arlos Carvalhas em Sobral e Loures

11-11-1997
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PCP

Carlos Carvalhas em Sobral e Loures

«Desigualdades estão a acentuar-se»

No passado dia 29 de Abril, o Secretário Geral do PCP visitou os concelhos de Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras, tendo-se deslocado no dia 30 ao de Loures. No centro destas visitas estiveram aspectos do trabalho e gestão dos comunistas e seus aliados da CDU nas autarquias, bem como questões da política nacional.

Recebido na Câmara Municipal de Sobral de Monte Agraço, Carlos Carvalhas teve aí oportunidade de contactar autarcas e cidadãos acerca das realidades do concelho. À noite, após um jantar-convívio promovido na freguesia de Carvoeira, participou na sessão pública de apresentação dos candidatos da CDU em Torres Vedras.

No dia seguinte, 30 de Abril, Carlos Carvalhas participou em Loures, juntamente com Demétrio Alves, presidente da autarquia, num animado jantar concelhio com a presença de mais de 800 apoiantes da CDU. Tendo já sido oficialmente apresentada a recandidatura de Demétrio Alves nas próximas eleições, foi dada a conhecer, durante o jantar, a composição da equipa que com ele se propõe governar o concelho de Loures nos próximos quatro anos.

Dos discursos proferidos pelo Secretário Geral do PCP, transcrevemos alguns extractos.

(...)

«A União Económica e Monetária e a moeda única assentam em três grandes pilares: o desemprego; os baixos salários; o domínio do capital financeiro e das grande potências.

Portugal precisa de uma nova política económica e social, precisa de virar à esquerda. O leilão de empresas básicas e estratégicas e a entrega de milhões em benefícios fiscais e em autênticos perdões de dívida aos grandes senhores do dinheiro é uma política inaceitável e intolerável. Mas mostra também a versatilidade de certos actores do 25 de Abril como um João Cravinho e um Augusto Mateus, que depois do esquerdismo estão agora no radicalismo direitista das privatizações que teriam inclusivamente a benção duma sra. Tatcher.

Meia dúzia de famílias está de novo a concentrar um poder que escapa a qualquer controlo democrático, com o crescente domínio do poder económico sobre o poder político e a acentuação das desigualdades na sociedade portuguesa.

Mas como a experiência destes últimos anos nos mostra também, não há saída da crise nem desenvolvimento sustentado digno desse nome, num quadro democrático, em detrimento do mundo do trabalho. Não há desenvolvimento apoiado no empobrecimento de quem trabalha, de quem cria a riqueza do país. Não há criação de empregos e empregos estáveis sem se aumentar o poder aquisitivo das massas e sem a defesa da produção nacional.

A fuga para a frente no caminho do ultra liberalismo não tem por objectivo o desenvolvimento da nossa indústria, da nossa agricultura, das nossas pescas, mas sim o aumento dos lucros da alta finança!

Por isso no actual quadro político, a grande dificuldade do PSD em fazer oposição é que não há uma política «guterrista», mas sim a continuação no essencial da política económica cavaquista com outras caras e outros protagonistas. Aliás, ainda agora Manuela Ferreira Leite ao comentar o debate periódico do Primeiro-Ministro com os deputados na Assembleia da República teve de afirmar que este «só falou em resultados de políticas já conhecidas, que estão em vigor há mais de seis anos...

E esta é que é a questão central do descontentamento. A continuação no essencial de uma política que a maioria dos portugueses quis ver afastada. De facto a «nova maioria» envelheceu depressa. Por isso quando o Primeiro Ministro manifestou o seu arrependimento sobre o totonegócio, ou quando diz agora que o PS e o Governo nos últimos tempos só fizeram asneiras, está a procurar fazer passar duas ideias: a de que o descontentamento se deve a erros pontuais e não à continuação da política económica do cavaquismo e a ideia que agora vão corrigir os erros e levar à prática uma política que fará a vida do país "correr pelo melhor dos mundos!".

Infelizmente não é assim.» (...)

PCP

Carlos Carvalhas em Sobral e Loures

«Desigualdades estão a acentuar-se»

No passado dia 29 de Abril, o Secretário Geral do PCP visitou os concelhos de Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras, tendo-se deslocado no dia 30 ao de Loures. No centro destas visitas estiveram aspectos do trabalho e gestão dos comunistas e seus aliados da CDU nas autarquias, bem como questões da política nacional.

Recebido na Câmara Municipal de Sobral de Monte Agraço, Carlos Carvalhas teve aí oportunidade de contactar autarcas e cidadãos acerca das realidades do concelho. À noite, após um jantar-convívio promovido na freguesia de Carvoeira, participou na sessão pública de apresentação dos candidatos da CDU em Torres Vedras.

No dia seguinte, 30 de Abril, Carlos Carvalhas participou em Loures, juntamente com Demétrio Alves, presidente da autarquia, num animado jantar concelhio com a presença de mais de 800 apoiantes da CDU. Tendo já sido oficialmente apresentada a recandidatura de Demétrio Alves nas próximas eleições, foi dada a conhecer, durante o jantar, a composição da equipa que com ele se propõe governar o concelho de Loures nos próximos quatro anos.

Dos discursos proferidos pelo Secretário Geral do PCP, transcrevemos alguns extractos.

(...)

«A União Económica e Monetária e a moeda única assentam em três grandes pilares: o desemprego; os baixos salários; o domínio do capital financeiro e das grande potências.

Portugal precisa de uma nova política económica e social, precisa de virar à esquerda. O leilão de empresas básicas e estratégicas e a entrega de milhões em benefícios fiscais e em autênticos perdões de dívida aos grandes senhores do dinheiro é uma política inaceitável e intolerável. Mas mostra também a versatilidade de certos actores do 25 de Abril como um João Cravinho e um Augusto Mateus, que depois do esquerdismo estão agora no radicalismo direitista das privatizações que teriam inclusivamente a benção duma sra. Tatcher.

Meia dúzia de famílias está de novo a concentrar um poder que escapa a qualquer controlo democrático, com o crescente domínio do poder económico sobre o poder político e a acentuação das desigualdades na sociedade portuguesa.

Mas como a experiência destes últimos anos nos mostra também, não há saída da crise nem desenvolvimento sustentado digno desse nome, num quadro democrático, em detrimento do mundo do trabalho. Não há desenvolvimento apoiado no empobrecimento de quem trabalha, de quem cria a riqueza do país. Não há criação de empregos e empregos estáveis sem se aumentar o poder aquisitivo das massas e sem a defesa da produção nacional.

A fuga para a frente no caminho do ultra liberalismo não tem por objectivo o desenvolvimento da nossa indústria, da nossa agricultura, das nossas pescas, mas sim o aumento dos lucros da alta finança!

Por isso no actual quadro político, a grande dificuldade do PSD em fazer oposição é que não há uma política «guterrista», mas sim a continuação no essencial da política económica cavaquista com outras caras e outros protagonistas. Aliás, ainda agora Manuela Ferreira Leite ao comentar o debate periódico do Primeiro-Ministro com os deputados na Assembleia da República teve de afirmar que este «só falou em resultados de políticas já conhecidas, que estão em vigor há mais de seis anos...

E esta é que é a questão central do descontentamento. A continuação no essencial de uma política que a maioria dos portugueses quis ver afastada. De facto a «nova maioria» envelheceu depressa. Por isso quando o Primeiro Ministro manifestou o seu arrependimento sobre o totonegócio, ou quando diz agora que o PS e o Governo nos últimos tempos só fizeram asneiras, está a procurar fazer passar duas ideias: a de que o descontentamento se deve a erros pontuais e não à continuação da política económica do cavaquismo e a ideia que agora vão corrigir os erros e levar à prática uma política que fará a vida do país "correr pelo melhor dos mundos!".

Infelizmente não é assim.» (...)

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