Jorge Coelho
Para retirar mais impacto aos eventos, a escolha dos dirigentes distritais ocorre já este fim-de-semana. Quando for domingo, e faltarem três semanas ainda para os congressos, já o interesse estará esgotado.
Vitória do aparelho
António José Seguro
À excepção de Beja, Guarda e Leiria, em todos os restantes casos é reconduzido o líder da distrital: Jorge Coelho em Lisboa e Narciso Miranda no Porto, José Mota (Aveiro), António Reis (Braga), Mota Andrade (Bragança), Fernando Serrasqueiro (Castelo Branco), Fausto Correia (Coimbra), Henrique Troncho (Évora), José Apolinário (Faro), Romão Ferreira (Região Oeste), Ceia da Silva (Portalegre), Carlos Cunha (Santarém), Alberto Antunes (Setúbal), Rui Solheiro (Viana do Castelo) António Martinho (Vila Real) e José Junqueiro (Viseu).
Dois deles - Carlos Cunha e Alberto Antunes - acumulam o cargo com o de governadores civis, «sacrificando-se» voluntariamente para que o poder não escape à maioria guterrista. E o «sacrifício» é ainda maior no caso de António José Seguro, chamado a candidatar-se à Guarda, para dirigir a distrital e serenar os ânimos. Fica assim demonstrado, uma vez mais, que quando é preciso o aparelho avança e toma conta do assunto.
Os poucos que podiam ter força para enfrentar o poder instalado preferiram negociar. É o caso de Joaquim Vairinhos, o homem de Loulé, que, rompendo a tradição, não se candidata contra José Apolinário.
George invade Rádio Pax
Narciso Miranda
Em Beja, onde o guterrista Gavino Paixão - apoiado pelo anterior líder e ex-governador civil, António Saleiro - parecia ter a vitória tranquilamente assegurada sobre o sampaísta Francisco George, ocorreu à última hora um golpe de teatro. Invocando «irregularidades processuais», relacionadas com uma assinatura, o adversário de Gavino pediu a exclusão da sua candidatura. E a Comissão de Jurisdição Concelhia deu-lhe razão.
O caso haveria de transitar para a Comissão de Jurisdição Nacional, que decidiu ontem ao princípio da noite o adiamento das eleições em Beja e agendou já uma reunião das duas listas com a Comissão Organizadora do respectivo congresso.
Durante a tarde de ontem, a situação haveria de complicar-se para Francisco George, que, de cabeça perdida, invadiu por duas vezes as instalações da Rádio Pax, ameaçando agredir os jornalistas. Motivo: a transmissão de uma notícia com um depoimento de João Soares, em que o presidente da Câmara de Lisboa desmentia qualquer apoio a George e recordava o seu passado de militante comunista. A Rádio Pax anunciou já que o vai processar judicialmente.
Alberto Antunes
Os ataques e contra-ataques subiram de tom. Fernando Gomes e José Lello saíram em defesa de Narciso - que chegou a acusar o adversário de pôr a correr notícias sobre negócios pretensamente escuros em que estaria envolvido. No rescaldo da batalha, Assis ficou isolado, acabando por não se candidatar.
Conflitos à parte, o tão desejado regresso aos congressos não possibilitou ainda o debate de ideias, que os socialistas ciclicamente reivindicam.
Orlando Raimundo
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Jorge Coelho
Para retirar mais impacto aos eventos, a escolha dos dirigentes distritais ocorre já este fim-de-semana. Quando for domingo, e faltarem três semanas ainda para os congressos, já o interesse estará esgotado.
Vitória do aparelho
António José Seguro
À excepção de Beja, Guarda e Leiria, em todos os restantes casos é reconduzido o líder da distrital: Jorge Coelho em Lisboa e Narciso Miranda no Porto, José Mota (Aveiro), António Reis (Braga), Mota Andrade (Bragança), Fernando Serrasqueiro (Castelo Branco), Fausto Correia (Coimbra), Henrique Troncho (Évora), José Apolinário (Faro), Romão Ferreira (Região Oeste), Ceia da Silva (Portalegre), Carlos Cunha (Santarém), Alberto Antunes (Setúbal), Rui Solheiro (Viana do Castelo) António Martinho (Vila Real) e José Junqueiro (Viseu).
Dois deles - Carlos Cunha e Alberto Antunes - acumulam o cargo com o de governadores civis, «sacrificando-se» voluntariamente para que o poder não escape à maioria guterrista. E o «sacrifício» é ainda maior no caso de António José Seguro, chamado a candidatar-se à Guarda, para dirigir a distrital e serenar os ânimos. Fica assim demonstrado, uma vez mais, que quando é preciso o aparelho avança e toma conta do assunto.
Os poucos que podiam ter força para enfrentar o poder instalado preferiram negociar. É o caso de Joaquim Vairinhos, o homem de Loulé, que, rompendo a tradição, não se candidata contra José Apolinário.
George invade Rádio Pax
Narciso Miranda
Em Beja, onde o guterrista Gavino Paixão - apoiado pelo anterior líder e ex-governador civil, António Saleiro - parecia ter a vitória tranquilamente assegurada sobre o sampaísta Francisco George, ocorreu à última hora um golpe de teatro. Invocando «irregularidades processuais», relacionadas com uma assinatura, o adversário de Gavino pediu a exclusão da sua candidatura. E a Comissão de Jurisdição Concelhia deu-lhe razão.
O caso haveria de transitar para a Comissão de Jurisdição Nacional, que decidiu ontem ao princípio da noite o adiamento das eleições em Beja e agendou já uma reunião das duas listas com a Comissão Organizadora do respectivo congresso.
Durante a tarde de ontem, a situação haveria de complicar-se para Francisco George, que, de cabeça perdida, invadiu por duas vezes as instalações da Rádio Pax, ameaçando agredir os jornalistas. Motivo: a transmissão de uma notícia com um depoimento de João Soares, em que o presidente da Câmara de Lisboa desmentia qualquer apoio a George e recordava o seu passado de militante comunista. A Rádio Pax anunciou já que o vai processar judicialmente.
Alberto Antunes
Os ataques e contra-ataques subiram de tom. Fernando Gomes e José Lello saíram em defesa de Narciso - que chegou a acusar o adversário de pôr a correr notícias sobre negócios pretensamente escuros em que estaria envolvido. No rescaldo da batalha, Assis ficou isolado, acabando por não se candidatar.
Conflitos à parte, o tão desejado regresso aos congressos não possibilitou ainda o debate de ideias, que os socialistas ciclicamente reivindicam.
Orlando Raimundo