SAPO

24-08-1999
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19 de Abril de 1999 / Autor: "Correio da Manhã" / Nacionais

Câmara inaugura debaixo de protestos Em dia de inauguração, por parte do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, João Soares, do novo polidesportivo do Bairro da Boavista, moradores e dirigentes dos clubes locais manifestaram-se descontentes pela falta de informação no decurso da obra, bem como pelo perigo que representa a frágil caixa de electricidade que ficou situada à entrada do ringue. A população protestou também contra as carências em termos de equipamentos, nomeadamente ao nível de habitação.

Manuel Monteiro e Henrique Pietra, directores, respectivamente, do Clube Social do Bairro da Boavista e do Clube Desportivo Lisboa Águias, no mesmo bairro, manifestaram ao Correio da Manhã opiniões idênticas: "Agrada-nos ter este novo polidesportivo, embora achemos que deveria ter dois ou três degraus para as pessoas poderem, pelo menos, ver os jogos sentadas. Mas nisso não fomos ouvidos. Além disso, não sabemos quando serão construídas as restantes obras do projecto desportivo para o bairro, como a sede para a futura União Desportiva do Bairro da Boavista, que irá resultar da fusão dos dois clubes, ou quando será concluído o campo de futebol, que ficou inacabado e hoje parece mais uma horta".

Quanto à caixa de electricidade, cuja porta é de um material transparente, os receios são generalizados: "Isto devia ser de cimento. Assim, com os fios à vista, os miúdos podem partir o contador e ficar algum ali agarrado!".

Sobre estas questões, a vereadora do Desporto, Rita Magrinho, questionada pelo CM, esclareceu que "o novo polidesportivo é a primeira peça do complexo desportivo para o Bairro da Boavista, que terá ainda a sede da colectividade, uma piscina, um pavilhão coberto e outro polidesportivo".

"Todo o projecto tem sido desenvolvido com o envolvimento e colaboração das colectividades do bairro, numa relação de cordialidade, e estranho que alguém desses clubes alegue desconhecimento dos factos. Quanto ao campo de futebol, terá de ser terminado com o orçamento da Câmara Municipal de Lisboa, uma vez que o pelouro do Desporto não pode acatar essa despesa só por si" - acrescentou a vereadora.

Rita Magrinho disse ainda, sobre a caixa de electricidade, que "a sua fragilidade é só aparente. O material é adequado e resistente a incidentes, a não ser que alguém tente destruí-lo com martelo e escopro!"

"Esperamos que não haja problema e vamos confiar naqueles jovens e na população. Se houver algum distúrbio, protegeremos a caixa de outra forma" - sublinhou. Casas de alvenaria precisam de obras As habitações de alvenaria do Bairro da Boavista, construídas há 25 anos pela autarquia de Lisboa, que as alugou depois aos moradores por uma renda baixa, mas que já se encontram muito degradadas, provocaram ontem alguma turbulência na visita de João Soares ao local.

Segundo residentes ligados ao pré-projecto para a pré-associação de moradores do Bairro da Boavista, "a Câmara Municipal de Lisboa nunca fez obras nessas casas e algumas estão muito degradadas".

"À partida, as pessoas vinham provisoriamente para habitações novas, nas quais só permaneceria de futuro quem quisesse. A outra opção era, depois dessa mudança provisória, os moradores que preferissem voltar para as casas já restauradas" - sublinharam.

Contudo, muitos dos residentes nesse tipo de casas de alvenaria preferem não sair, receando que, depois da realização de obras, a autarquia já não os deixe voltar com a mesma renda.

"Pessoas reformadas como eu, que todos os melhoramentos que fizeram na casa foi por si, já que a câmara nunca pregou aqui um prego, não podem agora, ao fim de vinte e tal anos, arranjar emprego para pagar rendas altas numa casa nova" - avançou ao nosso jornal Eugénio Mateus Isidro, um dos moradores que se encontra nessa situação.

"Se nos ajudassem a recuperar as casas, muito bem, mas sair daqui é que eu não quero" - concluiu. Benfica recupera zona de eucaliptos Os eucaliptos voltaram a predominar a Estrada dos Arneiros, em Benfica, agora num espaço reabilitado pela Câmara Municipal de Lisboa, que importou em 190 mil contos e abrange um jardim, um lago, um campo de basquetebol e um anfiteatro, entre outros equipamentos.

A abertura ao público do eucaliptal, ontem de manhã, após a intervenção camarária de requalificação paisagística da zona, em articulação com a Junta de Freguesia de Benfica, realizou-se com uma cerimónia presidida pelo autarca lisboeta, João Soares, e pelo vereador responsável pelas questões ambientais, Rui Godinho.

Na ocasião, a Banda da Charneca tocou a música alusiva à Revolução de Abril em Portugal, "Grândola, Vila Morena", enquanto algumas jovens ofereciam cravos vermelhos.

Esta inauguração inclui-se nas comemorações dos 25 anos do 25 de Abril da Câmara Municipal de Lisboa, assinaladas por 25 acções em várias áreas sociais e culturais.

No mesmo âmbito, João Soares inaugurou ontem à tarde, no novo jardim do Alto do Parque Eduardo VII, a escultura "A Maternidade", de Botero, que integrara já a exposição deste artista colombiano na Praça do Comércio, em 1998.

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19 de Abril de 1999 / Autor: "Correio da Manhã" / Nacionais

Câmara inaugura debaixo de protestos Em dia de inauguração, por parte do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, João Soares, do novo polidesportivo do Bairro da Boavista, moradores e dirigentes dos clubes locais manifestaram-se descontentes pela falta de informação no decurso da obra, bem como pelo perigo que representa a frágil caixa de electricidade que ficou situada à entrada do ringue. A população protestou também contra as carências em termos de equipamentos, nomeadamente ao nível de habitação.

Manuel Monteiro e Henrique Pietra, directores, respectivamente, do Clube Social do Bairro da Boavista e do Clube Desportivo Lisboa Águias, no mesmo bairro, manifestaram ao Correio da Manhã opiniões idênticas: "Agrada-nos ter este novo polidesportivo, embora achemos que deveria ter dois ou três degraus para as pessoas poderem, pelo menos, ver os jogos sentadas. Mas nisso não fomos ouvidos. Além disso, não sabemos quando serão construídas as restantes obras do projecto desportivo para o bairro, como a sede para a futura União Desportiva do Bairro da Boavista, que irá resultar da fusão dos dois clubes, ou quando será concluído o campo de futebol, que ficou inacabado e hoje parece mais uma horta".

Quanto à caixa de electricidade, cuja porta é de um material transparente, os receios são generalizados: "Isto devia ser de cimento. Assim, com os fios à vista, os miúdos podem partir o contador e ficar algum ali agarrado!".

Sobre estas questões, a vereadora do Desporto, Rita Magrinho, questionada pelo CM, esclareceu que "o novo polidesportivo é a primeira peça do complexo desportivo para o Bairro da Boavista, que terá ainda a sede da colectividade, uma piscina, um pavilhão coberto e outro polidesportivo".

"Todo o projecto tem sido desenvolvido com o envolvimento e colaboração das colectividades do bairro, numa relação de cordialidade, e estranho que alguém desses clubes alegue desconhecimento dos factos. Quanto ao campo de futebol, terá de ser terminado com o orçamento da Câmara Municipal de Lisboa, uma vez que o pelouro do Desporto não pode acatar essa despesa só por si" - acrescentou a vereadora.

Rita Magrinho disse ainda, sobre a caixa de electricidade, que "a sua fragilidade é só aparente. O material é adequado e resistente a incidentes, a não ser que alguém tente destruí-lo com martelo e escopro!"

"Esperamos que não haja problema e vamos confiar naqueles jovens e na população. Se houver algum distúrbio, protegeremos a caixa de outra forma" - sublinhou. Casas de alvenaria precisam de obras As habitações de alvenaria do Bairro da Boavista, construídas há 25 anos pela autarquia de Lisboa, que as alugou depois aos moradores por uma renda baixa, mas que já se encontram muito degradadas, provocaram ontem alguma turbulência na visita de João Soares ao local.

Segundo residentes ligados ao pré-projecto para a pré-associação de moradores do Bairro da Boavista, "a Câmara Municipal de Lisboa nunca fez obras nessas casas e algumas estão muito degradadas".

"À partida, as pessoas vinham provisoriamente para habitações novas, nas quais só permaneceria de futuro quem quisesse. A outra opção era, depois dessa mudança provisória, os moradores que preferissem voltar para as casas já restauradas" - sublinharam.

Contudo, muitos dos residentes nesse tipo de casas de alvenaria preferem não sair, receando que, depois da realização de obras, a autarquia já não os deixe voltar com a mesma renda.

"Pessoas reformadas como eu, que todos os melhoramentos que fizeram na casa foi por si, já que a câmara nunca pregou aqui um prego, não podem agora, ao fim de vinte e tal anos, arranjar emprego para pagar rendas altas numa casa nova" - avançou ao nosso jornal Eugénio Mateus Isidro, um dos moradores que se encontra nessa situação.

"Se nos ajudassem a recuperar as casas, muito bem, mas sair daqui é que eu não quero" - concluiu. Benfica recupera zona de eucaliptos Os eucaliptos voltaram a predominar a Estrada dos Arneiros, em Benfica, agora num espaço reabilitado pela Câmara Municipal de Lisboa, que importou em 190 mil contos e abrange um jardim, um lago, um campo de basquetebol e um anfiteatro, entre outros equipamentos.

A abertura ao público do eucaliptal, ontem de manhã, após a intervenção camarária de requalificação paisagística da zona, em articulação com a Junta de Freguesia de Benfica, realizou-se com uma cerimónia presidida pelo autarca lisboeta, João Soares, e pelo vereador responsável pelas questões ambientais, Rui Godinho.

Na ocasião, a Banda da Charneca tocou a música alusiva à Revolução de Abril em Portugal, "Grândola, Vila Morena", enquanto algumas jovens ofereciam cravos vermelhos.

Esta inauguração inclui-se nas comemorações dos 25 anos do 25 de Abril da Câmara Municipal de Lisboa, assinaladas por 25 acções em várias áreas sociais e culturais.

No mesmo âmbito, João Soares inaugurou ontem à tarde, no novo jardim do Alto do Parque Eduardo VII, a escultura "A Maternidade", de Botero, que integrara já a exposição deste artista colombiano na Praça do Comércio, em 1998.

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