Altos & Baixos

02-09-1999
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FERRO RODRIGUES

FERRO RODRIGUES - Cumpriu, uma vez mais, o seu papel de portador das boas notícias do Governo. Com os partidos de oposição limitados à discussão de questões orçamentais e apostados em retirar margem de manobra ao Executivo de Guterres nesta matéria, o ministro da Segurança Social teve que antecipar o anúncio de algumas benesses (já esperadas) em ano de eleições. Depois das reformas antecipadas para desempregados de longa duração, veio o aumento extraordinário das pensões, aproximando-as do salário mínimo nacional (como exigia o PP). Assumindo com total transparência o alcance eleitoralista do aumento, o ministro dividiu-o em duas fases: uma já em Outubro (para o referendo da regionalização) e outra em Junho (para as legislativas). E não se esqueceu de um elogio às pressões reivindicativas do PCP, demonstrando o carinho que os socialistas nutrem pela oposição de esquerda.

RAMALHO EANES

RAMALHO EANES - Caído há muito no esquecimento da vida política, o ex-Presidente reaparece a dar a cara pelo «sim» no referendo da regionalização. Com a malícia de repetir uma história com quase 20 anos: estar do mesmo lado da barricada com Guterres e a maioria do PS e ter como opositor, do outro lado da barricada, Mário Soares. Muita água passou, entretanto, debaixo das pontes e o seu estatuto perdeu força em relação a Soares. Mas a fractura do PS é quase idêntica e o apelo eanista do final dos anos 70 tem muito a ver com o apelo regionalista do final dos anos 90.

PEDRO DUARTE

PEDRO DUARTE - Foi aclamado por larga maioria no Congresso da JSD e assumiu a liderança com a força de não se ter submetido aos ditames de Marcelo nem ao canto de sereia de Santana Lopes. Manteve a realização do congresso na Figueira da Foz, apesar das ameaças do líder do partido, e afirmou-se claramente contra a regionalização, o que não terá agradado ao inconstante presidente da Câmara. Conseguiu ainda uma unidade que há muito não se via na JSD, englobando o seu próprio antecessor, Jorge Moreira da Silva, e sem oposição visível.

SÁ PINTO

SÁ PINTO - Depois da expiação, a glória. A selecção nacional de futebol assistiu à agressão irresponsável que o levou a um ano de afastamento dos estádios e deu-lhe agora a oportunidade de reabilitação. O ex-sportinguista não desperdiçou o momento e foi o motor, com enorme espírito de luta e dois golos preciosos, de uma pouco habitual (na selecção portuguesa) viragem do resultado, no jogo contra a Hungria. Ao contrário do que sucedeu na falhada qualificação para o Mundial, Portugal começou o Europeu da melhor maneira. Mas só os dois próximos desafios, contra a Roménia e na Eslováquia, permitirão avaliar até onde poderá chegar a equipa de Figo e Rui Costa.

EMÍDIO RANGEL

EMÍDIO RANGEL - Já se sabia que o director da SIC acredita que a sua televisão pode vender tudo, até Presidentes da República. Agora, tornou-se evidente que o deslumbramento do poder, neste caso televisivo, o levou à obsessão de transformar uma equipa de futebol em campeã nacional. Não há memória de uma campanha pseudo-informativa tão despudorada como a que a SIC vem fazendo na promoção do Benfica e na denigração dos seus adversários, em particular do FC Porto. O regressado programa «Os Donos da Bola» ultrapassa, nesta campanha, tudo o que os espíritos mais destorcidos poderiam imaginar. A quase fazer esquecer o realinhamento governamental da informação da RTP1, com o ministro Jorge Coelho a bater todos os recordes de presenças nas peças dos telejornais.

PEDRO BAPTISTA

PEDRO BAPTISTA - Não podiam, o PS e o Governo, ter escolhido melhor representante para defender a causa da SporTV e as decisões governativas nesta matéria. O fundamentalismo arrebatado deste deputado socialista só criou mais antipatias e embaraços, tanto no programa «Jogo Falado» como no Parlamento, aos que supostamente deveria defender. E continuam por justificar duas questões centrais: a mais que certa substituição dos jogos em directo para os emigrantes por diferidos que poucos quererão ver; e os preços elevadíssimos que terão de pagar pelas parabólicas e descodificadores todos os interessados na SporTV em localidades sem televisão por cabo. Por JOSÉ ANTÓNIO LIMA

FERRO RODRIGUES

FERRO RODRIGUES - Cumpriu, uma vez mais, o seu papel de portador das boas notícias do Governo. Com os partidos de oposição limitados à discussão de questões orçamentais e apostados em retirar margem de manobra ao Executivo de Guterres nesta matéria, o ministro da Segurança Social teve que antecipar o anúncio de algumas benesses (já esperadas) em ano de eleições. Depois das reformas antecipadas para desempregados de longa duração, veio o aumento extraordinário das pensões, aproximando-as do salário mínimo nacional (como exigia o PP). Assumindo com total transparência o alcance eleitoralista do aumento, o ministro dividiu-o em duas fases: uma já em Outubro (para o referendo da regionalização) e outra em Junho (para as legislativas). E não se esqueceu de um elogio às pressões reivindicativas do PCP, demonstrando o carinho que os socialistas nutrem pela oposição de esquerda.

RAMALHO EANES

RAMALHO EANES - Caído há muito no esquecimento da vida política, o ex-Presidente reaparece a dar a cara pelo «sim» no referendo da regionalização. Com a malícia de repetir uma história com quase 20 anos: estar do mesmo lado da barricada com Guterres e a maioria do PS e ter como opositor, do outro lado da barricada, Mário Soares. Muita água passou, entretanto, debaixo das pontes e o seu estatuto perdeu força em relação a Soares. Mas a fractura do PS é quase idêntica e o apelo eanista do final dos anos 70 tem muito a ver com o apelo regionalista do final dos anos 90.

PEDRO DUARTE

PEDRO DUARTE - Foi aclamado por larga maioria no Congresso da JSD e assumiu a liderança com a força de não se ter submetido aos ditames de Marcelo nem ao canto de sereia de Santana Lopes. Manteve a realização do congresso na Figueira da Foz, apesar das ameaças do líder do partido, e afirmou-se claramente contra a regionalização, o que não terá agradado ao inconstante presidente da Câmara. Conseguiu ainda uma unidade que há muito não se via na JSD, englobando o seu próprio antecessor, Jorge Moreira da Silva, e sem oposição visível.

SÁ PINTO

SÁ PINTO - Depois da expiação, a glória. A selecção nacional de futebol assistiu à agressão irresponsável que o levou a um ano de afastamento dos estádios e deu-lhe agora a oportunidade de reabilitação. O ex-sportinguista não desperdiçou o momento e foi o motor, com enorme espírito de luta e dois golos preciosos, de uma pouco habitual (na selecção portuguesa) viragem do resultado, no jogo contra a Hungria. Ao contrário do que sucedeu na falhada qualificação para o Mundial, Portugal começou o Europeu da melhor maneira. Mas só os dois próximos desafios, contra a Roménia e na Eslováquia, permitirão avaliar até onde poderá chegar a equipa de Figo e Rui Costa.

EMÍDIO RANGEL

EMÍDIO RANGEL - Já se sabia que o director da SIC acredita que a sua televisão pode vender tudo, até Presidentes da República. Agora, tornou-se evidente que o deslumbramento do poder, neste caso televisivo, o levou à obsessão de transformar uma equipa de futebol em campeã nacional. Não há memória de uma campanha pseudo-informativa tão despudorada como a que a SIC vem fazendo na promoção do Benfica e na denigração dos seus adversários, em particular do FC Porto. O regressado programa «Os Donos da Bola» ultrapassa, nesta campanha, tudo o que os espíritos mais destorcidos poderiam imaginar. A quase fazer esquecer o realinhamento governamental da informação da RTP1, com o ministro Jorge Coelho a bater todos os recordes de presenças nas peças dos telejornais.

PEDRO BAPTISTA

PEDRO BAPTISTA - Não podiam, o PS e o Governo, ter escolhido melhor representante para defender a causa da SporTV e as decisões governativas nesta matéria. O fundamentalismo arrebatado deste deputado socialista só criou mais antipatias e embaraços, tanto no programa «Jogo Falado» como no Parlamento, aos que supostamente deveria defender. E continuam por justificar duas questões centrais: a mais que certa substituição dos jogos em directo para os emigrantes por diferidos que poucos quererão ver; e os preços elevadíssimos que terão de pagar pelas parabólicas e descodificadores todos os interessados na SporTV em localidades sem televisão por cabo. Por JOSÉ ANTÓNIO LIMA

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