Nova AD baralha Assembleia Magna

24-08-1999
marcar artigo

Marcelo Rebelo de Sousa conta com este projecto para lançar algumas das ideias contidas na moção que vai apresentar em Tavira, mas desconhece ainda o formato das sessões agendadas para este ano. De resto, nem sequer é líquido que as propostas da Alternativa Democrática possam influenciar de algum modo a forma como Balsemão e Aguiar-Branco tencionam desenhar a segunda fase do projecto que lideram.

As incógnitas à volta das intenções reais de Marcelo com a sua moção são variáveis a considerar no modelo a utilizar e nos temas a abordar no segundo fôlego da Assembleia Magna. Temas como o dos infopobres, ou o das reformas sectoriais ainda permanece em cima da mesa da discussão, mas as decisões a tomar por Pinto Balsemão só serão conhecidas ao longo deste mês. Para já, permanecem em aberto as várias possibilidades para o modelo das futuras sessões, estudado antes das autárquicas, sendo certo que a Assembleia Magna retomará o seu rumo nos próximos meses.

Valentim zanga-se com Filipe Menezes

Na passada semana, Valentim Loureiro foi pedir contas a Filipe Menezes, quando soube que este se preparava para adiar para Maio as eleições na Distrital.

Os quatro meses que ficariam a faltar eram tempo demasiado para a estratégia do major, acossado pela necessidade de surpreender os adversários numa campanha-relâmpago. Valentim Loureiro tentou adiar o mais possível o anúncio formal da sua candidatura, preferindo fazê-lo apenas quando não restasse espaço de manobra para alternativas. Por isso, Valentim foi dizer a Menezes que não estava nada satisfeito com a decisão de adiamento.

A lógica da atitude de Luís Filipe Menezes passava pelo ajustamento da data da eleição com a do Congresso Nacional do partido, onde ele gostaria de aparecer ainda como líder da mais poderosa Distrital. Só que Menezes já se tinha comprometido no apoio às intenções sucessórias de Valentim e viu-se confrontado com acusações de traição ao plano inicial.

A voz forte do major acabou por determinar o desenrolar do processo e Menezes marcou as eleições para a data mais próxima que lhe era possível, logo no início de Março. Valentim sossegou, mas sectores importantes do partido no Porto ficaram ainda mais descontentes com a forma como Menezes conduz o final do seu último mandato. «O que mais me impressiona é ver a ascendência que Valentim já ganhou sobre Menezes e sobre toda a máquina do partido no distrito», confessou ao EXPRESSO um elemento da actual Comissão Política Distrital.

Os protestos mais evidentes surgiram do interior do chamado «grupo geracional». Nesta facção, onde pontuam os nomes de Sérgio Vieira e Marco António, as críticas sobre a postura de Menezes no processo da sua sucessão subiram de tom.

O grupo é composto por elementos que se habituaram a partilhar o poder com Menezes desde o tempo da JSD e que, agora, se confrontam com a possibilidade de ser afastados pela «entourage» de Valentim, com nomes como os de José Luís Oliveira.

Contudo, Menezes joga ainda outro trunfo nas eleições da Distrital a sete de Março: marcou as eleições para a Concelhia do Porto para a mesma data. O tabuleiro duplica-se e abre válvulas de escape para a eventualidade de as tensões internas aumentarem.

Para a Concelhia, os nomes em confronto deverão ser os de Sérgio Vieira e de Ricardo Figueiredo, com os críticos ao lado deste último e os «menezistas» a apoiar o ex-líder da JSD/Porto.

Ricardo J. Pinto

Marcelo Rebelo de Sousa conta com este projecto para lançar algumas das ideias contidas na moção que vai apresentar em Tavira, mas desconhece ainda o formato das sessões agendadas para este ano. De resto, nem sequer é líquido que as propostas da Alternativa Democrática possam influenciar de algum modo a forma como Balsemão e Aguiar-Branco tencionam desenhar a segunda fase do projecto que lideram.

As incógnitas à volta das intenções reais de Marcelo com a sua moção são variáveis a considerar no modelo a utilizar e nos temas a abordar no segundo fôlego da Assembleia Magna. Temas como o dos infopobres, ou o das reformas sectoriais ainda permanece em cima da mesa da discussão, mas as decisões a tomar por Pinto Balsemão só serão conhecidas ao longo deste mês. Para já, permanecem em aberto as várias possibilidades para o modelo das futuras sessões, estudado antes das autárquicas, sendo certo que a Assembleia Magna retomará o seu rumo nos próximos meses.

Valentim zanga-se com Filipe Menezes

Na passada semana, Valentim Loureiro foi pedir contas a Filipe Menezes, quando soube que este se preparava para adiar para Maio as eleições na Distrital.

Os quatro meses que ficariam a faltar eram tempo demasiado para a estratégia do major, acossado pela necessidade de surpreender os adversários numa campanha-relâmpago. Valentim Loureiro tentou adiar o mais possível o anúncio formal da sua candidatura, preferindo fazê-lo apenas quando não restasse espaço de manobra para alternativas. Por isso, Valentim foi dizer a Menezes que não estava nada satisfeito com a decisão de adiamento.

A lógica da atitude de Luís Filipe Menezes passava pelo ajustamento da data da eleição com a do Congresso Nacional do partido, onde ele gostaria de aparecer ainda como líder da mais poderosa Distrital. Só que Menezes já se tinha comprometido no apoio às intenções sucessórias de Valentim e viu-se confrontado com acusações de traição ao plano inicial.

A voz forte do major acabou por determinar o desenrolar do processo e Menezes marcou as eleições para a data mais próxima que lhe era possível, logo no início de Março. Valentim sossegou, mas sectores importantes do partido no Porto ficaram ainda mais descontentes com a forma como Menezes conduz o final do seu último mandato. «O que mais me impressiona é ver a ascendência que Valentim já ganhou sobre Menezes e sobre toda a máquina do partido no distrito», confessou ao EXPRESSO um elemento da actual Comissão Política Distrital.

Os protestos mais evidentes surgiram do interior do chamado «grupo geracional». Nesta facção, onde pontuam os nomes de Sérgio Vieira e Marco António, as críticas sobre a postura de Menezes no processo da sua sucessão subiram de tom.

O grupo é composto por elementos que se habituaram a partilhar o poder com Menezes desde o tempo da JSD e que, agora, se confrontam com a possibilidade de ser afastados pela «entourage» de Valentim, com nomes como os de José Luís Oliveira.

Contudo, Menezes joga ainda outro trunfo nas eleições da Distrital a sete de Março: marcou as eleições para a Concelhia do Porto para a mesma data. O tabuleiro duplica-se e abre válvulas de escape para a eventualidade de as tensões internas aumentarem.

Para a Concelhia, os nomes em confronto deverão ser os de Sérgio Vieira e de Ricardo Figueiredo, com os críticos ao lado deste último e os «menezistas» a apoiar o ex-líder da JSD/Porto.

Ricardo J. Pinto

marcar artigo