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27-06-2020
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Assim como recebi, publico. - Apenas digo - SEM PALAVRAS!!!!!

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Lugares-chave da
Misericórdia são ocupados por militantes de PSD e CDS

Fazer as contas é tarefa
impossível, porque a instituição não fornece os dados mínimos. Mas os elementos
disponíveis indiciam que a dependência partidária da Santa Casa se tem vindo a
agravar. Daí os Milhões de prejuízos da Misericórdia!

Transparência

José
António Cerejo, Jornal Público, de 06/8/014

 “Os serviços (da Casa Santa?!) da Misericórdia
de Lisboa são controlados em grande parte, desde a posse de Santana Lopes,
em Setembro de 2011, por pessoas próximas do provedor e dos membros da sua
equipa, muitas delas com ligações directas ao PSD e ao CDS.

Não se trata
propriamente de uma novidade, visto que a SCML é gerida há muito, tanto pelo
PSD, como pelo CDS e pelo PS, numa lógica partidária.

Actualmente,
porém, e tanto quanto é possível avaliar, esta lógica ganhou peso dentro da
instituição.

A mesa,
composta pelo provedor, vice-provedor e três vogais, é, por via dos estatutos,
nomeada pelo primeiro-ministro e pelo ministro da Segurança Social.

Daí para
baixo, as fidelidades políticas e pessoais destacam-se tradicionalmente entre
os critérios de nomeação e contratação dos quadros e dirigentes.

Traçar um
retrato rigoroso da distribuição de poder em função dessas filiações não é,
todavia, tarefa fácil.

Desde logo
porque não há informação disponível e suficiente sobre quem faz o quê ao nível
das chefias e direcções da instituição. Tanto mais que, entre 2012 e 2013, o número dos seus dirigentes cresceu 23%, passando
de 190 para 233.

O PÚBLICO
pediu nos últimos meses informação detalhada sobre o assunto — atendendo a que a
SCML, ao contrário das restantes misericórdias do país, é tutelada pelo Estado,
mas não obteve resposta. Numa primeira fase, foi remetido para o site da
instituição, onde apenas apareciam os nomes de parte dos dirigentes de topo,
embora

alguns deles
não correspondessem a quem estava em funções. Recentemente, o site foi
actualizado, mas continuam a não constar do mesmo os nomes dos dirigentes
intermédios.

E, mesmo entre
os directores e subdirectores, há muitos que lá não estão, como os do
Departamento de Jogos, da direcção de aprovisionamento e da direcção dos
assuntos jurídicos.

Em todo o
caso, a consulta do site
e outros dados recolhidos indiciam que a situação
se agravou em relação ao mandato anterior, em que o provedor era o socialista
Rui Cunha.

Começando pela
mesa, além de Santana Lopes, dois
dos seus vogais são membros importantes do PSD: Helena Lopes da Costa, ex-deputada e ex-vereadora da Câmara de Lisboa, quando Santana era presidente; e Paulo Calado, ex-vereador em Setúbal e
sócio da sociedade de advogados Global Lawyers, criada por Santana Lopes.

No lugar de
vice-provedor está Paes Afonso,
um destacado militante do CDS que já integrou os seus órgãos nacionais. No
tempo de Rui Cunha, para lá dele
próprio, não havia outros socialistas
de relevo na cúpula da Misericórdia.

Por outro
lado, em lugares-chave encontram-se agora pessoas como Helena do Canto Lucas, directora de Gestão
Imobiliária, Irene Nunes Barata, directora de Aprovisionamento, e Teresa Paradela, subdirectora do Património, todas muito próximas do
provedor. A primeira entrou como jurista para a EPUL no mandato de Santana
Lopes na Câmara de Lisboae, em Setembro passado, integrou a lista do PSD à
Câmara da Figueira da Foz, da qual Santana foi presidente entre 1998 e 2002. É
casada com um advogado que partilhou com ela e com
Santana Lopes um escritório em Lisboa, além de ser sócio deste na imobiliária
Espaço Castilho.

A segunda foi
directora do Departamento de Apoio à Presidência da Câmara de Lisboa no mandato
de Santana. A terceira, além de arquitecta do quadro da câmara da capital, tem
sido candidata a vários órgãos
autárquicos em listas do PSD.

Entre os nomes
conhecidos como próximos do provedor está também Lídio Lopes, antigo vice-presidente da Câmara da Figueira e
até há pouco líder histórico da concelhia local do PSD, que ocupa as funções de subdirector do Departamento
de Qualidade e Inovação.

Em postos
chave aparece igualmente Anabela Sancho,
directora Operacional do Departamento de Jogos, que é casada com o antigo
ministro do Turismo e dirigente do CDS Telmo
Correia, o do Escândalo do Casino-Estoril-Sol.

Também a
mulher do deputado centrista João Gonçalves Pereira, Joana Lacerda, desempenha funções na direcção de
Aprovisionamento.

Ainda do lado
do CDS encontra-se o nome de João Duarte
Gomes, presidente da concelhia de Torres Vedras, que surge
frequentemente como testemunha dos contratos celebrados com fornecedores pela directora de aprovisionamento.

Por outro
lado, na direcção do Gabinete de Auditoria Interna está Maria de São José Louro, uma advogada
muito ligada ao vice-provedor Paes Afonso, com o qual partilha as quotas da
empresa de consultoria Think Global.

Muito notada
foi também a entrada para a SCML de Eduarda
Napoleão, uma antiga vereadora da Câmara de Lisboa, que veio com
Santana da Câmara da Figueira da Foz. Depois de uma breve passagem pela instituição, entrou no Fundbox, uma
sociedade gestora de fundos imobiliários, onde é responsável pela reabilitação
urbana e em cujo capital a Misericórdia tem uma pequena participação.

Entre outros,
o Fundbox gere o fundo Santa Casa 2004, onde está uma parte do património
imobiliário da instituição.

Entre os
administradores não executivos do Fundbox esteve, desde 2006 até Janeiro deste
ano, Ricardo Amantes, um gestor que foi substituído no lugar de director de
gestão imobiliária e património por
Helena do Canto Lucas. Logo a seguir, assumiu as funções de director da Coporgest,
uma imobiliária participada pelo Grupo Espírito Santo, que tem o antigo líder
do PSD Marques Mendes como administrador,
e que em 2012 fez uma importante permuta de edifícios com a Santa Casa.

Comunicação
para cenários de crise

LPM e
Cunha Vaz trabalham para a Santa Casa

A SCML tem contratos com as duas mais importantes empresas
de comunicação do país: a LPM e a Cunha Vaz & Associados,
para além de a Misericórdia de Lisboa possuir a sua própria direcção
de Comunicação e Marketing com vários assessores
de comunicação.

Com a LPM, a
Santa Casa já celebrou desde o final de 2012 três contratos de assessoria de
comunicação, um dos quais ainda em vigor, no valor total de 252.000 euros
(cerca de 10.000 por mês).

Justificação: ausência
de recursos próprios. Um desses contratos foi assinado em Novembro de 2012,
por ajuste directo como os outros, tem um valor de 126.000 euros e foi
adjudicado ao abrigo de uma norma
legal que não permite ajustes directos superiores a 75.000 euros.

No caso da
Cunha Vaz, foi outorgado, também por ajuste directo e por ausência de
recursos próprios, um contrato de 22.050 euros em Janeiro deste ano. O
contrato refere que o seu objecto principal consiste, entre outras coisas, em “elevar
os níveis de influência junto de um conjunto de jornalistas estratégicos para o
Departamento de Jogos (DJ)”; criar através de “uma relação de
proximidade com os órgãos de
comunicação social (...) barreiras a cenários de crise”; e “permitir notícias focadas nos interesses do DJ e da
SCML”. Apesar de este contrato se referir expressamente ao DJ, a Cunha Vaz
trabalha directamente com o provedor. Este
conta também com a colaboração de Alexandre
Guerra, um assessor de imprensa que até há pouco estava no gabinete
dos vereadores do PSD na Câmara de Lisboa.”"

Assim como recebi, publico. - Apenas digo - SEM PALAVRAS!!!!!

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Lugares-chave da
Misericórdia são ocupados por militantes de PSD e CDS

Fazer as contas é tarefa
impossível, porque a instituição não fornece os dados mínimos. Mas os elementos
disponíveis indiciam que a dependência partidária da Santa Casa se tem vindo a
agravar. Daí os Milhões de prejuízos da Misericórdia!

Transparência

José
António Cerejo, Jornal Público, de 06/8/014

 “Os serviços (da Casa Santa?!) da Misericórdia
de Lisboa são controlados em grande parte, desde a posse de Santana Lopes,
em Setembro de 2011, por pessoas próximas do provedor e dos membros da sua
equipa, muitas delas com ligações directas ao PSD e ao CDS.

Não se trata
propriamente de uma novidade, visto que a SCML é gerida há muito, tanto pelo
PSD, como pelo CDS e pelo PS, numa lógica partidária.

Actualmente,
porém, e tanto quanto é possível avaliar, esta lógica ganhou peso dentro da
instituição.

A mesa,
composta pelo provedor, vice-provedor e três vogais, é, por via dos estatutos,
nomeada pelo primeiro-ministro e pelo ministro da Segurança Social.

Daí para
baixo, as fidelidades políticas e pessoais destacam-se tradicionalmente entre
os critérios de nomeação e contratação dos quadros e dirigentes.

Traçar um
retrato rigoroso da distribuição de poder em função dessas filiações não é,
todavia, tarefa fácil.

Desde logo
porque não há informação disponível e suficiente sobre quem faz o quê ao nível
das chefias e direcções da instituição. Tanto mais que, entre 2012 e 2013, o número dos seus dirigentes cresceu 23%, passando
de 190 para 233.

O PÚBLICO
pediu nos últimos meses informação detalhada sobre o assunto — atendendo a que a
SCML, ao contrário das restantes misericórdias do país, é tutelada pelo Estado,
mas não obteve resposta. Numa primeira fase, foi remetido para o site da
instituição, onde apenas apareciam os nomes de parte dos dirigentes de topo,
embora

alguns deles
não correspondessem a quem estava em funções. Recentemente, o site foi
actualizado, mas continuam a não constar do mesmo os nomes dos dirigentes
intermédios.

E, mesmo entre
os directores e subdirectores, há muitos que lá não estão, como os do
Departamento de Jogos, da direcção de aprovisionamento e da direcção dos
assuntos jurídicos.

Em todo o
caso, a consulta do site
e outros dados recolhidos indiciam que a situação
se agravou em relação ao mandato anterior, em que o provedor era o socialista
Rui Cunha.

Começando pela
mesa, além de Santana Lopes, dois
dos seus vogais são membros importantes do PSD: Helena Lopes da Costa, ex-deputada e ex-vereadora da Câmara de Lisboa, quando Santana era presidente; e Paulo Calado, ex-vereador em Setúbal e
sócio da sociedade de advogados Global Lawyers, criada por Santana Lopes.

No lugar de
vice-provedor está Paes Afonso,
um destacado militante do CDS que já integrou os seus órgãos nacionais. No
tempo de Rui Cunha, para lá dele
próprio, não havia outros socialistas
de relevo na cúpula da Misericórdia.

Por outro
lado, em lugares-chave encontram-se agora pessoas como Helena do Canto Lucas, directora de Gestão
Imobiliária, Irene Nunes Barata, directora de Aprovisionamento, e Teresa Paradela, subdirectora do Património, todas muito próximas do
provedor. A primeira entrou como jurista para a EPUL no mandato de Santana
Lopes na Câmara de Lisboae, em Setembro passado, integrou a lista do PSD à
Câmara da Figueira da Foz, da qual Santana foi presidente entre 1998 e 2002. É
casada com um advogado que partilhou com ela e com
Santana Lopes um escritório em Lisboa, além de ser sócio deste na imobiliária
Espaço Castilho.

A segunda foi
directora do Departamento de Apoio à Presidência da Câmara de Lisboa no mandato
de Santana. A terceira, além de arquitecta do quadro da câmara da capital, tem
sido candidata a vários órgãos
autárquicos em listas do PSD.

Entre os nomes
conhecidos como próximos do provedor está também Lídio Lopes, antigo vice-presidente da Câmara da Figueira e
até há pouco líder histórico da concelhia local do PSD, que ocupa as funções de subdirector do Departamento
de Qualidade e Inovação.

Em postos
chave aparece igualmente Anabela Sancho,
directora Operacional do Departamento de Jogos, que é casada com o antigo
ministro do Turismo e dirigente do CDS Telmo
Correia, o do Escândalo do Casino-Estoril-Sol.

Também a
mulher do deputado centrista João Gonçalves Pereira, Joana Lacerda, desempenha funções na direcção de
Aprovisionamento.

Ainda do lado
do CDS encontra-se o nome de João Duarte
Gomes, presidente da concelhia de Torres Vedras, que surge
frequentemente como testemunha dos contratos celebrados com fornecedores pela directora de aprovisionamento.

Por outro
lado, na direcção do Gabinete de Auditoria Interna está Maria de São José Louro, uma advogada
muito ligada ao vice-provedor Paes Afonso, com o qual partilha as quotas da
empresa de consultoria Think Global.

Muito notada
foi também a entrada para a SCML de Eduarda
Napoleão, uma antiga vereadora da Câmara de Lisboa, que veio com
Santana da Câmara da Figueira da Foz. Depois de uma breve passagem pela instituição, entrou no Fundbox, uma
sociedade gestora de fundos imobiliários, onde é responsável pela reabilitação
urbana e em cujo capital a Misericórdia tem uma pequena participação.

Entre outros,
o Fundbox gere o fundo Santa Casa 2004, onde está uma parte do património
imobiliário da instituição.

Entre os
administradores não executivos do Fundbox esteve, desde 2006 até Janeiro deste
ano, Ricardo Amantes, um gestor que foi substituído no lugar de director de
gestão imobiliária e património por
Helena do Canto Lucas. Logo a seguir, assumiu as funções de director da Coporgest,
uma imobiliária participada pelo Grupo Espírito Santo, que tem o antigo líder
do PSD Marques Mendes como administrador,
e que em 2012 fez uma importante permuta de edifícios com a Santa Casa.

Comunicação
para cenários de crise

LPM e
Cunha Vaz trabalham para a Santa Casa

A SCML tem contratos com as duas mais importantes empresas
de comunicação do país: a LPM e a Cunha Vaz & Associados,
para além de a Misericórdia de Lisboa possuir a sua própria direcção
de Comunicação e Marketing com vários assessores
de comunicação.

Com a LPM, a
Santa Casa já celebrou desde o final de 2012 três contratos de assessoria de
comunicação, um dos quais ainda em vigor, no valor total de 252.000 euros
(cerca de 10.000 por mês).

Justificação: ausência
de recursos próprios. Um desses contratos foi assinado em Novembro de 2012,
por ajuste directo como os outros, tem um valor de 126.000 euros e foi
adjudicado ao abrigo de uma norma
legal que não permite ajustes directos superiores a 75.000 euros.

No caso da
Cunha Vaz, foi outorgado, também por ajuste directo e por ausência de
recursos próprios, um contrato de 22.050 euros em Janeiro deste ano. O
contrato refere que o seu objecto principal consiste, entre outras coisas, em “elevar
os níveis de influência junto de um conjunto de jornalistas estratégicos para o
Departamento de Jogos (DJ)”; criar através de “uma relação de
proximidade com os órgãos de
comunicação social (...) barreiras a cenários de crise”; e “permitir notícias focadas nos interesses do DJ e da
SCML”. Apesar de este contrato se referir expressamente ao DJ, a Cunha Vaz
trabalha directamente com o provedor. Este
conta também com a colaboração de Alexandre
Guerra, um assessor de imprensa que até há pouco estava no gabinete
dos vereadores do PSD na Câmara de Lisboa.”"

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