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26-08-1999
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01 de Janeiro de 1970 / Autor: "Correio da Manhã" / Desporto

Fundos comunitários para o desporto O desporto português pode começar, já a partir do próximo ano e pela primeira vez, a ter acesso directo a fundos comunitários destinados à modernização das infra-estruturas desportivas. A revelação é feita pelo secretário de Estado do Desporto, Miranda Calha, em entrevista ao CM. A seis meses do final da legislatura, o governante defende que o Executivo cumpriu os compromissos assumidos mas quer enfrentar novos desafios, sendo a organização do Euro-2004 o maior de todos.

- Que balanço que faz da actuação governamental na área desportiva?

- Penso que conseguimos atingir os objectivos essenciais a que nos propusemos. Destaco a concretização da separação fundamental entre desporto profissional e não profissional através da criação das Sociedades Desportivas e do estatuto do praticante profissional. Na área da alta competição, reformulámos o estatuto do atleta de alta competição, criámos o seguro do praticante e criámos os Centro de Alto Rendimento. Criámos nova legislação relacionada com a segurança nos estádios e temos também uma nova legislação no combate ao doping além de que o nosso laboratório de doping e bioquimica é, neste momento, um dos melhores na Europa, para não dizer no mundo.

- E qual a grande frustração com que fica desta legislatura?

- Não posso dizer que tenha havido qualquer frustração porque o trabalho está feito. Mas digo que queremos reforçar muito as instalações desportivas. Já fizemos a primeira piscina olímpica coberta de 50 metros com condições para receber competições internacionais e está em curso a modernização do Estádio Nacional. Mas, quero realçar que foi constituída a Comissão Século XXI para preparar o programa global sobre as diversas vertentes do desporto e que incidirá na parte das infra-estruturas desportivas. O programa está concluído, será brevemente apresentado, e vai servir de base para que, pela primeira vez, a área do desporto possa também usufruir das verbas postas à disposição do país no âmbito do quadro comunitário de apoio para o período entre 2000 a 2006.

- Com o acesso a essas verbas, Portugal poderá aproximar-se dos níveis comunitários no que toca ao investimento no desporto?

- Durante estes anos já houve um aumento no investimento superior à média global da administração pública e portanto estamos a aproximar-nos dos países da UE. Mas claro que este aspecto será muito melhorado com o acesso aos fundos comunitários. Portugal na alta roda - Acha que no desporto não se pode acusar o Governo de inoperância como acontece noutras áreas?

- Não sou a pessoa mais indicada para responder. Posso é mostrar as alterações verificadas. Quando chegámos, um dos problemas mais graves era o das dívidas dos clubes ao Estado. Isso ficou resolvido e pela primeira vez o campeonato nacional começou com a situação dos clubes regularizada. Destaco, também, que conseguimos concretizar a Lei do Mecenato tendente a aumentar a capacidade de auto-financiamento.

- Uma das metas do programa do Governo era o aumento da participação desportiva dos cidadãos. Em 1995, apenas 30% da população fazia desporto, contra 60/70% nos países da UE. Pensa que, passados quatro anos, esse número aumentou?

- Brevemente, iremos apresentar um estudo sobre os hábitos desportivos dos portugueses. Mas, a nossa expectativa é que tenha aumentado já que criámos condições para isso através, por exemplo, da criação de entidades novas como são as associações promotoras de desporto, os clubes de praticantes, ou ainda o programa para férias desportivas e o projecto pódio para todos. Por outro lado, estamos agora na alta roda das mais diversas provas internacionais. Ganhámos as organizações do Mundial de pista coberta em atletismo, do Mundial de corta-mato, do Mundial de básquete em juniores, Do Mundial de estrada em ciclismo, da Gimnaestrada e, claro, somos candidatos ao Euro-2004 em futebol. Tudo isto irá por certo aumentar a participação desportiva.

- Portugal é favorito a organizar o Euro2004?

- As coisas estão encaminhadas e o Governo apoia com muita força. Seria importante, não só para a modalidade, mas também pelo impacto no conjunto do desporto e da sociedade. Recordo que o Europeu de Inglaterra foi visto por 6 biliões de pessoas, ou seja, durante um mês Portugal estaria no centro do mundo.

- Sente vontade de continuar neste cargo?

- Essas questões não dependem de nós. Dependem dos responsáveis maximos, nomeadamente do Primeiro-Ministro e da vontade dos portugueses. O nosso programa está substancialmente concretizado mas há mais desafios como o reforço dos resultados desportivos, o alargamento da participação desportiva, e por outro lado a afirmação de Portugal como país que está na alta roda das competições internacionais.

Bernardo Esteves Dois milhões para Sydney 2000 O Projecto Sydney 2000, destinado a preparar a participação portuguesa nas Olimpíadas do próximo ano, custou até ao momento 1,3 milhões de contos aos cofres do Estado, revela um relatório da Secretaria de estado do Desporto a que o CM teve acesso. O Governo estima que na altura da realização dos Jogos estes números cheguem aos 2 milhões de contos, quase o dobro do dinheiro despendido em Atlanta96.

O Projecto Sydney, que teve início logo após os Jogos de Atlanta, funciona através de Contratos-programa assinados anualmente entre as federações e o Governo. Os atletas recebem subsídios e outros apoios mas estão obrigados a cumprir critérios relacionados com as respectivas performances para continuarem a ser apoiados.

Nos contratos-programa para 1999, recentemente assinados, o número de atletas abrangidos subiu para 91 - eram 82 o ano transacto - divididos por nove modalidades. O Atletismo, a modalidade individual que mais atletas inscreve e mais dinheiro recebe, "perdeu" este ano quatro elementos - Dionísio Castro, Lucrécia Jardim, António Rodrigues e Nuno Fernandes - baixando para um total de 13 atletas e recebendo agora 125 mil contos, menos dez mil que o ano passado.

A vela é a segunda modalidade mais apoiada. Este ano receberá 85 mil contos - 80 mil em 1998 - relativos aos mesmos dez velejadores apoiados no último ano. Segue-se o futebol - selecção de sub-21 -, com 18 jogadores integrados no projecto e 60 mil contos em gastos, mais 3 mil que o ano passado.

O judo recebe este ano 58 mil contos - 52 mil em 1998 - a dividir por sete judocas, o mesmo número do último ano, se bem que Michel Almeida tenha saído e Andreia Cavalleri entrado.

A natação viu o seu "orçamento" subir para 30 mil contos contra os 10 mil de 1998, ao mesmo tempo que o nadador Nuno Laurentino passou a ser contemplado no projecto, juntando-se a José Couto, Maria Carlos Santos e Ana Marta Resendes.

A dupla Miguel Maia/João Brenha, no vólei de praia - 18 mil contos -, João Gomes na esgrima - 8 mil -, David Maia e Luís Fontes nas lutas amadoras - 15 mil - e João Rebelo e José Silva no Tiro com Armas de Caça - 16 mil - completam o lote dos atletas incluídos este ano no Projecto Sydney 2000.

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01 de Janeiro de 1970 / Autor: "Correio da Manhã" / Desporto

Fundos comunitários para o desporto O desporto português pode começar, já a partir do próximo ano e pela primeira vez, a ter acesso directo a fundos comunitários destinados à modernização das infra-estruturas desportivas. A revelação é feita pelo secretário de Estado do Desporto, Miranda Calha, em entrevista ao CM. A seis meses do final da legislatura, o governante defende que o Executivo cumpriu os compromissos assumidos mas quer enfrentar novos desafios, sendo a organização do Euro-2004 o maior de todos.

- Que balanço que faz da actuação governamental na área desportiva?

- Penso que conseguimos atingir os objectivos essenciais a que nos propusemos. Destaco a concretização da separação fundamental entre desporto profissional e não profissional através da criação das Sociedades Desportivas e do estatuto do praticante profissional. Na área da alta competição, reformulámos o estatuto do atleta de alta competição, criámos o seguro do praticante e criámos os Centro de Alto Rendimento. Criámos nova legislação relacionada com a segurança nos estádios e temos também uma nova legislação no combate ao doping além de que o nosso laboratório de doping e bioquimica é, neste momento, um dos melhores na Europa, para não dizer no mundo.

- E qual a grande frustração com que fica desta legislatura?

- Não posso dizer que tenha havido qualquer frustração porque o trabalho está feito. Mas digo que queremos reforçar muito as instalações desportivas. Já fizemos a primeira piscina olímpica coberta de 50 metros com condições para receber competições internacionais e está em curso a modernização do Estádio Nacional. Mas, quero realçar que foi constituída a Comissão Século XXI para preparar o programa global sobre as diversas vertentes do desporto e que incidirá na parte das infra-estruturas desportivas. O programa está concluído, será brevemente apresentado, e vai servir de base para que, pela primeira vez, a área do desporto possa também usufruir das verbas postas à disposição do país no âmbito do quadro comunitário de apoio para o período entre 2000 a 2006.

- Com o acesso a essas verbas, Portugal poderá aproximar-se dos níveis comunitários no que toca ao investimento no desporto?

- Durante estes anos já houve um aumento no investimento superior à média global da administração pública e portanto estamos a aproximar-nos dos países da UE. Mas claro que este aspecto será muito melhorado com o acesso aos fundos comunitários. Portugal na alta roda - Acha que no desporto não se pode acusar o Governo de inoperância como acontece noutras áreas?

- Não sou a pessoa mais indicada para responder. Posso é mostrar as alterações verificadas. Quando chegámos, um dos problemas mais graves era o das dívidas dos clubes ao Estado. Isso ficou resolvido e pela primeira vez o campeonato nacional começou com a situação dos clubes regularizada. Destaco, também, que conseguimos concretizar a Lei do Mecenato tendente a aumentar a capacidade de auto-financiamento.

- Uma das metas do programa do Governo era o aumento da participação desportiva dos cidadãos. Em 1995, apenas 30% da população fazia desporto, contra 60/70% nos países da UE. Pensa que, passados quatro anos, esse número aumentou?

- Brevemente, iremos apresentar um estudo sobre os hábitos desportivos dos portugueses. Mas, a nossa expectativa é que tenha aumentado já que criámos condições para isso através, por exemplo, da criação de entidades novas como são as associações promotoras de desporto, os clubes de praticantes, ou ainda o programa para férias desportivas e o projecto pódio para todos. Por outro lado, estamos agora na alta roda das mais diversas provas internacionais. Ganhámos as organizações do Mundial de pista coberta em atletismo, do Mundial de corta-mato, do Mundial de básquete em juniores, Do Mundial de estrada em ciclismo, da Gimnaestrada e, claro, somos candidatos ao Euro-2004 em futebol. Tudo isto irá por certo aumentar a participação desportiva.

- Portugal é favorito a organizar o Euro2004?

- As coisas estão encaminhadas e o Governo apoia com muita força. Seria importante, não só para a modalidade, mas também pelo impacto no conjunto do desporto e da sociedade. Recordo que o Europeu de Inglaterra foi visto por 6 biliões de pessoas, ou seja, durante um mês Portugal estaria no centro do mundo.

- Sente vontade de continuar neste cargo?

- Essas questões não dependem de nós. Dependem dos responsáveis maximos, nomeadamente do Primeiro-Ministro e da vontade dos portugueses. O nosso programa está substancialmente concretizado mas há mais desafios como o reforço dos resultados desportivos, o alargamento da participação desportiva, e por outro lado a afirmação de Portugal como país que está na alta roda das competições internacionais.

Bernardo Esteves Dois milhões para Sydney 2000 O Projecto Sydney 2000, destinado a preparar a participação portuguesa nas Olimpíadas do próximo ano, custou até ao momento 1,3 milhões de contos aos cofres do Estado, revela um relatório da Secretaria de estado do Desporto a que o CM teve acesso. O Governo estima que na altura da realização dos Jogos estes números cheguem aos 2 milhões de contos, quase o dobro do dinheiro despendido em Atlanta96.

O Projecto Sydney, que teve início logo após os Jogos de Atlanta, funciona através de Contratos-programa assinados anualmente entre as federações e o Governo. Os atletas recebem subsídios e outros apoios mas estão obrigados a cumprir critérios relacionados com as respectivas performances para continuarem a ser apoiados.

Nos contratos-programa para 1999, recentemente assinados, o número de atletas abrangidos subiu para 91 - eram 82 o ano transacto - divididos por nove modalidades. O Atletismo, a modalidade individual que mais atletas inscreve e mais dinheiro recebe, "perdeu" este ano quatro elementos - Dionísio Castro, Lucrécia Jardim, António Rodrigues e Nuno Fernandes - baixando para um total de 13 atletas e recebendo agora 125 mil contos, menos dez mil que o ano passado.

A vela é a segunda modalidade mais apoiada. Este ano receberá 85 mil contos - 80 mil em 1998 - relativos aos mesmos dez velejadores apoiados no último ano. Segue-se o futebol - selecção de sub-21 -, com 18 jogadores integrados no projecto e 60 mil contos em gastos, mais 3 mil que o ano passado.

O judo recebe este ano 58 mil contos - 52 mil em 1998 - a dividir por sete judocas, o mesmo número do último ano, se bem que Michel Almeida tenha saído e Andreia Cavalleri entrado.

A natação viu o seu "orçamento" subir para 30 mil contos contra os 10 mil de 1998, ao mesmo tempo que o nadador Nuno Laurentino passou a ser contemplado no projecto, juntando-se a José Couto, Maria Carlos Santos e Ana Marta Resendes.

A dupla Miguel Maia/João Brenha, no vólei de praia - 18 mil contos -, João Gomes na esgrima - 8 mil -, David Maia e Luís Fontes nas lutas amadoras - 15 mil - e João Rebelo e José Silva no Tiro com Armas de Caça - 16 mil - completam o lote dos atletas incluídos este ano no Projecto Sydney 2000.

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