5G. “Somos contra tapetes vermelhos”, diz líder da Vodafone Portugal

24-10-2020
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Mário Vaz, diretor executivo da Vodafone Portugal, foi esta terça-feira à Comissão Parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação da Assembleia da República dizer que não está disposto “a investir para dar um tapete vermelho” a novos operadores que pretendam entrar nas Redes Móveis de Quinta Geração (5G) que deverão ser lançadas em 2021.

A participação na audiência parlamentar do diretor executivo da Vodafone tinha um interesse acrescido, uma vez que, na semana passada, Serpil Timuray, líder da Vodafone na Europa admitiu desistir de concorrer à licença de 5G em Portugal, por considerar que as regras do leilão são ilegais. Mário Vaz não se pronunciou sobre o assunto - até porque nenhum deputado o abordou - , mas deu voz a algumas queixas que, durante a manhã, Miguel Almeida, administrador da Nos, já tinha apresentado na mesma comissão parlamentar.

“Se alguém entra tem de investir”, insistiu Mário Vaz com estas e outras palavras equivalentes, sempre que foi chamado a a pronunciar-se sobre os mecanismos de partilha de redes que estão previstos na proposta de regulamento do leilão da 5G, que foi apresentada pela Autoridade Nacional das Comunicações (Anacom).

A Vodafone considera que a Anacom, ao propor a obrigatoriedade de partilha da rede para um novo operador na 5G, pode distorcer as regras de mercado. “Não temos nada contra novos entrantes; somos é contra tapetes vermelhos”, que tiram partido dos “investimentos de terceiros”, defendeu Mário Vaz. O executivo da Vodafone Portugal apontou ainda o dedo à Anacom por querer introduzir regras que permitem reduzir investimentos ao novo operador que garanta uma licença de 5G, e ainda atribuem “benefícios de exclusividade”.

Para fundamentar a sua posição, o responsável da Vodafone Portugal lembrou as conclusões do estudo "5G At the Heart of Portugal’s Digital Society" (tradução: A 5G no Coração da Sociedade Digital Portuguesa), da Roland Berger. Segundo este estudo, a 5G deverá ter um impacto de 35 mil milhões de euros na economia portuguesa em 2035. Mas há também uma previsão menos animadora: a Roland Berger estima que o sector das telecomunicações pode vir a registar uma perda de 2000 postos de trabalho. Mário Vaz duvida que esse postos de trabalho venham a ser preenchidos pelo novo operador.

Da esquerda à direita, todos os deputados solicitaram ao diretor-executivo da Vodafone que se explicasse sobre os alegados problemas de cobertura – que terão ficado uma pouco mais notórios durante a fase de pandemia e o aumento do número de pessoas em teletrabalho. A posição mais próxima à lógica empresarial foi assumida por João Gonçalves Pereira, deputado do CDS, que lembrou que há interesse em ter “mais cobertura e mais mais cobertura”, mas sublinhou, logo de seguida, que BE e PCP não teriam tanto interesse na concorrência, pois pretendem “nacionalizar tudo”.

Em contrapartida, Bruno Dias, deputado do PCP, foi bem mais contundente na análise da cobertura assegurada pelos operadores: “Não é 1, não são 10, nem 100 pessoas que nos dizem em edifícios e estradas que não têm acesso às redes móveis, quando há 10 anos tinham”.

Antes, deputados do BE, PS e PSD também já haviam tentado perceber o que pensa a Vodafone quanto à cobertura e ao denominado roaming nacional, que obriga os operadores a “dar passagem” às comunicações de clientes de marcas concorrentes, que não tenham antenas instaladas no local.

Mário Vaz rejeitou as críticas e lembrou que a cobertura da Vodafone só falhou em sete das 5504 escolas do País. Sendo que, em 2284 dessas escolas, a Vodafone disponibiliza acessos de mais de 100 Megabits Por Segundo (Mbps). Numa alusão indireta à Anacom, o gestor da Vodafone considerou uma “injustiça” e uma “insensibilidade” as “culpas que nos atribuem pela falta de cobertura”.

"Não temos cobertura a 100%, mas ninguém tem. Não tem Portugal,, nem tem a Coreia e Japão, que são países muito desenvolvidos”, acrescentou.

Sobre a 5G e a cobertura, o gestor recordou que a nova geração de comunicações móveis pretende resolver questões de velocidade e latência e não pode ser encarada como um solução para a cobertura (que ainda não foi resolvida pelas gerações tecnológicas anteriores). Sobre o denominado roaming nacional, considerou que também não pode ser a solução única para cobertura – porque exige que haja cobertura. Dito de outra forma: se nenhum operador estiver presente numa região não há forma de haver roaming dos utilizadores entre diferentes equipamentos de rede.

“O roaming nacional é um cenário possível, mas não é o único”, disse o diretor-executivo da Vodafone Portugal, sem deixar de fazer o reparo que apenas considera aceitável o roaming localizado, por oposição a uma solução de âmbito nacional, e está disposto a estabelecer parcerias com outros operadores com vista à partilha de recursos e infraestruturas.

Mário Vaz recordou ainda os investimentos acumulados de 245 milhões de euros que derivam da aquisição de espectro, e os 280 milhões de euros aplicados nos últimos 10 anos devido à regulação e de utilização de espectro. “Temos um retorno do capital investido muito baixo”, admitindo que essa realidade possa ser influenciada pelas práticas e regulamentos em voga no mercado europeu - mas que não evitará um potencial atraso face aos mercados americano e chinês.

Mário Vaz, diretor executivo da Vodafone Portugal, foi esta terça-feira à Comissão Parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação da Assembleia da República dizer que não está disposto “a investir para dar um tapete vermelho” a novos operadores que pretendam entrar nas Redes Móveis de Quinta Geração (5G) que deverão ser lançadas em 2021.

A participação na audiência parlamentar do diretor executivo da Vodafone tinha um interesse acrescido, uma vez que, na semana passada, Serpil Timuray, líder da Vodafone na Europa admitiu desistir de concorrer à licença de 5G em Portugal, por considerar que as regras do leilão são ilegais. Mário Vaz não se pronunciou sobre o assunto - até porque nenhum deputado o abordou - , mas deu voz a algumas queixas que, durante a manhã, Miguel Almeida, administrador da Nos, já tinha apresentado na mesma comissão parlamentar.

“Se alguém entra tem de investir”, insistiu Mário Vaz com estas e outras palavras equivalentes, sempre que foi chamado a a pronunciar-se sobre os mecanismos de partilha de redes que estão previstos na proposta de regulamento do leilão da 5G, que foi apresentada pela Autoridade Nacional das Comunicações (Anacom).

A Vodafone considera que a Anacom, ao propor a obrigatoriedade de partilha da rede para um novo operador na 5G, pode distorcer as regras de mercado. “Não temos nada contra novos entrantes; somos é contra tapetes vermelhos”, que tiram partido dos “investimentos de terceiros”, defendeu Mário Vaz. O executivo da Vodafone Portugal apontou ainda o dedo à Anacom por querer introduzir regras que permitem reduzir investimentos ao novo operador que garanta uma licença de 5G, e ainda atribuem “benefícios de exclusividade”.

Para fundamentar a sua posição, o responsável da Vodafone Portugal lembrou as conclusões do estudo "5G At the Heart of Portugal’s Digital Society" (tradução: A 5G no Coração da Sociedade Digital Portuguesa), da Roland Berger. Segundo este estudo, a 5G deverá ter um impacto de 35 mil milhões de euros na economia portuguesa em 2035. Mas há também uma previsão menos animadora: a Roland Berger estima que o sector das telecomunicações pode vir a registar uma perda de 2000 postos de trabalho. Mário Vaz duvida que esse postos de trabalho venham a ser preenchidos pelo novo operador.

Da esquerda à direita, todos os deputados solicitaram ao diretor-executivo da Vodafone que se explicasse sobre os alegados problemas de cobertura – que terão ficado uma pouco mais notórios durante a fase de pandemia e o aumento do número de pessoas em teletrabalho. A posição mais próxima à lógica empresarial foi assumida por João Gonçalves Pereira, deputado do CDS, que lembrou que há interesse em ter “mais cobertura e mais mais cobertura”, mas sublinhou, logo de seguida, que BE e PCP não teriam tanto interesse na concorrência, pois pretendem “nacionalizar tudo”.

Em contrapartida, Bruno Dias, deputado do PCP, foi bem mais contundente na análise da cobertura assegurada pelos operadores: “Não é 1, não são 10, nem 100 pessoas que nos dizem em edifícios e estradas que não têm acesso às redes móveis, quando há 10 anos tinham”.

Antes, deputados do BE, PS e PSD também já haviam tentado perceber o que pensa a Vodafone quanto à cobertura e ao denominado roaming nacional, que obriga os operadores a “dar passagem” às comunicações de clientes de marcas concorrentes, que não tenham antenas instaladas no local.

Mário Vaz rejeitou as críticas e lembrou que a cobertura da Vodafone só falhou em sete das 5504 escolas do País. Sendo que, em 2284 dessas escolas, a Vodafone disponibiliza acessos de mais de 100 Megabits Por Segundo (Mbps). Numa alusão indireta à Anacom, o gestor da Vodafone considerou uma “injustiça” e uma “insensibilidade” as “culpas que nos atribuem pela falta de cobertura”.

"Não temos cobertura a 100%, mas ninguém tem. Não tem Portugal,, nem tem a Coreia e Japão, que são países muito desenvolvidos”, acrescentou.

Sobre a 5G e a cobertura, o gestor recordou que a nova geração de comunicações móveis pretende resolver questões de velocidade e latência e não pode ser encarada como um solução para a cobertura (que ainda não foi resolvida pelas gerações tecnológicas anteriores). Sobre o denominado roaming nacional, considerou que também não pode ser a solução única para cobertura – porque exige que haja cobertura. Dito de outra forma: se nenhum operador estiver presente numa região não há forma de haver roaming dos utilizadores entre diferentes equipamentos de rede.

“O roaming nacional é um cenário possível, mas não é o único”, disse o diretor-executivo da Vodafone Portugal, sem deixar de fazer o reparo que apenas considera aceitável o roaming localizado, por oposição a uma solução de âmbito nacional, e está disposto a estabelecer parcerias com outros operadores com vista à partilha de recursos e infraestruturas.

Mário Vaz recordou ainda os investimentos acumulados de 245 milhões de euros que derivam da aquisição de espectro, e os 280 milhões de euros aplicados nos últimos 10 anos devido à regulação e de utilização de espectro. “Temos um retorno do capital investido muito baixo”, admitindo que essa realidade possa ser influenciada pelas práticas e regulamentos em voga no mercado europeu - mas que não evitará um potencial atraso face aos mercados americano e chinês.

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