Mamadou Ba disse que "a cidade de Lisboa está infecta de nazis ucranianos e 'tugas'"? (COM VÍDEO)

07-12-2019
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"É preciso denunciar sempre a actividade destes radicais de esquerda", destaca-se no título de uma publicação da página "Direita Política", datada de 24 de março. "Mais uma vez o racismo deste assessor do BE vem ao de cima. Fosse o texto escrito por alguém de direita já estavam os protagonistas do costume a pedir a cabeça do 'racista'. Luther King lutou por uma sociedade em que as raças deixassem de segregar, tudo o contrário dos nossos 'Mamadous Bás' que defendem uma política identitária, definida por raças 'oprimidas' e 'opressoras'", argumenta-se no texto.

"É, na verdade, absolutamente incompreensível como Mamadou Ba e Joana Mortágua não foram ainda exonerados dos seus respetivos cargos. Tudo isto se resume a uma tentativa de ressurgimento da luta de classes; não pelo apelo a uma revolta do proletariado (que não existe), mas sim de minorias que, de uma forma ou de outra, o Bloco explora para fins políticos. Enquanto esta gente não for etiquetada de terrorista e julgada em conformidade, dificilmente teremos sossego", conclui o autor da publicação.

Segue-se um meme com a imagem de Mamadou Ba, assessor parlamentar do Bloco de Esquerda (BE), ao qual é atribuído a seguinte citação: "A cidade de Lisboa está infecta de nazis ucranianos e tugas". Verdade ou falsidade?

De facto, Mamadou Ba escreveu essa frase (embora com ligeiras diferenças) em publicação na sua página da rede social Facebook. Eis a transcrição integral da mensagem: "Alerta à navegação: por causa do jogo Portugal-Ucrânia, a cidade de Lisboa está infecta de skinheads neo-nazis ucranianos e tugas, preparados para a violência. Não andem sozinhos, nem em sítios desprotegidos".

Ou seja, a frase citada pela página "Direita Política" é ligeiramente alterada ("skinheads neo-nazis" é simplificado para apenas "nazis") e totalmente retirada do contexto original. Assim isolada, parece um insulto dirigido aos ucranianos e portugueses em geral. Mas no contexto original é uma chamada de atenção para a alegada presença de adeptos de futebol violentos na cidade de Lisboa, no dia de um jogo entre as seleções nacionais de Portugal e Ucrânia.

Atente-se que a principal motivação da mensagem de Mamadou Ba é alertar as pessoas para terem cuidado, perante a presença na cidade de "skinheads neo-nazis ucranianos e tugas, preparados para a violência. Não andem sozinhos, nem em sítios desprotegidos". Não é um insulto gratuito, muito menos uma expressão de racismo. Trata-se de um aviso, no sentido de as pessoas se precaverem.

Em conclusão: sim, é verdade que Mamadou Ba disse que "a cidade de Lisboa está infecta de [skinheads neo-] nazis ucranianos e tugas". Mas escreveu essa frase num determinado contexto e com uma determinada motivação. A publicação da página "Direita Política" isola uma frase da mensagem, com ligeiras imprecisões, e retira-a do contexto original, para lhe conferir um sentido diferente.

Avaliação do Polígrafo:

"É preciso denunciar sempre a actividade destes radicais de esquerda", destaca-se no título de uma publicação da página "Direita Política", datada de 24 de março. "Mais uma vez o racismo deste assessor do BE vem ao de cima. Fosse o texto escrito por alguém de direita já estavam os protagonistas do costume a pedir a cabeça do 'racista'. Luther King lutou por uma sociedade em que as raças deixassem de segregar, tudo o contrário dos nossos 'Mamadous Bás' que defendem uma política identitária, definida por raças 'oprimidas' e 'opressoras'", argumenta-se no texto.

"É, na verdade, absolutamente incompreensível como Mamadou Ba e Joana Mortágua não foram ainda exonerados dos seus respetivos cargos. Tudo isto se resume a uma tentativa de ressurgimento da luta de classes; não pelo apelo a uma revolta do proletariado (que não existe), mas sim de minorias que, de uma forma ou de outra, o Bloco explora para fins políticos. Enquanto esta gente não for etiquetada de terrorista e julgada em conformidade, dificilmente teremos sossego", conclui o autor da publicação.

Segue-se um meme com a imagem de Mamadou Ba, assessor parlamentar do Bloco de Esquerda (BE), ao qual é atribuído a seguinte citação: "A cidade de Lisboa está infecta de nazis ucranianos e tugas". Verdade ou falsidade?

De facto, Mamadou Ba escreveu essa frase (embora com ligeiras diferenças) em publicação na sua página da rede social Facebook. Eis a transcrição integral da mensagem: "Alerta à navegação: por causa do jogo Portugal-Ucrânia, a cidade de Lisboa está infecta de skinheads neo-nazis ucranianos e tugas, preparados para a violência. Não andem sozinhos, nem em sítios desprotegidos".

Ou seja, a frase citada pela página "Direita Política" é ligeiramente alterada ("skinheads neo-nazis" é simplificado para apenas "nazis") e totalmente retirada do contexto original. Assim isolada, parece um insulto dirigido aos ucranianos e portugueses em geral. Mas no contexto original é uma chamada de atenção para a alegada presença de adeptos de futebol violentos na cidade de Lisboa, no dia de um jogo entre as seleções nacionais de Portugal e Ucrânia.

Atente-se que a principal motivação da mensagem de Mamadou Ba é alertar as pessoas para terem cuidado, perante a presença na cidade de "skinheads neo-nazis ucranianos e tugas, preparados para a violência. Não andem sozinhos, nem em sítios desprotegidos". Não é um insulto gratuito, muito menos uma expressão de racismo. Trata-se de um aviso, no sentido de as pessoas se precaverem.

Em conclusão: sim, é verdade que Mamadou Ba disse que "a cidade de Lisboa está infecta de [skinheads neo-] nazis ucranianos e tugas". Mas escreveu essa frase num determinado contexto e com uma determinada motivação. A publicação da página "Direita Política" isola uma frase da mensagem, com ligeiras imprecisões, e retira-a do contexto original, para lhe conferir um sentido diferente.

Avaliação do Polígrafo:

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