Os negócios de Moura Santos

15-09-1999
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António Manuel Moura Santos, cunhado de António Guterres

O negócio com a EDP remonta a 1987, em plena era de Governos presididos por Cavaco Silva, quando a Carbocol, representada por Moura Santos, contratou a venda de carvão à companhia eléctrica portuguesa.

Mais recentemente, a HFC de Moura Santos juntou-se à EDP para, em conjunto com o Banco ESSI e a Partex, concorrerem ao fornecimento de uma central de cogeração para a empresa brasileira de petróleos Petrobrás. O presidente do Banco ESSI confirmou o negócio e o facto de Moura Santos ter utilizado o escritório da Espírito Santo Investimentos em São Paulo, no Brasil, durante a fase preparatória do concurso para a Petrobrás. Manuel Serzedelo de Almeida disse ainda que têm existido outros negócios entre o Grupo Espírito Santo e Moura Santos no Brasil, mas negou qualquer relacionamento em Portugal.

Uma fonte próxima do cunhado de António Guterres garantiu ao EXPRESSO que a venda de carvão e a central no Brasil serão os únicos negócios que a HFC tem com a empresa portuguesa de electricidade. A mesma fonte negou qualquer relacionamento entre o empresário e algum dos possíveis parceiros estratégicos da EDP.

Também o envolvimento de um familiar do primeiro-ministro na compra dos novos aviões Airbus para a TAP, que é sugerido por um relatório interno da General Electric revelado esta semana pela SIC, é negado pela mesma fonte próxima de Moura Santos. Segundo a notícia da SIC, o relatório da GE apontaria para uma escolha prévia da Airbus no concurso para a compra de 21 aviões e o envolvimento do «irmão do primeiro-ministro». O facto de Guterres não ter irmãos fez com que as suspeitas recaíssem de imediato sobre o seu cunhado.

Outro dos «casos» a que tem sido associado o nome de Moura Santos, depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter lançado a suspeição sobre o favorecimento de alguns grupos económicos por parte do Governo e de se ter referido concretamente à figura do cunhado do primeiro-ministro, tem a ver com a Embaixada dos Estados Unidos em Lisboa. As versões, nem sempre coincidentes, apontam para a existência de um relatório, elaborado por um quadro da embaixada, onde estaria reproduzida uma conversa com Moura Santos. O empresário teria invocado a condição de cunhado do primeiro-ministro para facilitar eventuais negócios que envolvessem interesses norte-americanos. Esta história é totalmente rejeitada por uma fonte próxima de Moura Santos, que faz remontar ao tempo do embaixador Everett Briggs os últimos contactos entre o empresário e a diplomacia norte-americana.

M.C./F.F.S.

António Manuel Moura Santos, cunhado de António Guterres

O negócio com a EDP remonta a 1987, em plena era de Governos presididos por Cavaco Silva, quando a Carbocol, representada por Moura Santos, contratou a venda de carvão à companhia eléctrica portuguesa.

Mais recentemente, a HFC de Moura Santos juntou-se à EDP para, em conjunto com o Banco ESSI e a Partex, concorrerem ao fornecimento de uma central de cogeração para a empresa brasileira de petróleos Petrobrás. O presidente do Banco ESSI confirmou o negócio e o facto de Moura Santos ter utilizado o escritório da Espírito Santo Investimentos em São Paulo, no Brasil, durante a fase preparatória do concurso para a Petrobrás. Manuel Serzedelo de Almeida disse ainda que têm existido outros negócios entre o Grupo Espírito Santo e Moura Santos no Brasil, mas negou qualquer relacionamento em Portugal.

Uma fonte próxima do cunhado de António Guterres garantiu ao EXPRESSO que a venda de carvão e a central no Brasil serão os únicos negócios que a HFC tem com a empresa portuguesa de electricidade. A mesma fonte negou qualquer relacionamento entre o empresário e algum dos possíveis parceiros estratégicos da EDP.

Também o envolvimento de um familiar do primeiro-ministro na compra dos novos aviões Airbus para a TAP, que é sugerido por um relatório interno da General Electric revelado esta semana pela SIC, é negado pela mesma fonte próxima de Moura Santos. Segundo a notícia da SIC, o relatório da GE apontaria para uma escolha prévia da Airbus no concurso para a compra de 21 aviões e o envolvimento do «irmão do primeiro-ministro». O facto de Guterres não ter irmãos fez com que as suspeitas recaíssem de imediato sobre o seu cunhado.

Outro dos «casos» a que tem sido associado o nome de Moura Santos, depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter lançado a suspeição sobre o favorecimento de alguns grupos económicos por parte do Governo e de se ter referido concretamente à figura do cunhado do primeiro-ministro, tem a ver com a Embaixada dos Estados Unidos em Lisboa. As versões, nem sempre coincidentes, apontam para a existência de um relatório, elaborado por um quadro da embaixada, onde estaria reproduzida uma conversa com Moura Santos. O empresário teria invocado a condição de cunhado do primeiro-ministro para facilitar eventuais negócios que envolvessem interesses norte-americanos. Esta história é totalmente rejeitada por uma fonte próxima de Moura Santos, que faz remontar ao tempo do embaixador Everett Briggs os últimos contactos entre o empresário e a diplomacia norte-americana.

M.C./F.F.S.

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