É isto!

20-06-2020
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"Que grande confusão que vai por aí com essa coisa de ser Charlie

Ser Charlie não é comer e calar, ser Charlie é ver o cartaz do Bloco e poder dizer alto e bom som que não se gosta daquilo que se vê, que não saber ganhar é muito pior que não saber perder, que o cartaz é apenas e só a ponta do iceberg e que é revelador de um total desprezo pelo outro, aquele que pensa de forma diferente, ser Charlie é ver o João Soares na Assembleia da República a ameaçar demitir o outro do CCB, que não faço ideia se é bom se é mau, e poder dizer que aquele tipo de atitude causa em mim o sentimento de vergonha alheia, que se o homem não é competente, o demita, sim senhor, mas que o faça com o mínimo de dignidade e sem ameaças públicas, é ler as palavras da Joana Mortágua, em que diz que a abertura da ADSE a outras pessoas que não os funcionários públicos (e respectivos familiares - cônjuges e filhos até aos trinta anos - sem qualquer pagamento acrescido) "não faz sentido", porque "estaria a alargar o acesso de utentes aos hospitais privados com prejuízo claro para o SNS". Por isso "a ADSE deve manter-se como um sistema fechado a funcionários públicos e às suas famílias", e poder perguntar-se porquê? Por que não... todos nós? - por que raio se divide o país em duas castas, os funcionários públicos que, numa espécie de toque de Midas, transformam os seus familiares em funcionários públicos por osmose, e que passam a poder, através da ADSE, aceder aos hospitais privados e... os outros, os que, não podendo pagar seguros, têm bom remédio: amanhar-se com o SNS. Ser Charlie é poder dizer que isto é uma vergonha, que não se gosta e que não se concorda. Ser Charlie é isto. Comer e calar é a antítese de ser Charlie. É coisa de regime totalitário."

"Que grande confusão que vai por aí com essa coisa de ser Charlie

Ser Charlie não é comer e calar, ser Charlie é ver o cartaz do Bloco e poder dizer alto e bom som que não se gosta daquilo que se vê, que não saber ganhar é muito pior que não saber perder, que o cartaz é apenas e só a ponta do iceberg e que é revelador de um total desprezo pelo outro, aquele que pensa de forma diferente, ser Charlie é ver o João Soares na Assembleia da República a ameaçar demitir o outro do CCB, que não faço ideia se é bom se é mau, e poder dizer que aquele tipo de atitude causa em mim o sentimento de vergonha alheia, que se o homem não é competente, o demita, sim senhor, mas que o faça com o mínimo de dignidade e sem ameaças públicas, é ler as palavras da Joana Mortágua, em que diz que a abertura da ADSE a outras pessoas que não os funcionários públicos (e respectivos familiares - cônjuges e filhos até aos trinta anos - sem qualquer pagamento acrescido) "não faz sentido", porque "estaria a alargar o acesso de utentes aos hospitais privados com prejuízo claro para o SNS". Por isso "a ADSE deve manter-se como um sistema fechado a funcionários públicos e às suas famílias", e poder perguntar-se porquê? Por que não... todos nós? - por que raio se divide o país em duas castas, os funcionários públicos que, numa espécie de toque de Midas, transformam os seus familiares em funcionários públicos por osmose, e que passam a poder, através da ADSE, aceder aos hospitais privados e... os outros, os que, não podendo pagar seguros, têm bom remédio: amanhar-se com o SNS. Ser Charlie é poder dizer que isto é uma vergonha, que não se gosta e que não se concorda. Ser Charlie é isto. Comer e calar é a antítese de ser Charlie. É coisa de regime totalitário."

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