Pequenos Passos: E para terminar... Em tempo de crise, soluções à vista?...

15-12-2019
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E para terminar este assunto desagradável e encerrar de vez a nossa "Quinta feira negra" deixo aqui a resposta ao comentário de um dos pais da sala. Assim tento também descansar os outros pais...(Este bloger anda louco e agora não deixa espaços entre as frases... o texto fica corrido... Bom, paciência...)

Pai Fernando

Muito obrigado pelas suas palavras e pela frase do Miguel Esteves Cardoso, muito sábia e verdadeira (Vou registá-la). Sem dúvida que a nossa conversa de início do ano, resultou. É isto que acontece quando a escola e a família unem forças para ajudar as suas crianças a desenvolver plenamente todos os seus talentos, dons, capacidades e potencialidades. E quando penso no seu filho e em todas as outras crianças do grupo, fico comovida. Eles são um dom e eu tenho muita sorte por poder estar diariamente com eles. Este é um grupo diferente dos que sempre tive em Valejas... É um grupo agitado e que não me dá tréguas, mas isso não é forçosamente mau, pelo menos para mim, pois obriga-me a mexer, a sair do marasmo, a afinar estratégias, a adaptar-me e a reiniciar. O que me zangou na quinta feira foi o facto de uma das crianças, que vinha cheia de sono e portanto implicativa e muito agressiva para com os pares, num dos seus momentos de descontrole,me ter dado um "estalo", involuntário bem sei, porque esta criança tem uma força imensa e quando está agitada, tem um descontrolo dos membros que me assusta. E o "estalo" que era destinado ao Santiago e que me apanhou pelo meio quando tentava acudir à situação, foi de tal forma violento, que me partiu os óculos e me fez rebentar o sangue do nariz, a mim que sou grande e bem gordinha... Imagine que tinha atingido o seu filho, ou uma criança das mais pequenas. Compreende agora a razão da minha zanga... Isto não pode continuar a acontecer. Isto é um risco que eu não quero correr. Mas também não há nada a fazer, porque o encarregado de educação, quando chamado à razão tem 3 argumentos: O primeiro é dizer que eu embirro com o menino porque não lhe faço as vontades. O segundo é dizer que acha que a organização da sala tem que mudar porque o menino não gosta dela como está, não gosta de estar no tapete, não gosta de vestir a bata, não gosta de trabalhar, nem gosta dos outros meninos, não gosta da escola... e o terceiro é que ele, encarregado de educação, não gosta que o menino chore. Pois eu digo aqui e bem alto. Este encarregado de educação vai chorar muito. Não agora, mas daqui a dois ou três anos e depois já vai ser muito tarde... Quando eu era pequena, a minha Mãe que na sua sabedoria de vida dura e simples de quem já tinha criado outros quatro filhos durante o tempo da grande guerra, repetia-me constantemente uma frase que eu detestava, mas que agora percebo o quanto me foi útil pela vida fora. Ela dizia: "Chora filha, chora muito. Antes quero que chores tu hoje, do que eu amanhã!" Pois é isto mesmo que vai acontecer a alguns Pais... É que vão chorar muito amanhã. A minha mãe referia-se à adolescência, mas com o rumo que as coisas levam estes Pais nem lá vão chegar, vão começar a chorar logo na entrada do primeiro ciclo.
Mas descansem pais, isto não tem nada a ver com a maioria dos vossos filhos... Eu sou sempre direta e não consigo esconder o que sinto. Por isso, quando algo não está bem eu digo logo e digo-vos diretamente, não mascaro nem disfarço situações. E agora voltemos de novo à criança ou às crianças em causa... Tal como já disse, este descontrole e esta agressividade é um risco que não quero, nem posso correr.O que é que vou fazer? Vou seguir o conselho de Sebastião da Gama e vou amar. Vou pegar na criança ao colo, vou dar-lhe mimo, vou chamá-la a mim, porque é óbvio que esta criança não está preparada para viver em sociedade. E acho que, neste caso, a sua adaptação e sucesso futuro depende apenas de mim e dos seus pares que são, sem dúvida os melhores aliados do mundo. E não vou baixar os braços, vou montar guarda, vou estar sempre vigilante. Também vou assinalá-la desde já, (vou pedir ajuda à colega do apoio e à saúde escolar que sempre se mostrou um excelente aliado) porque acho que esta, como qualquer criança tem direito a todas as oportunidades e tem direito a ser feliz. Porém também tem deveres. Vamos ver... Também ainda só estamos em Novembro. Eu sei que nos outros anos já tínhamos feito um milhão de aprendizagens e de coisas divertidas. Mas eu tenho que pensar que este ano é diferente, tal como foram os anos da Brandoa, e mesmo assim deram muitos frutos. Este ano os frutos talvez não sejam tão a meu gosto, mas também não está escrito em lado nenhum que eu tenho que gostar de todos os frutos e como em educação de infância são eles que marcam o ritmo, vamos lá a desacelerar... E os frutos justos, certamente chegarão!
Voltamos a falar deste caso lá mais para o fim do ano... Eu tenho a certeza que ainda vou ter grandes coisas a dizer acerca deste menino...

E para terminar este assunto desagradável e encerrar de vez a nossa "Quinta feira negra" deixo aqui a resposta ao comentário de um dos pais da sala. Assim tento também descansar os outros pais...(Este bloger anda louco e agora não deixa espaços entre as frases... o texto fica corrido... Bom, paciência...)

Pai Fernando

Muito obrigado pelas suas palavras e pela frase do Miguel Esteves Cardoso, muito sábia e verdadeira (Vou registá-la). Sem dúvida que a nossa conversa de início do ano, resultou. É isto que acontece quando a escola e a família unem forças para ajudar as suas crianças a desenvolver plenamente todos os seus talentos, dons, capacidades e potencialidades. E quando penso no seu filho e em todas as outras crianças do grupo, fico comovida. Eles são um dom e eu tenho muita sorte por poder estar diariamente com eles. Este é um grupo diferente dos que sempre tive em Valejas... É um grupo agitado e que não me dá tréguas, mas isso não é forçosamente mau, pelo menos para mim, pois obriga-me a mexer, a sair do marasmo, a afinar estratégias, a adaptar-me e a reiniciar. O que me zangou na quinta feira foi o facto de uma das crianças, que vinha cheia de sono e portanto implicativa e muito agressiva para com os pares, num dos seus momentos de descontrole,me ter dado um "estalo", involuntário bem sei, porque esta criança tem uma força imensa e quando está agitada, tem um descontrolo dos membros que me assusta. E o "estalo" que era destinado ao Santiago e que me apanhou pelo meio quando tentava acudir à situação, foi de tal forma violento, que me partiu os óculos e me fez rebentar o sangue do nariz, a mim que sou grande e bem gordinha... Imagine que tinha atingido o seu filho, ou uma criança das mais pequenas. Compreende agora a razão da minha zanga... Isto não pode continuar a acontecer. Isto é um risco que eu não quero correr. Mas também não há nada a fazer, porque o encarregado de educação, quando chamado à razão tem 3 argumentos: O primeiro é dizer que eu embirro com o menino porque não lhe faço as vontades. O segundo é dizer que acha que a organização da sala tem que mudar porque o menino não gosta dela como está, não gosta de estar no tapete, não gosta de vestir a bata, não gosta de trabalhar, nem gosta dos outros meninos, não gosta da escola... e o terceiro é que ele, encarregado de educação, não gosta que o menino chore. Pois eu digo aqui e bem alto. Este encarregado de educação vai chorar muito. Não agora, mas daqui a dois ou três anos e depois já vai ser muito tarde... Quando eu era pequena, a minha Mãe que na sua sabedoria de vida dura e simples de quem já tinha criado outros quatro filhos durante o tempo da grande guerra, repetia-me constantemente uma frase que eu detestava, mas que agora percebo o quanto me foi útil pela vida fora. Ela dizia: "Chora filha, chora muito. Antes quero que chores tu hoje, do que eu amanhã!" Pois é isto mesmo que vai acontecer a alguns Pais... É que vão chorar muito amanhã. A minha mãe referia-se à adolescência, mas com o rumo que as coisas levam estes Pais nem lá vão chegar, vão começar a chorar logo na entrada do primeiro ciclo.
Mas descansem pais, isto não tem nada a ver com a maioria dos vossos filhos... Eu sou sempre direta e não consigo esconder o que sinto. Por isso, quando algo não está bem eu digo logo e digo-vos diretamente, não mascaro nem disfarço situações. E agora voltemos de novo à criança ou às crianças em causa... Tal como já disse, este descontrole e esta agressividade é um risco que não quero, nem posso correr.O que é que vou fazer? Vou seguir o conselho de Sebastião da Gama e vou amar. Vou pegar na criança ao colo, vou dar-lhe mimo, vou chamá-la a mim, porque é óbvio que esta criança não está preparada para viver em sociedade. E acho que, neste caso, a sua adaptação e sucesso futuro depende apenas de mim e dos seus pares que são, sem dúvida os melhores aliados do mundo. E não vou baixar os braços, vou montar guarda, vou estar sempre vigilante. Também vou assinalá-la desde já, (vou pedir ajuda à colega do apoio e à saúde escolar que sempre se mostrou um excelente aliado) porque acho que esta, como qualquer criança tem direito a todas as oportunidades e tem direito a ser feliz. Porém também tem deveres. Vamos ver... Também ainda só estamos em Novembro. Eu sei que nos outros anos já tínhamos feito um milhão de aprendizagens e de coisas divertidas. Mas eu tenho que pensar que este ano é diferente, tal como foram os anos da Brandoa, e mesmo assim deram muitos frutos. Este ano os frutos talvez não sejam tão a meu gosto, mas também não está escrito em lado nenhum que eu tenho que gostar de todos os frutos e como em educação de infância são eles que marcam o ritmo, vamos lá a desacelerar... E os frutos justos, certamente chegarão!
Voltamos a falar deste caso lá mais para o fim do ano... Eu tenho a certeza que ainda vou ter grandes coisas a dizer acerca deste menino...

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