GLADIUS: 05/01/2016

22-06-2020
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Mário Nunes, o militar português que desertara da Força Aérea para se alistar numa milícia curda de combate ao auto-proclamado Estado Islâmico, terá sido morto por jiadistas na Síria.

Um familiar próximo contactou ontem a Secretaria de Estados das Comunidades Portuguesas (SEC), dando a confirmação do falecimento do jovem, notícia que terá recebido da própria organização a que Mário pertencia. E solicitando ajuda na documentação de trasladação.

O militar, que era natural de Portalegre e tinha agora 22 anos, desertou a Base Aérea 11, em Beja, Fevereiro do ano passado, para viajar para o Curdistão. O próprio dera conta, na sua página de Facebook, de que se alistara nas Unidades de Protecção Popular (YGP, na sigla curda), uma milícia armada que luta contra o "Estado Islâmico" e contra o regime sírio de Bashar al-Assad. Mário estivera em 2014 na Turquia e no Iraque, de onde trouxera, tatuada num braço, a inscrição "morte aos americanos", alegadamente para "despistar" a verdade: era contra o islamismo.

Meses depois, quando o jornal satírico francês "Charlie Hebdo" foi alvo de um atentado, manifestara revolta contra os islamitas e ameaçara que "um dia os matava a todos", contou na altura um colega ao JN. Em entrevista à Visão, Mário dissera então ser preferível "morrer a não fazer nada".

A notícia da sua morte só ontem foi oficialmente confirmada por um tio, que solicitou o apoio do Governo português para trazer o corpo de Mário para Portugal. Segundo fonte da SEC, o soldado vai ser transportado da Síria, onde morreu, para o aeroporto internacional de Sulaymaniyah, no Iraque. A trasladação só será possível depois da emissão de uma certidão de óbito na Síria, com a qual as autoridades portuguesas, através do Consulado de Nicósia (Chipre) e da Embaixada de Portugal em Abu Dhabi, poderão passar um certificado. "A família suportará as despesas e diz que não quer ir ao local reconhecer o corpo", adiantou a mesma fonte.

A morte de Mário Nunes gerou uma onda de consternação nas redes sociais, tendo sido já posta a circular uma petição online para a atribuição da Ordem da Liberdade ao militar português. "Cremos que Mário Nunes não só não é um traidor como é merecedor do reconhecimento e do louvor nacional", lê-se na petição, que adianta que aquela condecoração distingue "serviços relevantes prestados em defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação da pessoa humana e à causa da liberdade".

*

Fonte: http://www.jn.pt/mundo/interior/peticao-pede-condecoracao-de-portugues-morto-pelo-estado-islamico-5202416.html

* * *

Até se lhe pode aplicar algum correctivo póstumo por causa da questão legal da deserção, uma vez que é preciso deixar claro que a disciplina militar tem de ser mantida, mas que este indivíduo merece homenagem, isso merece, até porque, faço notar, o Estado Islâmico referiu-se mais de uma vez a Portugal como inimigo, pelo que a guerra a Portugal estava e está de algum modo declarada. 

A terra lhe seja leve, honra aos heróis. 

Para assinar a petição, aceder a esta página: http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT81354

Mário Nunes, o militar português que desertara da Força Aérea para se alistar numa milícia curda de combate ao auto-proclamado Estado Islâmico, terá sido morto por jiadistas na Síria.

Um familiar próximo contactou ontem a Secretaria de Estados das Comunidades Portuguesas (SEC), dando a confirmação do falecimento do jovem, notícia que terá recebido da própria organização a que Mário pertencia. E solicitando ajuda na documentação de trasladação.

O militar, que era natural de Portalegre e tinha agora 22 anos, desertou a Base Aérea 11, em Beja, Fevereiro do ano passado, para viajar para o Curdistão. O próprio dera conta, na sua página de Facebook, de que se alistara nas Unidades de Protecção Popular (YGP, na sigla curda), uma milícia armada que luta contra o "Estado Islâmico" e contra o regime sírio de Bashar al-Assad. Mário estivera em 2014 na Turquia e no Iraque, de onde trouxera, tatuada num braço, a inscrição "morte aos americanos", alegadamente para "despistar" a verdade: era contra o islamismo.

Meses depois, quando o jornal satírico francês "Charlie Hebdo" foi alvo de um atentado, manifestara revolta contra os islamitas e ameaçara que "um dia os matava a todos", contou na altura um colega ao JN. Em entrevista à Visão, Mário dissera então ser preferível "morrer a não fazer nada".

A notícia da sua morte só ontem foi oficialmente confirmada por um tio, que solicitou o apoio do Governo português para trazer o corpo de Mário para Portugal. Segundo fonte da SEC, o soldado vai ser transportado da Síria, onde morreu, para o aeroporto internacional de Sulaymaniyah, no Iraque. A trasladação só será possível depois da emissão de uma certidão de óbito na Síria, com a qual as autoridades portuguesas, através do Consulado de Nicósia (Chipre) e da Embaixada de Portugal em Abu Dhabi, poderão passar um certificado. "A família suportará as despesas e diz que não quer ir ao local reconhecer o corpo", adiantou a mesma fonte.

A morte de Mário Nunes gerou uma onda de consternação nas redes sociais, tendo sido já posta a circular uma petição online para a atribuição da Ordem da Liberdade ao militar português. "Cremos que Mário Nunes não só não é um traidor como é merecedor do reconhecimento e do louvor nacional", lê-se na petição, que adianta que aquela condecoração distingue "serviços relevantes prestados em defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação da pessoa humana e à causa da liberdade".

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Fonte: http://www.jn.pt/mundo/interior/peticao-pede-condecoracao-de-portugues-morto-pelo-estado-islamico-5202416.html

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Até se lhe pode aplicar algum correctivo póstumo por causa da questão legal da deserção, uma vez que é preciso deixar claro que a disciplina militar tem de ser mantida, mas que este indivíduo merece homenagem, isso merece, até porque, faço notar, o Estado Islâmico referiu-se mais de uma vez a Portugal como inimigo, pelo que a guerra a Portugal estava e está de algum modo declarada. 

A terra lhe seja leve, honra aos heróis. 

Para assinar a petição, aceder a esta página: http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT81354

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