Chega alastra no Youtube. Discurso de Ventura visto 361 mil vezes, Costa só 9 mil

07-11-2019
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A política é um exercício de “viralidade” de ideias, e a internet o ecossistema ideal para inoculação. Em Portugal, tudo indica que o Chega, de André Ventura, pode ter inaugurado um novo capítulo nesta história. O vídeo da primeira intervenção do deputado na Assembleia da República, na passada quarta-feira, publicado na conta do Youtube do partido alastrou no universo digital: nos últimos cinco dias, foi visto mais de 361 mil vezes, um número significativo por comparação com o registo dos segmentos partilhados nos canais oficiais dos restantes partidos com assento parlamentar.

Nenhum dos vídeos publicados na conta do PS no Youtube, relativos ao mesmo dia, foi além das 8,6 mil visualizações. Isto, se tivermos em conta os segmentos em que aparece António Costa, que estão melhor classificados. (As três intervenções de Matos Fernandes, ministro do Ambiente, no debate inaugural, contam com zero, quatro e 124 visualizações, respetivamente.)

O único partido que apresenta um registo comparável com o do Chega é o PSD. O segmento em que Rui Rio se dirige pela primeira vez a António Costa foi visto 81 986 vezes. Ainda assim, feitas as contas, as palavras de André Ventura foram ouvidas quatro vezes mais do que as do líder social-democrata.

É preciso, contudo, evitar conclusões precipitadas. “Há uma grande diferença entre o peso eleitoral de um partido e a sua representatividade nas redes sociais”, aponta o politólogo António Costa Pinto. É normal que a mensagem dos maiores partidos – com mais lastro no sistema mediático – tenha menos impacto nas redes sociais, pois o seu conteúdo já “é normalmente divulgado pelos meios de comunicação tradicionais”. “As redes sociais não expressam a opinião pública portuguesa ou mesmo nenhuma opinião. Existe uma escassa relação entre partidos que ganham eleições e aqueles que têm mais impacto nas redes”, frisa.

O que se pode afirmar neste momento é que “indicador de notoriedade de Ventura, com a sua eleição, explodiu”. “O número de referências em meios de comunicação aumentou. Agora, André Ventura tem pontos de contacto maximizados com o seu eleitorado preferencial”, diz Costa Pinto.

Segundo o politólogo, o modelo de comunicação do líder do Chega – discurso polarizado, mensagem curta – é propício ao ecossistema digital. “Quanto mais simplista é o discurso, mais impacto tem nas redes sociais. Sobretudo se as ideias foram expressas de forma clara”, explica.

A seguir ao PSD, na lista de vídeos mais vistos da primeira sessão parlamentar da nova legislatura, está a intervenção de João Cotrim Figueiredo, do Iniciativa Liberal, com 19 817 visualizações; à distância está Joacine Katar Moreira, do Livre, com apenas 4819. Nos últimos lugares, surgem a CDU e o PAN. A intervenção de Jerónimo de Sousa, político com longo percurso no Parlamento, foi vista 185 vezes; por sua vez, a de André Silva conta com 127 visualizações.

Dos nove partidos com assento parlamentar, só o CDS não divulgou nas contas oficiais do partido no Youtube as intervenções dos seus deputados.

A política é um exercício de “viralidade” de ideias, e a internet o ecossistema ideal para inoculação. Em Portugal, tudo indica que o Chega, de André Ventura, pode ter inaugurado um novo capítulo nesta história. O vídeo da primeira intervenção do deputado na Assembleia da República, na passada quarta-feira, publicado na conta do Youtube do partido alastrou no universo digital: nos últimos cinco dias, foi visto mais de 361 mil vezes, um número significativo por comparação com o registo dos segmentos partilhados nos canais oficiais dos restantes partidos com assento parlamentar.

Nenhum dos vídeos publicados na conta do PS no Youtube, relativos ao mesmo dia, foi além das 8,6 mil visualizações. Isto, se tivermos em conta os segmentos em que aparece António Costa, que estão melhor classificados. (As três intervenções de Matos Fernandes, ministro do Ambiente, no debate inaugural, contam com zero, quatro e 124 visualizações, respetivamente.)

O único partido que apresenta um registo comparável com o do Chega é o PSD. O segmento em que Rui Rio se dirige pela primeira vez a António Costa foi visto 81 986 vezes. Ainda assim, feitas as contas, as palavras de André Ventura foram ouvidas quatro vezes mais do que as do líder social-democrata.

É preciso, contudo, evitar conclusões precipitadas. “Há uma grande diferença entre o peso eleitoral de um partido e a sua representatividade nas redes sociais”, aponta o politólogo António Costa Pinto. É normal que a mensagem dos maiores partidos – com mais lastro no sistema mediático – tenha menos impacto nas redes sociais, pois o seu conteúdo já “é normalmente divulgado pelos meios de comunicação tradicionais”. “As redes sociais não expressam a opinião pública portuguesa ou mesmo nenhuma opinião. Existe uma escassa relação entre partidos que ganham eleições e aqueles que têm mais impacto nas redes”, frisa.

O que se pode afirmar neste momento é que “indicador de notoriedade de Ventura, com a sua eleição, explodiu”. “O número de referências em meios de comunicação aumentou. Agora, André Ventura tem pontos de contacto maximizados com o seu eleitorado preferencial”, diz Costa Pinto.

Segundo o politólogo, o modelo de comunicação do líder do Chega – discurso polarizado, mensagem curta – é propício ao ecossistema digital. “Quanto mais simplista é o discurso, mais impacto tem nas redes sociais. Sobretudo se as ideias foram expressas de forma clara”, explica.

A seguir ao PSD, na lista de vídeos mais vistos da primeira sessão parlamentar da nova legislatura, está a intervenção de João Cotrim Figueiredo, do Iniciativa Liberal, com 19 817 visualizações; à distância está Joacine Katar Moreira, do Livre, com apenas 4819. Nos últimos lugares, surgem a CDU e o PAN. A intervenção de Jerónimo de Sousa, político com longo percurso no Parlamento, foi vista 185 vezes; por sua vez, a de André Silva conta com 127 visualizações.

Dos nove partidos com assento parlamentar, só o CDS não divulgou nas contas oficiais do partido no Youtube as intervenções dos seus deputados.

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