Autárquicas – Manual de Boas Práticas à Borla:

07-03-2020
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Uma eleição autárquica não se ganha contratando duas, três, ou mais empresas de comunicação ao mesmo tempo;

Uma eleição autárquica não se ganha por se conseguir meter duas, três, dez ou vinte notícias nos jornais e outras tantas nas televisões;

Uma eleição autárquica não se ganha fazendo sondagens marteladas e delas dar conhecimento a todo o mundo e arredores;

Uma eleição autárquica não se ganha com camiões gigantescos, porcos a esmo e concertos às dúzias;

Uma eleição autárquica não se ganha em campeonatos de quem mete mais outdoors por m2;

E sabem o porquê de afirmar tudo isto?

Porque na Trofa assisti e fui parte de uma campanha onde apenas se contratou uma empresa de comunicação e a determinada altura, um dos responsáveis locais afirmou, “se contratámos os homens porque os consideramos especialistas e se eles dizem que é branco, só temos dois caminhos: ou vamos apostar no branco ou vamos dispensar os seus serviços”. E fez-se branco.

Porque na Trofa assisti e fui parte numa campanha onde ninguém, repito, ninguém ligou patavina à questão das notícias nos jornais nacionais, nas televisões e rádios nacionais e se apostou na comunicação social de proximidade.

Porque na Trofa assisti e fui parte de uma campanha que apostou em fazer três grandes sondagens, todas com amostra de 1500 pessoas e na primeira procurando saber, para além das intenções de voto, qual a real expectativa da população. E os resultados ficaram onde tinham que ficar: internamente. E já agora, sabem quais foram os resultados? Na primeira, 11 pontos atrás (março). Na segunda 2,5 pontos atrás e empate técnico. E na terceira, a 15 dias do acto eleitoral, 5 pontos na frente (o resultado final foi de 4 pontos de avanço). Todas feitas pela mesma empresa, uma empresa séria a quem foi dito que apenas se desejava saber a verdade e nada mais do que a verdade. E numa delas o cliente nem soube tudo, só a parte que interessava para a campanha.

Porque na Trofa assisti e fui parte de uma campanha onde foi dispensado o camião (pela primeira vez) e dispensada a mega caravana automóvel do costume tocando por uma arriscada festa da juventude de encerramento da campanha com todas as bandas do concelho. Onde apenas se fez um comício ao ar livre mas, isso sim, se fez um porta-a-porta como deve ser, durante meses a fio, todos os dias e de manhã cedo até horas bem tardias.

Porque na Trofa assisti e fui parte de uma campanha que apostou em cumprir religiosamente o orçamento inicial e por isso se colocaram apenas e só os outdoors necessários e apenas com duas mudas, sendo que a última se limitou a colar um vinil de ponta a ponta a apelar ao voto nos outdoors existentes. Nem autocolantes nem packs escolares nem bolas de futebol. Só o mínimo indispensável de material e sempre muito controlado.

Mais, na Trofa, a equipa que fez a comunicação dita “normal/clássica” foi a mesma que fez a comunicação digital, a comunicação estratégica, o marketing e todo o multimédia. Sem misturar alhos com bugalhos. E numa estratégia igual tanto para a câmara, como para a assembleia e, obviamente, para as juntas de freguesia. Aqui não existiu o amigo da prima a desenhar cartazes, a junta a impor a filha que andou em comunicação nem a salgalhada de misturar empresas.

Sobretudo, na Trofa e graças ao Sérgio Humberto e à sua equipa, existiu liderança, estratégia e um verdadeiro rumo. Tudo foi definido em conjunto e à partida e todos seguiram à risca. Sem medos. Com tomates. Assim é fácil trabalhar. Assim dá gosto e dá “pica” trabalhar. Assim foi fácil ter gente a trabalhar mais de 20 horas por dia com prazer e enorme entusiasmo. Assim vale a pena. E depois, os resultados aparecem.

Na Trofa, a coligação “Unidos pela Trofa” venceu tendo tudo para correr mal: enfrentava o poder instalado que tinha tido uma vitória histórica em 2009; o candidato nunca tinha sido autarca e o mesmo se passava com o candidato na maior freguesia do concelho (que vale quase 60% do eleitorado); os meios financeiros eram pequenos quando comparados com a concorrente; a coligação era entre o PSD e o CDS (ambos fortes apoiantes do actual governo); nunca esconderam as siglas; o Secretário Geral do PS esteve em campanha na Trofa três vezes e duas delas na última semana; o PSD teve o seu pior resultado nacional de sempre em eleições autárquicas e, para ajudar, a história diz-nos que vencer a um presidente de câmara, no seu primeiro mandato, acontece uma vez em 600 e Joana Lima (PS) não fez a coisa por menos com inaugurações a esmo de obras no último mês.

Por isso, pé ante pé, quase sem ninguém dar por ela, esta noite fez-se história na Trofa. Uma bela história. Não escondo que chorei baba e ranho de alegria quando, feitas as contas, se verificou termos ganho. Uma vitória de raiva, arrancada a ferros, com muito suor. Uma vitória onde vários actores provaram várias coisas a muito boa gente. Uma vitória do Sérgio Humberto e de todos os que com ele se candidataram. Uma vitória do querer e da coragem.

Na minha página pessoal do facebook, mal soube os resultados, escrevi: “Hoje é, eleitoralmente, o dia mais feliz da minha vida”. É verdade, foi. Mesmo tendo perdido no Porto onde estive a trabalhar as redes sociais (por acaso, nesse campo o Porto Forte foi mais “forte” que a concorrência). Mesmo tendo perdido em Gaia onde estive a trabalhar as redes sociais e parte do grafismo. Mesmo sentindo uma dor imensa pela derrota de um dos meus melhores amigos e uma das pessoas que mais admiro na vida, o Carlos Abreu Amorim. Porém, nem no Porto nem em Gaia, quer eu quer a minha equipa fomos ouvidos como na Trofa, fomos tidos e achados como na Trofa. Não que isso tivesse evitado o resultado final verificado, obviamente que não. Porém, não é a mesma coisa, em termos de comunicação política e estratégia de comunicação, sermos responsáveis por tudo ou estar apenas em parte e, pior, misturando filosofias de comunicação e pessoas da comunicação com estilos, experiências e escolas de vida diferentes.

Eu tive (e tenho) a felicidade de ter uma equipa extraordinária. Uma equipa que não perguntava as horas, que deve muitas delas à cama, que trabalhou de forma incansável. Alguns deles nem os vi durante semanas a não ser no facebook.

Por isso mesmo, o Sérgio Humberto, os seus companheiros e a Trofa fazem-me afirmar que esta foi a vitória profissional mais feliz da minha vida. Mesmo quando em 2009 tive o privilégio de trabalhar na maior vitória de sempre de Bragança Fernandes e do PSD na Maia e tantas outras em que participei, eu que ando em campanhas eleitorais, feito tolinho, desde 1980 (tinha eu sete anos de idade) sem parar. Felizmente, profissionalmente, ainda não sei o que é perder umas eleições onde tenha tido liberdade profissional e criativa, nunca sozinho e sempre bem rodeado de homens e mulheres profissionalmente fantásticos, a exemplo do que tive na Trofa.

Se na Maia fui tão feliz com “Um concelho à frente do seu tempo”. Se em Braga, com a CEJ e o “Todos Somos Braga” fiz as pazes com essa maravilhosa cidade que tão bem me acolheu. Na Trofa senti na pele o que é o “Orgulho Trofense” e hoje posso afirmar com imenso orgulho que, mesmo por adopção, sou Orgulhosamente Trofense.

Obrigado Trofa! Obrigado Sérgio!

Uma eleição autárquica não se ganha contratando duas, três, ou mais empresas de comunicação ao mesmo tempo;

Uma eleição autárquica não se ganha por se conseguir meter duas, três, dez ou vinte notícias nos jornais e outras tantas nas televisões;

Uma eleição autárquica não se ganha fazendo sondagens marteladas e delas dar conhecimento a todo o mundo e arredores;

Uma eleição autárquica não se ganha com camiões gigantescos, porcos a esmo e concertos às dúzias;

Uma eleição autárquica não se ganha em campeonatos de quem mete mais outdoors por m2;

E sabem o porquê de afirmar tudo isto?

Porque na Trofa assisti e fui parte de uma campanha onde apenas se contratou uma empresa de comunicação e a determinada altura, um dos responsáveis locais afirmou, “se contratámos os homens porque os consideramos especialistas e se eles dizem que é branco, só temos dois caminhos: ou vamos apostar no branco ou vamos dispensar os seus serviços”. E fez-se branco.

Porque na Trofa assisti e fui parte numa campanha onde ninguém, repito, ninguém ligou patavina à questão das notícias nos jornais nacionais, nas televisões e rádios nacionais e se apostou na comunicação social de proximidade.

Porque na Trofa assisti e fui parte de uma campanha que apostou em fazer três grandes sondagens, todas com amostra de 1500 pessoas e na primeira procurando saber, para além das intenções de voto, qual a real expectativa da população. E os resultados ficaram onde tinham que ficar: internamente. E já agora, sabem quais foram os resultados? Na primeira, 11 pontos atrás (março). Na segunda 2,5 pontos atrás e empate técnico. E na terceira, a 15 dias do acto eleitoral, 5 pontos na frente (o resultado final foi de 4 pontos de avanço). Todas feitas pela mesma empresa, uma empresa séria a quem foi dito que apenas se desejava saber a verdade e nada mais do que a verdade. E numa delas o cliente nem soube tudo, só a parte que interessava para a campanha.

Porque na Trofa assisti e fui parte de uma campanha onde foi dispensado o camião (pela primeira vez) e dispensada a mega caravana automóvel do costume tocando por uma arriscada festa da juventude de encerramento da campanha com todas as bandas do concelho. Onde apenas se fez um comício ao ar livre mas, isso sim, se fez um porta-a-porta como deve ser, durante meses a fio, todos os dias e de manhã cedo até horas bem tardias.

Porque na Trofa assisti e fui parte de uma campanha que apostou em cumprir religiosamente o orçamento inicial e por isso se colocaram apenas e só os outdoors necessários e apenas com duas mudas, sendo que a última se limitou a colar um vinil de ponta a ponta a apelar ao voto nos outdoors existentes. Nem autocolantes nem packs escolares nem bolas de futebol. Só o mínimo indispensável de material e sempre muito controlado.

Mais, na Trofa, a equipa que fez a comunicação dita “normal/clássica” foi a mesma que fez a comunicação digital, a comunicação estratégica, o marketing e todo o multimédia. Sem misturar alhos com bugalhos. E numa estratégia igual tanto para a câmara, como para a assembleia e, obviamente, para as juntas de freguesia. Aqui não existiu o amigo da prima a desenhar cartazes, a junta a impor a filha que andou em comunicação nem a salgalhada de misturar empresas.

Sobretudo, na Trofa e graças ao Sérgio Humberto e à sua equipa, existiu liderança, estratégia e um verdadeiro rumo. Tudo foi definido em conjunto e à partida e todos seguiram à risca. Sem medos. Com tomates. Assim é fácil trabalhar. Assim dá gosto e dá “pica” trabalhar. Assim foi fácil ter gente a trabalhar mais de 20 horas por dia com prazer e enorme entusiasmo. Assim vale a pena. E depois, os resultados aparecem.

Na Trofa, a coligação “Unidos pela Trofa” venceu tendo tudo para correr mal: enfrentava o poder instalado que tinha tido uma vitória histórica em 2009; o candidato nunca tinha sido autarca e o mesmo se passava com o candidato na maior freguesia do concelho (que vale quase 60% do eleitorado); os meios financeiros eram pequenos quando comparados com a concorrente; a coligação era entre o PSD e o CDS (ambos fortes apoiantes do actual governo); nunca esconderam as siglas; o Secretário Geral do PS esteve em campanha na Trofa três vezes e duas delas na última semana; o PSD teve o seu pior resultado nacional de sempre em eleições autárquicas e, para ajudar, a história diz-nos que vencer a um presidente de câmara, no seu primeiro mandato, acontece uma vez em 600 e Joana Lima (PS) não fez a coisa por menos com inaugurações a esmo de obras no último mês.

Por isso, pé ante pé, quase sem ninguém dar por ela, esta noite fez-se história na Trofa. Uma bela história. Não escondo que chorei baba e ranho de alegria quando, feitas as contas, se verificou termos ganho. Uma vitória de raiva, arrancada a ferros, com muito suor. Uma vitória onde vários actores provaram várias coisas a muito boa gente. Uma vitória do Sérgio Humberto e de todos os que com ele se candidataram. Uma vitória do querer e da coragem.

Na minha página pessoal do facebook, mal soube os resultados, escrevi: “Hoje é, eleitoralmente, o dia mais feliz da minha vida”. É verdade, foi. Mesmo tendo perdido no Porto onde estive a trabalhar as redes sociais (por acaso, nesse campo o Porto Forte foi mais “forte” que a concorrência). Mesmo tendo perdido em Gaia onde estive a trabalhar as redes sociais e parte do grafismo. Mesmo sentindo uma dor imensa pela derrota de um dos meus melhores amigos e uma das pessoas que mais admiro na vida, o Carlos Abreu Amorim. Porém, nem no Porto nem em Gaia, quer eu quer a minha equipa fomos ouvidos como na Trofa, fomos tidos e achados como na Trofa. Não que isso tivesse evitado o resultado final verificado, obviamente que não. Porém, não é a mesma coisa, em termos de comunicação política e estratégia de comunicação, sermos responsáveis por tudo ou estar apenas em parte e, pior, misturando filosofias de comunicação e pessoas da comunicação com estilos, experiências e escolas de vida diferentes.

Eu tive (e tenho) a felicidade de ter uma equipa extraordinária. Uma equipa que não perguntava as horas, que deve muitas delas à cama, que trabalhou de forma incansável. Alguns deles nem os vi durante semanas a não ser no facebook.

Por isso mesmo, o Sérgio Humberto, os seus companheiros e a Trofa fazem-me afirmar que esta foi a vitória profissional mais feliz da minha vida. Mesmo quando em 2009 tive o privilégio de trabalhar na maior vitória de sempre de Bragança Fernandes e do PSD na Maia e tantas outras em que participei, eu que ando em campanhas eleitorais, feito tolinho, desde 1980 (tinha eu sete anos de idade) sem parar. Felizmente, profissionalmente, ainda não sei o que é perder umas eleições onde tenha tido liberdade profissional e criativa, nunca sozinho e sempre bem rodeado de homens e mulheres profissionalmente fantásticos, a exemplo do que tive na Trofa.

Se na Maia fui tão feliz com “Um concelho à frente do seu tempo”. Se em Braga, com a CEJ e o “Todos Somos Braga” fiz as pazes com essa maravilhosa cidade que tão bem me acolheu. Na Trofa senti na pele o que é o “Orgulho Trofense” e hoje posso afirmar com imenso orgulho que, mesmo por adopção, sou Orgulhosamente Trofense.

Obrigado Trofa! Obrigado Sérgio!

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