Portas desvaloriza Pacheco Pereira

27-08-1999
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As críticas a Pacheco deverão, pelo contrário, estar a cargo dos novos porta-vozes do PP para as eleições europeias - o economista António Pires de Lima, filho mais velho do bastonário da Ordem dos Advogados, e Teresa Caeiro, advogada e membro da Comissão Política do partido. Os outros porta-vozes são também dois advogados, João Mota Campos, filho de um especialista em direito comunitário, e Rita Vaz Pinto.

Portas irá fazer a Soares um conjunto de perguntas sobre a «visão de Portugal na Europa e sobre a Europa». Nomeadamente se aceita que na Constituição da República Portuguesa (CRP) fique expresso o princípio da delegação de soberania - que pode ser retirada a todo o tempo, ao contrário da transferência - ou que, também na CRP, fique consignado que qualquer alteração relevante da Lei Fundamental, decorrente de alguma questão europeia, fique dependente de referendo prévio.

Já só sobre a União, Portas quererá saber se Soares admite a existência de uma constituição europeia, de um governo europeu permanente ou de um exército europeu e o seu financiamento, entre outros assuntos.

A semana política popular ficou marcada pelas reacções de Portas ao nome de Pacheco Pereira, considerado na direcção do partido «bom para o PP». Ou, numa outra versão, como Portas já disse publicamente na terça-feira, se tivesse sido escolhido Pedro Santana Lopes para cabeça-de-lista, «seria muito melhor para o PSD».

Já o nome de Pacheco Pereira foi considerado por Portas «útil, porque vai certamente procurar retirar votos ao PS» - frisando que Pacheco «é uma pessoa sólida, da facção mais à esquerda do PSD».

E, procurando «matar dois coelhos de uma só cajadada», não se limitou ao passado do cabeça-de-lista: «Parece que no PSD o que está a dar é ter passado pela extrema esquerda. O futuro líder era maoísta e o cabeça-de-lista era leninista», disse.

Finalmente, recordou, com optimismo, o facto de terem sido adversários em Aveiro, nas últimas legislativas.

PP repesca programa da AD

Ainda na terça-feira ficou conhecida a assunção, pelo PP, do programa político da extinta AD. De manhã, Paulo Portas anunciava que o CDS/PP assume o programa político da Alternativa «sem exclusividade e incomodidade». E recordando o «substantivo contributo» centrista para o programa, invocou uma questão de coerência: «Na medida em que somos coerentes, assumimos como nossas grande parte das ideias desse programa».

Na mesma altura, confirmou as promessas de manter o seu discurso centrado nas preocupações com as classes médias e os cidadãos mais desfavorecidos, nomeadamente insistindo no aumento das reformas.

Em termos exclusivamente europeus - no mesmo dia Portas deslocou-se a Coimbra para uma reunião com as suas concelhias, onde foi discutida a estratégia para estas eleições -, o tema central da campanha, como já é conhecido, irá para um discurso de «delegação de soberania» e não transferência. A redução do défice democrático na União Europeia, dando mais poder ao Conselho Europeu e retirando-o à Comissão, será outra das batalhas.

TERESA OLIVEIRA

As críticas a Pacheco deverão, pelo contrário, estar a cargo dos novos porta-vozes do PP para as eleições europeias - o economista António Pires de Lima, filho mais velho do bastonário da Ordem dos Advogados, e Teresa Caeiro, advogada e membro da Comissão Política do partido. Os outros porta-vozes são também dois advogados, João Mota Campos, filho de um especialista em direito comunitário, e Rita Vaz Pinto.

Portas irá fazer a Soares um conjunto de perguntas sobre a «visão de Portugal na Europa e sobre a Europa». Nomeadamente se aceita que na Constituição da República Portuguesa (CRP) fique expresso o princípio da delegação de soberania - que pode ser retirada a todo o tempo, ao contrário da transferência - ou que, também na CRP, fique consignado que qualquer alteração relevante da Lei Fundamental, decorrente de alguma questão europeia, fique dependente de referendo prévio.

Já só sobre a União, Portas quererá saber se Soares admite a existência de uma constituição europeia, de um governo europeu permanente ou de um exército europeu e o seu financiamento, entre outros assuntos.

A semana política popular ficou marcada pelas reacções de Portas ao nome de Pacheco Pereira, considerado na direcção do partido «bom para o PP». Ou, numa outra versão, como Portas já disse publicamente na terça-feira, se tivesse sido escolhido Pedro Santana Lopes para cabeça-de-lista, «seria muito melhor para o PSD».

Já o nome de Pacheco Pereira foi considerado por Portas «útil, porque vai certamente procurar retirar votos ao PS» - frisando que Pacheco «é uma pessoa sólida, da facção mais à esquerda do PSD».

E, procurando «matar dois coelhos de uma só cajadada», não se limitou ao passado do cabeça-de-lista: «Parece que no PSD o que está a dar é ter passado pela extrema esquerda. O futuro líder era maoísta e o cabeça-de-lista era leninista», disse.

Finalmente, recordou, com optimismo, o facto de terem sido adversários em Aveiro, nas últimas legislativas.

PP repesca programa da AD

Ainda na terça-feira ficou conhecida a assunção, pelo PP, do programa político da extinta AD. De manhã, Paulo Portas anunciava que o CDS/PP assume o programa político da Alternativa «sem exclusividade e incomodidade». E recordando o «substantivo contributo» centrista para o programa, invocou uma questão de coerência: «Na medida em que somos coerentes, assumimos como nossas grande parte das ideias desse programa».

Na mesma altura, confirmou as promessas de manter o seu discurso centrado nas preocupações com as classes médias e os cidadãos mais desfavorecidos, nomeadamente insistindo no aumento das reformas.

Em termos exclusivamente europeus - no mesmo dia Portas deslocou-se a Coimbra para uma reunião com as suas concelhias, onde foi discutida a estratégia para estas eleições -, o tema central da campanha, como já é conhecido, irá para um discurso de «delegação de soberania» e não transferência. A redução do défice democrático na União Europeia, dando mais poder ao Conselho Europeu e retirando-o à Comissão, será outra das batalhas.

TERESA OLIVEIRA

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