarem cerca de 180 horas [por ano] a cumprir obrigações fiscais”, avança Cotrim Figueiredo, perguntando: “Está a ver o que isso representa em termos financeiros e de tempo das famílias?”.

A esta hora estão todos a ver o cartaz e o atrelado. Há curiosidade, há comentários vindos de alguns carros, nem sempre em forma de elogio. É o preço a pagar por a IL ser um partido (um pouco) mais conhecido. Há um ano, tinha perto de 200 militantes, agora ascende a 600. “Como todos os novos partidos, somos mais de simpatizantes e votantes do que de militantes”, explica um deles, Rodrigo Saraiva. Há seis meses, para as eleições europeias, o partido tinha um orçamento de 25 mil euros. Agora, para as legislativas, tem o dobro. Mesmo assim, muito pouco face à concorrência.

Ali ao lado, a investir pela Duque de Loulé, segue uma comitiva do Aliança, outro dos novos e pequenos partidos, encabeçado por Santana Lopes. Ao contrário do ex-presidente da Câmara de Lisboa, o presidente da Iniciativa Liberal é novo nestas lides, mas diz que já aprendeu a não falar dos outros. Sabe só que “não há ninguém a ocupar o espaço do liberalismo em Portugal”. Carlos Guimarães Pinto é economista e admite que a política ainda tem muita novidade. “Estou a adaptar-me” às câmaras de televisão, às fotografias, à forma de falar. “As pessoas dizem que estão fartas de políticos, mas depois querem que nos comportemos como eles. Sei que não tenho a melhor dicção, sei que nem sempre correspondo a esse perfil. Mas Portugal precisa de ideias novas.”

O líder da IL repetiu algumas das que já tinha dado na terça-feira, perante uma plateia de estudantes, como a ideia da “geração perdida”, que é a sua, e a necessidade de um novo tempo. Com novas gerações? “Não segmentamos o nosso público alvo. Os eleitores da IL são liberais. Mas tenho a convicção de que metade dos nossos eleitores nas europeias não votaram noutras eleições ou não votariam naquela.” É uma questão de matemática. “Se há 60% de abstenção, há aí um espaço [para a IL].” Nem esquerda, nem assumidamente direita. “Somos liberais”, repete, e “vamos aos descontentes, aos descrentes, aos que não votam ou votam em branco, nulo.”

A ação de inauguração do ‘Impostopoly’ tinha começado mais abaixo, a meio da Fontes Pereira de Melo, onde há uma repartição de finanças. Ou, como lhe chamam na IL, uma repartição de “opressão fiscal”. À porta, João Cotrim Figueiredo interpelava os contribuintes, distribuía-lhes folhetos informativos. Por longos momentos, porém, ninguém entra ou sai do edifício da AT. “Veem? Já foram engolidos pelo sistema.”

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