EXPRESSO

10-01-1998
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AO LONGO de 25 anos a primeira página do EXPRESSO foi-se transformando. Sem nunca perder as suas principais características: ser o rosto do jornal, a montra das principais notícias e acontecimentos de cada semana e o guia para os principais trabalhos publicados em cada caderno. Por cada «edição especial» compilaram-se as principais notícias do ano, totalmente reescritas para esta revista, ao mesmo tempo que se respeitou o grafismo à época utilizado.

Novidade antes mesmo de aparecer

Francisco Pinto

Balsemão AS PESSOAS escolhidas para o projecto editorial do EXPRESSO, sobretudo a inclusão nessa equipa de Marcelo Rebelo de Sousa (então com vinte e poucos anos e com dois ll no Marcelo e z no Sousa), levantaram alguma perplexidade. A mistura de accionistas iniciais também não era ortodoxa: desde a minha própria maioria à participação das famílias Ruella Ramos e Botelho Moniz, e ainda de Manuel Boullosa, da Ciesa e de vários pequenos accionistas, entre eles Ruben Andresen Leitão, António Guterres e António Patrício Gouveia.

Portugal e o Expresso

Marcelo Rebelo

de Sousa DURANTE 25 anos o EXPRESSO testemunhou e, mais do que isso, interferiu na evolução política de Portugal. Durante os 25 anos pude testemunhar essa interacção, primeiro como fundador e responsável no EXPRESSO, depois como observador ou como protagonista político. É a história desse meu testemunho que passo a apresentar.

O Expresso como exemplo

Augusto de Carvalho PEDEM-ME meia dúzia de linhas sobre a minha passagem pelo EXPRESSO, de que fui um dos fundadores - além de primeiro chefe de redacção, mais tarde subdirector, depois director e, finalmente, redactor principal. Aí vão essas linhas, podendo desde já anunciar que estou a escrever um livro sobre os primeiros 12 anos do EXPRESSO. Um jornal por onde passou uma fatia substancial da vida política e social de então. Pedem-me, no entanto, que escreva na minha qualidade de antigo director.

Seriedade e prazer

José António Saraiva CHATO, credível, maçudo, sério, pesado, completo, isento, clássico, independente, verdadeiro, sisudo, rigoroso, aberto, influente, cinzento, institucional, estável, informado, consistente - todos estes adjectivos já foram, numa ou noutra ocasião, aplicados ao EXPRESSO.

EM 25 anos a paisagem mudou substancialmente. As construções cresceram como cogumelos, as ruas, as praças e as avenidas mudaram de configuração. O EXPRESSO percorreu todo o país, em busca de fotografias significativas de 1973. Depois, fotografou, tanto quanto possível exactamente do mesmo ângulo, esses locais, para que se possam apreciar as diferenças. Lisboa

Porto

Gondomar

Póvoa de Varzim

Braga

Praia da Rocha

Vilamoura

Coimbra

Torres Vedras

Aveiro

Portimão

Setúbal

Évora

Bragança

Portalegre

Viseu

Funchal

Ponta Delegada

A VIDA dá muitas voltas em 25 anos. Pedimos a diversas personalidades que nos enviassem fotografias de 1973 e fotografamo-las especial e exclusivamente para o nosso aniversário. Mário Soares, que em 1973 estava exilado em Paris e hoje é o mais famoso político português, acedeu posar em conjunto com duas individualidades que desde há 25 anos são autênticos símbolos nacionais: Amália e Eusébio. O Trio de Portugal

Belmiro

D. Manuel

Rosa Mota

Júlio Pomar

Guterres

Herman

Figo

Marcelo

Henrique Mendes

Balsemão

Eunice

D. Duarte

Carvalhas

Maria João Pires

Carlos Cruz

Ana Salazar

Cavaco Silva

Cardoso Pires

Almeida Santos

Jardim

Champalimaud

Sampaio

NOS ÚLTIMOS 25 anos foram inventadas comodidades e palavras; redesenhados objectos, roupas e marcas; alterados rituais e poses; superados tempos e distâncias; modificados preços e moedas. Fomos à procura de palavras novas, de objectos de todos os dias, de marcas bem conhecidas, de situações comuns, de preços, de recordes e feitos desportivos, para os mostrar em contraste. Uma escolha não exaustiva que apenas pretende evocar a diferença dos tempos. Palavras Imagine que, em 1973, alguém dizia: «Vou meter o CD-ROM no PC.» Ninguém perceberia, salvo eventualmente um funcionário mais escrupuloso da PIDE, que tentaria prender imediatamente o autor da frase e... o tal de CD-ROM. Pois é, em 25 anos, muitas palavras apareceram e, o mais curioso, é que a maioria delas não quer dizer o que parece. Ou seja: Poder Instituições

Modernidade

Valores

Viajar Comodidade

Ligações rápidas

Subterrâneos

Sobre carris

Saber Educações

Ribaltas

Tablóides

Coloridos

Pregões

Viver Aparências

Culto do físico

Equipas de todos nós

Grande Ecrã

Espaço

Imagens

Alta fidelidade

GLOBALIZAÇÃO Da geoestratégia à geoeconomia À beira da viragem do milénio, a grande equação da geoeconomia tem como variáveis não o peso dos Estados-Nação, mas a mundialização e os blocos regionais

NORTE-SUL Do imperialismo à ajuda humanitária O Norte vê no Sul a origem de todas as ameaças contra a sua segurança e bem-estar. Seja por via da droga, da sida ou da imigração clandestina

PÓS-COMUNISMO Da Guerra Fria à hegemonia única O mundo mudou. O fim dos blocos não deu lugar, como parecia, a um mundo multipolar de equilíbrio incerto. O que parece afirmar-se é uma só potência, os Estados Unidos

LIBERDADE Das ditaduras ao tempo da liberdade Os casos paradigmáticos do Chile e da África do Sul mostram que um valor e um sistema político saíram claramente vencedores: a liberdade e a democracia

IDEOLOGIA Dos libertários aos novos conservadores Há 25 anos os americanos saíam à rua para defender a liberdade sexual. Hoje, a América é atravessada por manifestações de homens que prometem ser fiéis às mulheres

POBREZA Da velha pobreza aos novos excluídos Os excluídos já não são, como no passado, os vagabundos ou os deserdados da Terra. Hoje, estão nas cidades e ainda há pouco tempo tinham lugar no mercado de trabalho

IDADES De um mundo de idosos à era dos jovens Os velhos, sendo cada vez mais, perdem estatuto, enquanto os jovens, sendo cada vez menos, ganham influência. As mulheres continuam sacrificadas...

DROGA Da conciliação à derrota Há 25 anos era um hábito de certas elites culturais, associado a mitos de vanguardismo e contestação; hoje é um flagelo social que afecta todas as classes, sobretudo as mais pobres

ISMOS Do combate político à barbárie Ao contrário do terrorista dos anos 70 e 80 - laico e com um ideário marxista -, o do fim dos anos 90 é desideologizado, motivado por ferozes sentimentos étnicos ou religiosos

ENERGIA Do choque do petróleo ao fim do nuclear O nuclear chegou a despontar, com grande controvérsia, como a energia do futuro. Mas 1986 (contrachoque petrolífero e catástrofe de Chernobil) refreou esses entusiasmos

COMUNICAÇÃO Da aldeia global à interacção Numa era saturada de comunicação, o jornalismo deverá ser capaz de trazer um suplemento de conhecimento. A mera informação, de tão superabundante, desvalorizou-se

AO LONGO de 25 anos a primeira página do EXPRESSO foi-se transformando. Sem nunca perder as suas principais características: ser o rosto do jornal, a montra das principais notícias e acontecimentos de cada semana e o guia para os principais trabalhos publicados em cada caderno. Por cada «edição especial» compilaram-se as principais notícias do ano, totalmente reescritas para esta revista, ao mesmo tempo que se respeitou o grafismo à época utilizado.

Novidade antes mesmo de aparecer

Francisco Pinto

Balsemão AS PESSOAS escolhidas para o projecto editorial do EXPRESSO, sobretudo a inclusão nessa equipa de Marcelo Rebelo de Sousa (então com vinte e poucos anos e com dois ll no Marcelo e z no Sousa), levantaram alguma perplexidade. A mistura de accionistas iniciais também não era ortodoxa: desde a minha própria maioria à participação das famílias Ruella Ramos e Botelho Moniz, e ainda de Manuel Boullosa, da Ciesa e de vários pequenos accionistas, entre eles Ruben Andresen Leitão, António Guterres e António Patrício Gouveia.

Portugal e o Expresso

Marcelo Rebelo

de Sousa DURANTE 25 anos o EXPRESSO testemunhou e, mais do que isso, interferiu na evolução política de Portugal. Durante os 25 anos pude testemunhar essa interacção, primeiro como fundador e responsável no EXPRESSO, depois como observador ou como protagonista político. É a história desse meu testemunho que passo a apresentar.

O Expresso como exemplo

Augusto de Carvalho PEDEM-ME meia dúzia de linhas sobre a minha passagem pelo EXPRESSO, de que fui um dos fundadores - além de primeiro chefe de redacção, mais tarde subdirector, depois director e, finalmente, redactor principal. Aí vão essas linhas, podendo desde já anunciar que estou a escrever um livro sobre os primeiros 12 anos do EXPRESSO. Um jornal por onde passou uma fatia substancial da vida política e social de então. Pedem-me, no entanto, que escreva na minha qualidade de antigo director.

Seriedade e prazer

José António Saraiva CHATO, credível, maçudo, sério, pesado, completo, isento, clássico, independente, verdadeiro, sisudo, rigoroso, aberto, influente, cinzento, institucional, estável, informado, consistente - todos estes adjectivos já foram, numa ou noutra ocasião, aplicados ao EXPRESSO.

EM 25 anos a paisagem mudou substancialmente. As construções cresceram como cogumelos, as ruas, as praças e as avenidas mudaram de configuração. O EXPRESSO percorreu todo o país, em busca de fotografias significativas de 1973. Depois, fotografou, tanto quanto possível exactamente do mesmo ângulo, esses locais, para que se possam apreciar as diferenças. Lisboa

Porto

Gondomar

Póvoa de Varzim

Braga

Praia da Rocha

Vilamoura

Coimbra

Torres Vedras

Aveiro

Portimão

Setúbal

Évora

Bragança

Portalegre

Viseu

Funchal

Ponta Delegada

A VIDA dá muitas voltas em 25 anos. Pedimos a diversas personalidades que nos enviassem fotografias de 1973 e fotografamo-las especial e exclusivamente para o nosso aniversário. Mário Soares, que em 1973 estava exilado em Paris e hoje é o mais famoso político português, acedeu posar em conjunto com duas individualidades que desde há 25 anos são autênticos símbolos nacionais: Amália e Eusébio. O Trio de Portugal

Belmiro

D. Manuel

Rosa Mota

Júlio Pomar

Guterres

Herman

Figo

Marcelo

Henrique Mendes

Balsemão

Eunice

D. Duarte

Carvalhas

Maria João Pires

Carlos Cruz

Ana Salazar

Cavaco Silva

Cardoso Pires

Almeida Santos

Jardim

Champalimaud

Sampaio

NOS ÚLTIMOS 25 anos foram inventadas comodidades e palavras; redesenhados objectos, roupas e marcas; alterados rituais e poses; superados tempos e distâncias; modificados preços e moedas. Fomos à procura de palavras novas, de objectos de todos os dias, de marcas bem conhecidas, de situações comuns, de preços, de recordes e feitos desportivos, para os mostrar em contraste. Uma escolha não exaustiva que apenas pretende evocar a diferença dos tempos. Palavras Imagine que, em 1973, alguém dizia: «Vou meter o CD-ROM no PC.» Ninguém perceberia, salvo eventualmente um funcionário mais escrupuloso da PIDE, que tentaria prender imediatamente o autor da frase e... o tal de CD-ROM. Pois é, em 25 anos, muitas palavras apareceram e, o mais curioso, é que a maioria delas não quer dizer o que parece. Ou seja: Poder Instituições

Modernidade

Valores

Viajar Comodidade

Ligações rápidas

Subterrâneos

Sobre carris

Saber Educações

Ribaltas

Tablóides

Coloridos

Pregões

Viver Aparências

Culto do físico

Equipas de todos nós

Grande Ecrã

Espaço

Imagens

Alta fidelidade

GLOBALIZAÇÃO Da geoestratégia à geoeconomia À beira da viragem do milénio, a grande equação da geoeconomia tem como variáveis não o peso dos Estados-Nação, mas a mundialização e os blocos regionais

NORTE-SUL Do imperialismo à ajuda humanitária O Norte vê no Sul a origem de todas as ameaças contra a sua segurança e bem-estar. Seja por via da droga, da sida ou da imigração clandestina

PÓS-COMUNISMO Da Guerra Fria à hegemonia única O mundo mudou. O fim dos blocos não deu lugar, como parecia, a um mundo multipolar de equilíbrio incerto. O que parece afirmar-se é uma só potência, os Estados Unidos

LIBERDADE Das ditaduras ao tempo da liberdade Os casos paradigmáticos do Chile e da África do Sul mostram que um valor e um sistema político saíram claramente vencedores: a liberdade e a democracia

IDEOLOGIA Dos libertários aos novos conservadores Há 25 anos os americanos saíam à rua para defender a liberdade sexual. Hoje, a América é atravessada por manifestações de homens que prometem ser fiéis às mulheres

POBREZA Da velha pobreza aos novos excluídos Os excluídos já não são, como no passado, os vagabundos ou os deserdados da Terra. Hoje, estão nas cidades e ainda há pouco tempo tinham lugar no mercado de trabalho

IDADES De um mundo de idosos à era dos jovens Os velhos, sendo cada vez mais, perdem estatuto, enquanto os jovens, sendo cada vez menos, ganham influência. As mulheres continuam sacrificadas...

DROGA Da conciliação à derrota Há 25 anos era um hábito de certas elites culturais, associado a mitos de vanguardismo e contestação; hoje é um flagelo social que afecta todas as classes, sobretudo as mais pobres

ISMOS Do combate político à barbárie Ao contrário do terrorista dos anos 70 e 80 - laico e com um ideário marxista -, o do fim dos anos 90 é desideologizado, motivado por ferozes sentimentos étnicos ou religiosos

ENERGIA Do choque do petróleo ao fim do nuclear O nuclear chegou a despontar, com grande controvérsia, como a energia do futuro. Mas 1986 (contrachoque petrolífero e catástrofe de Chernobil) refreou esses entusiasmos

COMUNICAÇÃO Da aldeia global à interacção Numa era saturada de comunicação, o jornalismo deverá ser capaz de trazer um suplemento de conhecimento. A mera informação, de tão superabundante, desvalorizou-se

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