Turismo

18-10-1999
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Turismo

"Alguém Viu o Euro?"

Terça-feira, 5 de Janeiro de 1999

Olhares fixos, cabeças a realizarem em simultâneo os mesmos movimentos de concordância e muita cautela nas expressões resumem o ambiente vivido ontem no Centro Nacional de Cultura (CNC) pelos cerca de 20 guias de turismo que participaram de uma iniciativa com objectivos informativos sobre a nova realidade dos 11 Estados-membros que aderiram à primeira fase da unificação monetária.

O "euro-atelier", como é chamado o projecto, começou a ser realizado em Lisboa durante 1998 e já tem presença garantida ao longo deste ano. Voltados para públicos específicos com capacidade para multiplicar a informação recebida, o CNC privilegiou os professores e autarcas e ontem convidou o ex-ministro da Indústria e Energia, Mira Amaral, para explicar aos guias turísticos os segredos da moeda única.

Mira Amaral tocou no ponto que mais dificuldades pode trazer à introdução da moeda única na vida quotidiana dos portugueses: "Falou-se muito do euro nos últimos dias, mas alguém o viu?" Para o ex-ministro, como as notas e moedas só vão pesar nos bolsos daqui a três anos, durante algum tempo "a maioria dos agentes económicos vai continuar a trabalhar e a fazer pagamentos em escudos". No sector do turismo, a primeira alteração que tem de ser feita é de mentalidades, tendo os profissionais de passar a pensar preferencialmente em euros, em lugar do tradicional dólar.

O ex-ministro explicou que o escudo já não existe como moeda, mas apenas como "uma unidade de conta" e que as conversões entre divisas dos Onze têm de passar sempre por uma conversão intermédia para euros. Um trabalho que ficará para os bancos, sem que os clientes tenham de pagar por isso. A primeira pergunta da audiência foi também a mais esperada: "Qual a vantagem de ter uma conta em euros?" Resposta de Mira Amaral: "Nenhuma."

Para tornar simples a situação, Mira Amaral explicou que Portugal viveu até ao dia 1 de Janeiro deste ano uma situação de mercado e moeda únicos, só que exclusivo do seu território. Agora, trata-se de expandir a situação a mais dez países. Explicou ainda que o mais difícil ainda está por vir, ou seja, fazer corresponder a uma única moeda um só Governo.

Daqui para a frente, a ideia é promover equipas de formação itinerantes, que possam levar os "euro-ateliers" para além das paredes do CNC.

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"Alguém Viu o Euro?"

Terça-feira, 5 de Janeiro de 1999

Olhares fixos, cabeças a realizarem em simultâneo os mesmos movimentos de concordância e muita cautela nas expressões resumem o ambiente vivido ontem no Centro Nacional de Cultura (CNC) pelos cerca de 20 guias de turismo que participaram de uma iniciativa com objectivos informativos sobre a nova realidade dos 11 Estados-membros que aderiram à primeira fase da unificação monetária.

O "euro-atelier", como é chamado o projecto, começou a ser realizado em Lisboa durante 1998 e já tem presença garantida ao longo deste ano. Voltados para públicos específicos com capacidade para multiplicar a informação recebida, o CNC privilegiou os professores e autarcas e ontem convidou o ex-ministro da Indústria e Energia, Mira Amaral, para explicar aos guias turísticos os segredos da moeda única.

Mira Amaral tocou no ponto que mais dificuldades pode trazer à introdução da moeda única na vida quotidiana dos portugueses: "Falou-se muito do euro nos últimos dias, mas alguém o viu?" Para o ex-ministro, como as notas e moedas só vão pesar nos bolsos daqui a três anos, durante algum tempo "a maioria dos agentes económicos vai continuar a trabalhar e a fazer pagamentos em escudos". No sector do turismo, a primeira alteração que tem de ser feita é de mentalidades, tendo os profissionais de passar a pensar preferencialmente em euros, em lugar do tradicional dólar.

O ex-ministro explicou que o escudo já não existe como moeda, mas apenas como "uma unidade de conta" e que as conversões entre divisas dos Onze têm de passar sempre por uma conversão intermédia para euros. Um trabalho que ficará para os bancos, sem que os clientes tenham de pagar por isso. A primeira pergunta da audiência foi também a mais esperada: "Qual a vantagem de ter uma conta em euros?" Resposta de Mira Amaral: "Nenhuma."

Para tornar simples a situação, Mira Amaral explicou que Portugal viveu até ao dia 1 de Janeiro deste ano uma situação de mercado e moeda únicos, só que exclusivo do seu território. Agora, trata-se de expandir a situação a mais dez países. Explicou ainda que o mais difícil ainda está por vir, ou seja, fazer corresponder a uma única moeda um só Governo.

Daqui para a frente, a ideia é promover equipas de formação itinerantes, que possam levar os "euro-ateliers" para além das paredes do CNC.

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