Porto contra a guerra

21-10-1999
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Filipovic e Drulovic, na Praça da Batalha

Porto manifesta-se contra guerra

Todos os dias surgem mais protestos contra os ataques da Nato. Na semana passada, a cidade do Porto foi palco de uma manifestação que contou com a presença de mais de mil pessoas. Entretanto, aumenta o número de organizações que exigem o fim dos bombardeamentos.

Mais de mil pessoas concentraram-se na Praça da Batalha, no Porto, para protestar contra a guerra na Jugoslávia, no passado dia 31, respondendo ao apelo do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC). Numerosas personalidades estiveram presentes na iniciativa, entre elas Ilda Figueiredo, cabeça de lista da CDU às eleições europeias, Emídio Ribeiro, membro da Comissão Política do PCP, o treinador de futebol Filipovic e o jogador Drulovic.

Os manifestantes aprovaram por unanimidade uma moção que condena os ataques na Nato e exige o fim imediato das operações militares e o regresso dos soldados portugueses envolvidos. O documento, entregue ao Governo Civil do Porto e ao Consulados dos Estados Unidos, apela ainda ao empenho da comunidade internacional na busca de uma solução política para o conflito, com respeito pelos direitos humanos e pela soberania dos estados.

Na ocasião, José Morgado, representante da CPPC, afirmou que «a actual agressão tem o objectivo de reforçar a presença militar dos EUA no centro da Europa e castigar todos os que se oponham à concretização dos seus objectivos expansionistas».

Filipovic e Drulovic, defendendo que as armas nunca construiram a paz, explicaram a importância histórica do Kosovo para a Sérvia.

A iniciativa contou com o apoio de numerosas organizações como o PCP, a JCP, a Federação Académica do Porto, a Associação de Estudantes da Faculdade de Letras, a Comissão Nacional da Pastoral Operária e a União dos Sindicatos dos Porto, bem como de vários sindicatos como o dos Professores, dos Médicos, da Função Pública, dos Seguros, dos Trabalhadores de Vestuário e das Indústrias Gráficas.

Entretanto, o abaixo-assinado contra a guerra tinha recolhido até segunda-feira cerca de 150 assinaturas na cidade do Porto. Entre outros, contam-se os nomes de Ilda Figueiredo, do historiador Óscar Lopes, do escritor e jornalista Viale Moutinho, do professor catedrático José Morgado, dos actores Alexandre Falcão e Júlio Cardoso, e dos artistas plásticos Elsa César, Rodrigo Cabral e Isabel Cabral. De referir que mais de 30 jornalistas do Jornal de Notícias também assinaram o documento.

O Movimento pelo Fim da Nato realiza hoje encontro público sobre os 50 anos da Nato, na Praça da Ribeira, às 18h30.

Protestos alastram

Entretanto, ao longo da última semana, multiplicaram-se um pouco por todo o país iniciativas e tomadas de posição que condenam a agressão da NATO à Jugoslávia.

Na Assembleia da República, os três vice-presidentes subscreveram uma declaração conjunta em que sublinham que as acções da Aliança Atlântica «foram decididas sem um mandato do Conselho de Segurança e à margem da Carta das Nações Unidas, o que constitui um grave precedente».

Os signatários, João Amaral, do PCP, Manuel Alegre, do PS, e Mota Amaral, do PSD, considerando «necessário e essencial o reforço do prestígio e autoridade da ONU», apelam para «a cessação das operações em curso e para retoma das negociações sob a égide da ONU, tendo em vista uma solução justa com o regresso dos refugiados ao Kosovo e o respeito pelos direitos de todas as part4es envolvidas»

Em Aveiro, dezenas de pessoas participaram na quinta-feira, dia 31, numa acção de protesto contra a intervenção da NATO na Jugoslávia, convocada pela União de Sindicatos do distrito com o apoio da Direcção Regional do PCP. A iniciativa realizou-se junto do Governo Civil de Aveiro onde os manifestantes entregaram uma moção.

Para ontem, a Direcção Regional de Lisboa do PCP tinha marcada uma acção de esclarecimento, no Rossio, sobre a guerra na Jugoslávia, a posição do governo português e o envolvimento de Portugal.

Também a Direcção Regional de Setúbal do PCP tem marcada para hoje uma acção de esclarecimento junto ao terminal fluvial de Cacilhas

À nossa redacção chegaram ainda condenações das acções militares da NATO e manifestações de solidariedade com o povo jugoslavo enviadas pelo Movimento Democrático das Mulheres, pela Federação Nacional dos Professores, pela Associação Portuguesa dos Deficientes, pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local, pelo Sindicato dos Metalúrgicos do Sul, pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio Escritórios e Serviços de Portugal, pela Câmara Municipal de Alcochete, e pela divisão de desporto da CM do Seixal, esta última dirigida ao jogador Drulovic, do Futebol Clube do Porto.

«Avante!» Nº 1323 - 8.Abril.1999

Filipovic e Drulovic, na Praça da Batalha

Porto manifesta-se contra guerra

Todos os dias surgem mais protestos contra os ataques da Nato. Na semana passada, a cidade do Porto foi palco de uma manifestação que contou com a presença de mais de mil pessoas. Entretanto, aumenta o número de organizações que exigem o fim dos bombardeamentos.

Mais de mil pessoas concentraram-se na Praça da Batalha, no Porto, para protestar contra a guerra na Jugoslávia, no passado dia 31, respondendo ao apelo do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC). Numerosas personalidades estiveram presentes na iniciativa, entre elas Ilda Figueiredo, cabeça de lista da CDU às eleições europeias, Emídio Ribeiro, membro da Comissão Política do PCP, o treinador de futebol Filipovic e o jogador Drulovic.

Os manifestantes aprovaram por unanimidade uma moção que condena os ataques na Nato e exige o fim imediato das operações militares e o regresso dos soldados portugueses envolvidos. O documento, entregue ao Governo Civil do Porto e ao Consulados dos Estados Unidos, apela ainda ao empenho da comunidade internacional na busca de uma solução política para o conflito, com respeito pelos direitos humanos e pela soberania dos estados.

Na ocasião, José Morgado, representante da CPPC, afirmou que «a actual agressão tem o objectivo de reforçar a presença militar dos EUA no centro da Europa e castigar todos os que se oponham à concretização dos seus objectivos expansionistas».

Filipovic e Drulovic, defendendo que as armas nunca construiram a paz, explicaram a importância histórica do Kosovo para a Sérvia.

A iniciativa contou com o apoio de numerosas organizações como o PCP, a JCP, a Federação Académica do Porto, a Associação de Estudantes da Faculdade de Letras, a Comissão Nacional da Pastoral Operária e a União dos Sindicatos dos Porto, bem como de vários sindicatos como o dos Professores, dos Médicos, da Função Pública, dos Seguros, dos Trabalhadores de Vestuário e das Indústrias Gráficas.

Entretanto, o abaixo-assinado contra a guerra tinha recolhido até segunda-feira cerca de 150 assinaturas na cidade do Porto. Entre outros, contam-se os nomes de Ilda Figueiredo, do historiador Óscar Lopes, do escritor e jornalista Viale Moutinho, do professor catedrático José Morgado, dos actores Alexandre Falcão e Júlio Cardoso, e dos artistas plásticos Elsa César, Rodrigo Cabral e Isabel Cabral. De referir que mais de 30 jornalistas do Jornal de Notícias também assinaram o documento.

O Movimento pelo Fim da Nato realiza hoje encontro público sobre os 50 anos da Nato, na Praça da Ribeira, às 18h30.

Protestos alastram

Entretanto, ao longo da última semana, multiplicaram-se um pouco por todo o país iniciativas e tomadas de posição que condenam a agressão da NATO à Jugoslávia.

Na Assembleia da República, os três vice-presidentes subscreveram uma declaração conjunta em que sublinham que as acções da Aliança Atlântica «foram decididas sem um mandato do Conselho de Segurança e à margem da Carta das Nações Unidas, o que constitui um grave precedente».

Os signatários, João Amaral, do PCP, Manuel Alegre, do PS, e Mota Amaral, do PSD, considerando «necessário e essencial o reforço do prestígio e autoridade da ONU», apelam para «a cessação das operações em curso e para retoma das negociações sob a égide da ONU, tendo em vista uma solução justa com o regresso dos refugiados ao Kosovo e o respeito pelos direitos de todas as part4es envolvidas»

Em Aveiro, dezenas de pessoas participaram na quinta-feira, dia 31, numa acção de protesto contra a intervenção da NATO na Jugoslávia, convocada pela União de Sindicatos do distrito com o apoio da Direcção Regional do PCP. A iniciativa realizou-se junto do Governo Civil de Aveiro onde os manifestantes entregaram uma moção.

Para ontem, a Direcção Regional de Lisboa do PCP tinha marcada uma acção de esclarecimento, no Rossio, sobre a guerra na Jugoslávia, a posição do governo português e o envolvimento de Portugal.

Também a Direcção Regional de Setúbal do PCP tem marcada para hoje uma acção de esclarecimento junto ao terminal fluvial de Cacilhas

À nossa redacção chegaram ainda condenações das acções militares da NATO e manifestações de solidariedade com o povo jugoslavo enviadas pelo Movimento Democrático das Mulheres, pela Federação Nacional dos Professores, pela Associação Portuguesa dos Deficientes, pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local, pelo Sindicato dos Metalúrgicos do Sul, pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio Escritórios e Serviços de Portugal, pela Câmara Municipal de Alcochete, e pela divisão de desporto da CM do Seixal, esta última dirigida ao jogador Drulovic, do Futebol Clube do Porto.

«Avante!» Nº 1323 - 8.Abril.1999

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