JORNAL PUBLICO: A visita de estudo de Pacheco Pereira

13-10-1999
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16/08/95

Candidato do PSD inicia campanha em Aveiro

A visita de estudo de Pacheco Pereira

Rui Baptista

Pacheco Pereira entrou em fase de preparação para defender a sua candidatura a primeiro deputado do PSD por Aveiro. Nesta primeira etapa foi acompanhado pelos dirigentes distritais do seu partido, entre eles o veterano Ângelo Correia, que não esconde a simpatia pelo recém-chegado competidor de Pacheco, Paulo Portas.

O cabeça de lista do PSD pelo círculo de Aveiro, Pacheco Pereira, iniciou ontem uma série de visitas a diversos pontos do distrito que pretende representar a partir das eleições legislativas de Outubro. Acompanhado pelos principais dirigentes distritais do partido do Governo e sob um calor sufocante, Pacheco Pereira começou a peregrinação pela vila centenária de Arouca.

Aí visitou longamente o Convento de Santa Mafalda. Deslocou-se depois a uma romaria realizada no coração da serra da Freita - onde foi confundido com o seu rival televisivo José Magalhães -, passou por Oliveira de Azeméis e terminou o dia na capital do distrito. Tratou-se, no fundo, de uma autêntica visita de estudo do sucessor de Ângelo Correia, que se mostrou ainda muito pouco à vontade no contacto com os seus presumíveis eleitores.

O debate realizado na véspera, nos estúdios da SIC, entre o socialista Carlos Candal e o independente Paulo Portas (Partido Popular), foi o principal assunto de conversa na caravana que acompanhou Pacheco Pereira na sua peregrinação por terras aveirenses. O próprio candidato do PSD, que declinou o convite para um frente-a-frente na SIC com Paulo Portas, acabou por se pronunciar sobre o debate da véspera, embora recusando-se a comentar "a substância" da discussão.

Para Pacheco Pereira, o socialista Carlos Candal colocou-se numa "posição de menoridade" ao aceitar debater o futuro de Aveiro com o candidato do Partido Popular, que é apenas a terceira força política do distrito. "Carlos Candal só esteve no debate da SIC porque eu me recusei a ir. Acabou por ir por empréstimo, numa situação que ofende a dignidade do Partido Socialista", disse Pacheco.

O candidato "laranja" voltou a reafirmar a sua disposição de participar em debates com os restantes cabeças de lista dos principais partidos, desde que que todos estejam em situação de igualdade. "A haver um único debate terá de ser entre o PSD e o PS, que são os dois maiores partidos", reforçou.

Para comprovar a sua disponibilidade para discutir os problemas de Aveiro anunciou que vai participar, no próximo dia 1 de Setembro, num jantar-debate promovido pelo semanário regional "O Aveiro", em que estarão também presentes Carlos Candal, Paulo Portas e a candidata comunista Maria Manuela Silva. O jantar-debate daquele semanário tem a originalidade de ser moderado pelo ex-presidente do PS, Ferraz de Abreu, e pelo antecessor de Pacheco Pereira, o cada vez mais surpreendente Ângelo Correia, que, há cerca de duas semanas, foi apanhado pelo PÚBLICO a almoçar num restaurante da Costa Nova com o seu amigo Paulo Portas.

Pacheco Pereira vai ainda participar num debate a quatro levado a cabo pela Rádio Renascença. Entretanto, vai intensificar as suas deslocações ao distrito. Na próxima semana (dia 23) almoça no refeitório de uma fábrica em Oliveira de Azeméis e janta em Aveiro, a convite dos Trabalhadores Sociais-Democratas (TSD). Para essa altura, está prevista uma intervenção política de fundo.

Nos próximos dias será também inaugurada a sede oficial de campanha, que em princípio ficará situada na avenida Lourenço Peixinho e que estará aberta ao público. O quartel-general da candidatura será na sede do PSD distrital.

Ontem, na fornalha da serra da Freita, e minutos antes de se envolver numa discussão, cordial, com um vendedor de bifanas, sobre os perigos da justiça popular, Pacheco aproveitou para zurzir Portas e Candal. Acusou o candidato popular de ter enveredado pelo "caminho fácil da demagogia", mas admitiu que Portas tem direito aos seus 15 minutos de fama". Candal, que na sua opinião tem uma "visão provinciana" da vida política, mereceu-lhe o seguinte comentário: "Não é um bom exemplo da defesa dos interesses de Aveiro."

16/08/95

Candidato do PSD inicia campanha em Aveiro

A visita de estudo de Pacheco Pereira

Rui Baptista

Pacheco Pereira entrou em fase de preparação para defender a sua candidatura a primeiro deputado do PSD por Aveiro. Nesta primeira etapa foi acompanhado pelos dirigentes distritais do seu partido, entre eles o veterano Ângelo Correia, que não esconde a simpatia pelo recém-chegado competidor de Pacheco, Paulo Portas.

O cabeça de lista do PSD pelo círculo de Aveiro, Pacheco Pereira, iniciou ontem uma série de visitas a diversos pontos do distrito que pretende representar a partir das eleições legislativas de Outubro. Acompanhado pelos principais dirigentes distritais do partido do Governo e sob um calor sufocante, Pacheco Pereira começou a peregrinação pela vila centenária de Arouca.

Aí visitou longamente o Convento de Santa Mafalda. Deslocou-se depois a uma romaria realizada no coração da serra da Freita - onde foi confundido com o seu rival televisivo José Magalhães -, passou por Oliveira de Azeméis e terminou o dia na capital do distrito. Tratou-se, no fundo, de uma autêntica visita de estudo do sucessor de Ângelo Correia, que se mostrou ainda muito pouco à vontade no contacto com os seus presumíveis eleitores.

O debate realizado na véspera, nos estúdios da SIC, entre o socialista Carlos Candal e o independente Paulo Portas (Partido Popular), foi o principal assunto de conversa na caravana que acompanhou Pacheco Pereira na sua peregrinação por terras aveirenses. O próprio candidato do PSD, que declinou o convite para um frente-a-frente na SIC com Paulo Portas, acabou por se pronunciar sobre o debate da véspera, embora recusando-se a comentar "a substância" da discussão.

Para Pacheco Pereira, o socialista Carlos Candal colocou-se numa "posição de menoridade" ao aceitar debater o futuro de Aveiro com o candidato do Partido Popular, que é apenas a terceira força política do distrito. "Carlos Candal só esteve no debate da SIC porque eu me recusei a ir. Acabou por ir por empréstimo, numa situação que ofende a dignidade do Partido Socialista", disse Pacheco.

O candidato "laranja" voltou a reafirmar a sua disposição de participar em debates com os restantes cabeças de lista dos principais partidos, desde que que todos estejam em situação de igualdade. "A haver um único debate terá de ser entre o PSD e o PS, que são os dois maiores partidos", reforçou.

Para comprovar a sua disponibilidade para discutir os problemas de Aveiro anunciou que vai participar, no próximo dia 1 de Setembro, num jantar-debate promovido pelo semanário regional "O Aveiro", em que estarão também presentes Carlos Candal, Paulo Portas e a candidata comunista Maria Manuela Silva. O jantar-debate daquele semanário tem a originalidade de ser moderado pelo ex-presidente do PS, Ferraz de Abreu, e pelo antecessor de Pacheco Pereira, o cada vez mais surpreendente Ângelo Correia, que, há cerca de duas semanas, foi apanhado pelo PÚBLICO a almoçar num restaurante da Costa Nova com o seu amigo Paulo Portas.

Pacheco Pereira vai ainda participar num debate a quatro levado a cabo pela Rádio Renascença. Entretanto, vai intensificar as suas deslocações ao distrito. Na próxima semana (dia 23) almoça no refeitório de uma fábrica em Oliveira de Azeméis e janta em Aveiro, a convite dos Trabalhadores Sociais-Democratas (TSD). Para essa altura, está prevista uma intervenção política de fundo.

Nos próximos dias será também inaugurada a sede oficial de campanha, que em princípio ficará situada na avenida Lourenço Peixinho e que estará aberta ao público. O quartel-general da candidatura será na sede do PSD distrital.

Ontem, na fornalha da serra da Freita, e minutos antes de se envolver numa discussão, cordial, com um vendedor de bifanas, sobre os perigos da justiça popular, Pacheco aproveitou para zurzir Portas e Candal. Acusou o candidato popular de ter enveredado pelo "caminho fácil da demagogia", mas admitiu que Portas tem direito aos seus 15 minutos de fama". Candal, que na sua opinião tem uma "visão provinciana" da vida política, mereceu-lhe o seguinte comentário: "Não é um bom exemplo da defesa dos interesses de Aveiro."

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