DN-Sociedade

12-01-1997
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RUBEN OBADIA É O NOVO CANDIDATO

Carlos Reis, entretanto, desistiu da corrida devido «à não aceitação» da sua demissão da JSD por parte da comissão política - que acha que ele é mais útil na distrital devido às eleições autárquicas - mas não desiste do projecto de mudar radicalmente a AAL. Até porque «há dirigentes associativos capazes de protagonizar esta ideia».

É neste ponto que surge o nome mais provável para avançar com um projecto que preconiza igualmente «uma maior participação directa dos cem mil estudantes de Lisboa», embora sem o apoio oficial da JSD e numa perspectiva «apartidária e anticorporativista», como o próprio sublinhou ao DN: Ruben Obadia, presidente da Associação da Universidade Lusófona. A sua candidatura deverá ser apresentada segunda-feira.

Carlos Reis enviou ontem uma carta aberta às associações de estudantes onde estão delineadas as linhas mestras do seu projecto. «Deixo cair a minha candidatura a partir do momento em que não reúno o consenso de um determinado número de pessoas», refere, embora reafirme que Rui Morais o apoiou.

«Depois da sua última atitude - o anúncio da própria candidatura - é o apoio da JSD ao ainda presidente da AAL que está completamente fora de causa», diz Carlos Reis. A Associação Académica de Lisboa «é partidária», acrescenta, e «é uma hipocrisia não se assumir isso».

O líder distrital sublinha que Rui Morais «é membro da Comissão dos Assuntos Económicos e Sociais da JSD e terá sempre um lugar na estrutura distrital da JSD se perder as eleições para a AAL». E que «todas as posições que tomou em matéria de educação eram faladas primeiro na juventude social-democrata».

Apesar de reconhecer que é um bom dirigente e que o apoia «pessoalmente», Carlos Reis diz mesmo que «a JSD, olhando para o actual panorama do movimento associativo, reconhece que o mandato de Rui Morais falhou». A sua preocupação centra-se também «na candidatura de Sandra Morgado, da Faculdade de Medicina, que é nitidamente montada e implementada por uma comissão partidária de esquerda».

Ao DN, Rui Morais disse «não comentar as outras candidaturas». «Estou a pagar pela minha independência», mas «as questões internas da JSD não me dizem respeito - só peço apoio às associações de estudantes». Nega veementemente «qualquer participação activa na vida partidária» durante o tempo em que foi presidente da associação.

Convicto de que vai ganhar, Rui Morais enumera as razões que o levaram a recandidatar-se: «dois projectos importantes que não quero deixar a meio (a rádio e a construção de residências); as negociações para mudança de instalações da AAL e a institucionalização do Espaço Ágora».

Mais importante ainda é o facto «de o ano que aí vem se prever politicamente complicado em termos de educação, pelo que convém entrar em 1997 com uma direcção experiente» e a sua vontade de «reestruturar a AAL, o que só ainda não foi feito porque as associações que a compõem não apresentaram projectos».

Depois do «corte discreto com Rui Morais» que muitos entendem ter sido concretizado pela JSD e da desistência de Carlos Reis, a juventude partidária não vai apoiar formalmente nenhum candidato.

Neste vazio provocado pelas convulsões dos sociais-democratas surge Ruben Obadia, que garante ter o apoio de «associações independentes» e que Carlos Reis qualifica de «uma excelente possibilidade».

Por seu lado, o presidente da JSD, Jorge Moreira da Silva, negou ao DN ter segurado Rui Morais no meio deste furacão: «Sempre que lhe dei o meu apoio parti do princípio de que era o escolhido pela JSD - não estava a caucionar a sua candidatura em toda e qualquer condição.» No entanto, «também não incentivei Carlos Reis a candidatar-se», e esse facto terá pesado na desistência do líder da distrital.

Para Jorge Moreira da Silva, que se assume como pacificador no meio da turbulência, «é necessário que Carlos Reis entenda que a Associação Académica de Lisboa é independente do movimento partidário e assim deve continuar». Mas também é preciso «que Rui Morais perceba ser contraproducente insurgir a AAL contra a JSD». As eleições para a maior estrutura estudantil de Lisboa seguem em Fevereiro.

RUBEN OBADIA É O NOVO CANDIDATO

Carlos Reis, entretanto, desistiu da corrida devido «à não aceitação» da sua demissão da JSD por parte da comissão política - que acha que ele é mais útil na distrital devido às eleições autárquicas - mas não desiste do projecto de mudar radicalmente a AAL. Até porque «há dirigentes associativos capazes de protagonizar esta ideia».

É neste ponto que surge o nome mais provável para avançar com um projecto que preconiza igualmente «uma maior participação directa dos cem mil estudantes de Lisboa», embora sem o apoio oficial da JSD e numa perspectiva «apartidária e anticorporativista», como o próprio sublinhou ao DN: Ruben Obadia, presidente da Associação da Universidade Lusófona. A sua candidatura deverá ser apresentada segunda-feira.

Carlos Reis enviou ontem uma carta aberta às associações de estudantes onde estão delineadas as linhas mestras do seu projecto. «Deixo cair a minha candidatura a partir do momento em que não reúno o consenso de um determinado número de pessoas», refere, embora reafirme que Rui Morais o apoiou.

«Depois da sua última atitude - o anúncio da própria candidatura - é o apoio da JSD ao ainda presidente da AAL que está completamente fora de causa», diz Carlos Reis. A Associação Académica de Lisboa «é partidária», acrescenta, e «é uma hipocrisia não se assumir isso».

O líder distrital sublinha que Rui Morais «é membro da Comissão dos Assuntos Económicos e Sociais da JSD e terá sempre um lugar na estrutura distrital da JSD se perder as eleições para a AAL». E que «todas as posições que tomou em matéria de educação eram faladas primeiro na juventude social-democrata».

Apesar de reconhecer que é um bom dirigente e que o apoia «pessoalmente», Carlos Reis diz mesmo que «a JSD, olhando para o actual panorama do movimento associativo, reconhece que o mandato de Rui Morais falhou». A sua preocupação centra-se também «na candidatura de Sandra Morgado, da Faculdade de Medicina, que é nitidamente montada e implementada por uma comissão partidária de esquerda».

Ao DN, Rui Morais disse «não comentar as outras candidaturas». «Estou a pagar pela minha independência», mas «as questões internas da JSD não me dizem respeito - só peço apoio às associações de estudantes». Nega veementemente «qualquer participação activa na vida partidária» durante o tempo em que foi presidente da associação.

Convicto de que vai ganhar, Rui Morais enumera as razões que o levaram a recandidatar-se: «dois projectos importantes que não quero deixar a meio (a rádio e a construção de residências); as negociações para mudança de instalações da AAL e a institucionalização do Espaço Ágora».

Mais importante ainda é o facto «de o ano que aí vem se prever politicamente complicado em termos de educação, pelo que convém entrar em 1997 com uma direcção experiente» e a sua vontade de «reestruturar a AAL, o que só ainda não foi feito porque as associações que a compõem não apresentaram projectos».

Depois do «corte discreto com Rui Morais» que muitos entendem ter sido concretizado pela JSD e da desistência de Carlos Reis, a juventude partidária não vai apoiar formalmente nenhum candidato.

Neste vazio provocado pelas convulsões dos sociais-democratas surge Ruben Obadia, que garante ter o apoio de «associações independentes» e que Carlos Reis qualifica de «uma excelente possibilidade».

Por seu lado, o presidente da JSD, Jorge Moreira da Silva, negou ao DN ter segurado Rui Morais no meio deste furacão: «Sempre que lhe dei o meu apoio parti do princípio de que era o escolhido pela JSD - não estava a caucionar a sua candidatura em toda e qualquer condição.» No entanto, «também não incentivei Carlos Reis a candidatar-se», e esse facto terá pesado na desistência do líder da distrital.

Para Jorge Moreira da Silva, que se assume como pacificador no meio da turbulência, «é necessário que Carlos Reis entenda que a Associação Académica de Lisboa é independente do movimento partidário e assim deve continuar». Mas também é preciso «que Rui Morais perceba ser contraproducente insurgir a AAL contra a JSD». As eleições para a maior estrutura estudantil de Lisboa seguem em Fevereiro.

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