Graffitis mortais. Porque é que os jovens arriscam tanto?

03-12-2019
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Tinham estudado o horário dos comboios que paravam em Águas Santas, um apeadeiro da linha do Minho que faz a ligação entre a estação de S. Bento no Porto e as estações de Braga e Guimarães. Mas esqueceram-se de estudar os comboios que passavam sem parar no sentido contrário.

Enquanto um deles prolongava a paragem de um comboio em frente ao cais de embarque, forçando uma das portas, os outros três que pinchavam o comboio do lado de fora, junto aos carris, em plena linha, foram colhidos por uma composição que seguia a alta velocidade às oito e meia da noite, na segunda-feira. João Dias, de 18 anos, um graffiter de Matosinhos conhecido como Nord, e dois jovens espanhóis de 18 e 20 anos que estavam com ele não resistiram ao impacto e morreram.

“O que aqueles jovens estavam a fazer, um backjump, que significa saltar para as costas de um comboio, não é muito comum em Portugal”, esclarece Pedro Soares Neves, um investigador da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa que estuda há vários anos o universo dos graffiti e que já foi ele próprio um graffiter. “As minhas experiências com comboios nos anos 90 correram mal. Ou fui apanhado ou tive de fugir. Bastaram-me três vezes para não querer repetir isso”, confessa. Soares Neves explica que “as práticas mais comuns em Portugal são de intervenções em comboios quando estão nos chamados yards, os dormitórios onde passam a noite.”

Fundador do projeto Urban Creativity, uma plataforma internacional que junta académicos de vários países que se dedicam a estudar a cultura dos graffiti e a street art, Pedro Soares Neves sublinha que a realidade do sul da Europa, incluindo Portugal, é muito diferente dos países nórdicos, onde o backjump é uma prática mais comum e onde os graffiters são bastante agressivos. “Procuram, na maior parte das vezes, o confronto direto com as autoridades.”

Tinham estudado o horário dos comboios que paravam em Águas Santas, um apeadeiro da linha do Minho que faz a ligação entre a estação de S. Bento no Porto e as estações de Braga e Guimarães. Mas esqueceram-se de estudar os comboios que passavam sem parar no sentido contrário.

Enquanto um deles prolongava a paragem de um comboio em frente ao cais de embarque, forçando uma das portas, os outros três que pinchavam o comboio do lado de fora, junto aos carris, em plena linha, foram colhidos por uma composição que seguia a alta velocidade às oito e meia da noite, na segunda-feira. João Dias, de 18 anos, um graffiter de Matosinhos conhecido como Nord, e dois jovens espanhóis de 18 e 20 anos que estavam com ele não resistiram ao impacto e morreram.

“O que aqueles jovens estavam a fazer, um backjump, que significa saltar para as costas de um comboio, não é muito comum em Portugal”, esclarece Pedro Soares Neves, um investigador da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa que estuda há vários anos o universo dos graffiti e que já foi ele próprio um graffiter. “As minhas experiências com comboios nos anos 90 correram mal. Ou fui apanhado ou tive de fugir. Bastaram-me três vezes para não querer repetir isso”, confessa. Soares Neves explica que “as práticas mais comuns em Portugal são de intervenções em comboios quando estão nos chamados yards, os dormitórios onde passam a noite.”

Fundador do projeto Urban Creativity, uma plataforma internacional que junta académicos de vários países que se dedicam a estudar a cultura dos graffiti e a street art, Pedro Soares Neves sublinha que a realidade do sul da Europa, incluindo Portugal, é muito diferente dos países nórdicos, onde o backjump é uma prática mais comum e onde os graffiters são bastante agressivos. “Procuram, na maior parte das vezes, o confronto direto com as autoridades.”

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