28/05/95
Listas da CDU na margem Sul
Aposta na popularidade dos autarcas
A quase certa saída do vice-presidente da bancada comunista José Manuel Maia e a preponderância de alguns dos autarcas mais populares da margem Sul do Tejo deverão ser as novidades mais significativas na lista de candidatos a deputados que a CDU vai apresentar pelo Círculo Eleitoral de Setúbal.
A ausência de José Manuel Maia não foi ainda oficialmente confirmada mas tudo aponta nesse sentido, já que o próprio ter-se-á mostrado "agastado" com o facto de estar em exercício parlamentar desde a primeira Assembleia Constituinte. "Vinte anos é muito tempo e a renovação não se faz apenas pela idade", disse ontem ao PÚBLICO José Manuel Maia, mostrando-se, ao mesmo tempo, disponível para novo mandato "se essa for a vontade do partido".
Por outro lado, os presidentes das câmaras de Almada (Emília de Sousa), Seixal (Eufrásio Filipe) e Moita (José Luis Pereira), que nas últimas eleições locais cimentaram grande popularidade, poderão ocupar lugares cimeiros na lista encabeçada por Octávio Teixeira, e que deverá estar definitivamente elaborada na próxima semana.
Além do cabeça de lista e a posição do elemento do partido "Os Verdes" - Heloísa Apolónia aparece no mesmo terceiro lugar com que se elegeu o actual deputado André Martins, que agora concorre pela Guarda -, há apenas a certeza de que Apolónia Teixeira e José Manuel Morais, sexto e sétimo em 91, não deverão figurar entre os vinte candidatos.
Odete Santos, outra das figuras históricas do PCP no Parlamento, deverá voltar a assegurar um lugar elegível, mas, ao contrário do que tinha sido indicado, não será a segunda da lista, como confirmou uma fonte da direcção da organização local do partido. Quanto à JCP, que já indicou o nome de Filipa Silva, deverá obter o sexto ou o sétimo lugar.
Paulo Rodrigues, que nesta legislatura substitui Apolónia Teixeira e Rogério Brito, ex-eurodeputado e presidente da câmara de Alcácer do Sal, também deverão surgir em lugares de destaque.
O distrito de Setúbal volta a ser uma zona de grandes apostas da CDU. Os comunistas portugueses confiam na possibilidade de elegerem um sexto deputado e foram já dadas instruções específicas para o "envolvimento directo e empenhado" de todos os presidentes de câmara da CDU, doze nos treze municípios da região.
"Reforma" para Catroga
Carlos Carvalhas, que ontem esteve num encontro distrital na Moita, afirmou que a "reforma antecipada" do ministro Eduardo Catroga seria o "grande exemplo" que o PSD e o Governo poderiam dar para a "transparência e a moralização da vida política". O secretário-geral do PCP aludia aos processos de privatização da Telecom e da Petrogal, que considerou "um escândalo".
"É preciso legislação para acabar com este tráfico de influências, as corridas ao tacho e os compadrios", disse o líder do PCP. Carvalhas lembrou ainda a recente troca de acusações entre o PSD e o PS a propósito das nomeações para lugares públicos por via partidária: "Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades".
Raul Tavares
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28/05/95
Listas da CDU na margem Sul
Aposta na popularidade dos autarcas
A quase certa saída do vice-presidente da bancada comunista José Manuel Maia e a preponderância de alguns dos autarcas mais populares da margem Sul do Tejo deverão ser as novidades mais significativas na lista de candidatos a deputados que a CDU vai apresentar pelo Círculo Eleitoral de Setúbal.
A ausência de José Manuel Maia não foi ainda oficialmente confirmada mas tudo aponta nesse sentido, já que o próprio ter-se-á mostrado "agastado" com o facto de estar em exercício parlamentar desde a primeira Assembleia Constituinte. "Vinte anos é muito tempo e a renovação não se faz apenas pela idade", disse ontem ao PÚBLICO José Manuel Maia, mostrando-se, ao mesmo tempo, disponível para novo mandato "se essa for a vontade do partido".
Por outro lado, os presidentes das câmaras de Almada (Emília de Sousa), Seixal (Eufrásio Filipe) e Moita (José Luis Pereira), que nas últimas eleições locais cimentaram grande popularidade, poderão ocupar lugares cimeiros na lista encabeçada por Octávio Teixeira, e que deverá estar definitivamente elaborada na próxima semana.
Além do cabeça de lista e a posição do elemento do partido "Os Verdes" - Heloísa Apolónia aparece no mesmo terceiro lugar com que se elegeu o actual deputado André Martins, que agora concorre pela Guarda -, há apenas a certeza de que Apolónia Teixeira e José Manuel Morais, sexto e sétimo em 91, não deverão figurar entre os vinte candidatos.
Odete Santos, outra das figuras históricas do PCP no Parlamento, deverá voltar a assegurar um lugar elegível, mas, ao contrário do que tinha sido indicado, não será a segunda da lista, como confirmou uma fonte da direcção da organização local do partido. Quanto à JCP, que já indicou o nome de Filipa Silva, deverá obter o sexto ou o sétimo lugar.
Paulo Rodrigues, que nesta legislatura substitui Apolónia Teixeira e Rogério Brito, ex-eurodeputado e presidente da câmara de Alcácer do Sal, também deverão surgir em lugares de destaque.
O distrito de Setúbal volta a ser uma zona de grandes apostas da CDU. Os comunistas portugueses confiam na possibilidade de elegerem um sexto deputado e foram já dadas instruções específicas para o "envolvimento directo e empenhado" de todos os presidentes de câmara da CDU, doze nos treze municípios da região.
"Reforma" para Catroga
Carlos Carvalhas, que ontem esteve num encontro distrital na Moita, afirmou que a "reforma antecipada" do ministro Eduardo Catroga seria o "grande exemplo" que o PSD e o Governo poderiam dar para a "transparência e a moralização da vida política". O secretário-geral do PCP aludia aos processos de privatização da Telecom e da Petrogal, que considerou "um escândalo".
"É preciso legislação para acabar com este tráfico de influências, as corridas ao tacho e os compadrios", disse o líder do PCP. Carvalhas lembrou ainda a recente troca de acusações entre o PSD e o PS a propósito das nomeações para lugares públicos por via partidária: "Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades".
Raul Tavares