Toshack elogia sistema-FC Porto

12-10-1999
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"Dragões" em Madrid para a Liga dos Campeões

Toshack Elogia Sistema-FC Porto

Pelo nosso enviado BRUNO PRATA, em Madrid

Terça-feira, 28 de Setembro de 1999 Um Real Madrid inseguro espera esta noite um FC Porto em onda vitoriosa. É mais uma jornada da Liga dos Campeões, a marcar o fim da primeira volta desta primeira fase da prova. Há 20 anos que o FC Porto não vence o Real Madrid em jogos oficiais, mas poucas vezes terá estado em tão privilegiada situação de conseguir um bom resultado com o clube madrileno como no jogo desta noite. É que os portistas parecem ter entrado num ciclo vitorioso, enquanto o seu adversário não sabe o que é ganhar, no campeonato, há três jogos e, pior do que isso, a intranquilidade já é indisfarçável. Depois de Valdano ter afirmado que gostava mesmo era de ver o seu Real jogar à Barcelona, ontem foi a vez de Michel, outra antiga vedeta do clube, vir a terreiro dizer que "a hora não é para experiências e descansos", uma crítica à já famosa e cada vez mais universal rotação de jogdores. A última vitória portista (2-1) foi conseguida nas Antas no tempo de José Maria Pedroto, quando em 1979 bateu o Real nos oitavos-de-final da Taça dos Campeões, acabando, no entanto, por ser eliminado já que perdeu em Madrid por 0-1. A este desaire seguir-se-iam mais quatro derrotas em outros tantos jogos. Mas a história não impediu que Toshack passasse mais tempo a elogiar o FC Porto do que a falar das virtudes da sua equipa. "Eles jogam no actual sistema desde há 15 anos. Nada mudou com Artur Jorge, Robson e Oliveira e, até nisso, o FC Porto é um grande exemplo para as outras grandes equipas. Tenho muito rspeito pelo FC Porto, que está terrivelmente habituado a ganhar (...) O Jardel é muito perigoso e bem apoiado. Em Molde podia ter marcado quatro golos só na primeira parte", disse o técnico galês, que falou ainda na necessidade de o Real aproveitar "a vantagem de jogar em casa", reclamando o apoio do público. Sem grande sucesso, a ter em conta as pequenas filas que ontem se viam nos locais de compra de bilhetes, não sendo de esperar mais de 40 mil espectadores no Santiago de Bernabéu. Mesmo assim mais do que os 15 mil que estiveram a ver o Real-Molde, mais um sinal de que a equipa não tem agradado aos adeptos. A contrastar com o discurso de Toshack compare-se, por exemplo, com o que disse o brasileiro Argel à chegada a Madrid: "Respeito o Real, mas não vejo diferença nenhuma entre as duas equipas. Já joguei aqui um amistoso quando alinhava pelo Santos e empatámos 2-2. Não tem problema nenhum: é só fazermos o que fizemos com o Olympiakos, designadamente marcar forte". Campeão pelo menos na atitude, o central portista não alinha em falsas modéstias nem quando fala de si próprio. "Desde que eu entrei na equipa, o que também aconteceu com o Deco e o Chainho, em cinco jogos marcámos dez golos e sofremos um...", disse o jogador à chegada da comitiva, da qual não fez parte Pinto da Costa, que ficou no Porto para o julgamento de um processo de "O Independente", só tendo viajado para Madrid à tarde. Aliás, estas viagens do FC Porto são cada vez menos concorridas por figuras conhecidas e ontem a excepção chamou-se Luís Filipe Menezes, o presidente da Câmara de Gaia. Fieis depositário do discurso oficial da casa, Baía e Secretário, os jogadores mais assediados, juntamente com Aloísio, pelos jornalistas espanhóis no aeroporto, também acabaram por mostrar muita confiança. "Vamos entrar sem receio e fazer o nosso jogo", disse o guarda-redes, enquanto o defesa afirmou que a equipa "está moralizada e convicta de que pode ganhar os três pontos". Aproveitar a onda positiva será agora a tarefa do técnico Fernando Santos, que deverá manter a equipa que venceu o Molde e o Olympiakos, apostando na disputa franca do resultado, como não terá deixado de aconselhar o "espião" Rodolfo Reis, que esteve em Málaga onde o Real empatou no sábado (1-1). Toshack debateu-se ontem, no final do treino, com a agressividade dos jornalistas espanhóis, que questionaram muitas das opções do técnico, designdamente o facto de Raul e McManaman terem começado o jogo de Málaga no banco. Sem nunca perder a compostura, o treinador foi directo: "Eu é que conheço os jogadores; eu é que estou com eles nas viagens e nos balneários. Vocês criticaram-me, mas que posso eu fazer se foi o próprio Raul que me disse que não estava em condições de aguentar os 90 minutos? Mais, o McManaman sofreu uma lesão no jogo com o Molde e era importante guardá-lo para o FC Porto. Em cinco jogos utilizámos três guarda-redes. Isso não é normal". Em Málaga, Toshack fez alinhar os reservistas Bizzarri, Karembeu e Sanchis, mais Balic, a segunda mais cara contratação de sempre do clube (três milhões de contos) mas que se lesionou na pré-época. Tudo isso deu argumentos aos que o acusam de não conseguir pôr termo à indefinição da equipa, que depende em demasia da inspiração dos avançados. A defesa continua a ser o calcanhar de aquiles, com Hierro fora de forma e Júlio César (que no Valladolid só tinha feito 17 jogos a titular e cuja contratação foi uma teimosia do treinador) a não mostrar qualidade suficiente para o Real. Longe vão os tempos de Capello, quando o Real esteve 15 jogos sem sofrer golos, ou de Heynckes, quando Cañizares bateu o recorde de minutos (709) sem sofrer golos. Com Hiddink chegaram as dúvidas, cada vez mais latentes agora com o galês, que viu o Real sofrer golos em todos os jogos oficiais (em sete encontros sofreu 10 golos e marcou 17). Toshack apenas foi elogiado por, em Málaga, ter trocado o guarda-redes Casillas (18 anos) pelo argentino Bizarri, mais seguro no jogo áreo. De resto, muitas ds mudanças na equipa foram provocadas por lesões que, segundo o técnico, poderão ser motivadas pelo mau estado do relvado do Bernabeu. Não foi o caso de Guti, que se magoou no ombro em Málaga e vai estar 15 dias parado, juantando-se assim ao guarda-redes Illgner e Anelka, que continua sem marcar um golo que seja. Como se isso não bastasse, Toshack debate-se ainda com o problema de Geremi não ter chegado dos Camarões, onde se delocou há quatro dias para o funeral da sua mãe. O "trinco" era esperado ontem ao fim do dia, mas o treinador optou por nem o convocar, por considerar que não estaria em condições. Assim, ao lado de Redondo deverá actuar Helguera, dado que Karembeu cada vez reúne menos capital de confiança no clube e Seedorf, que vem de uma lesão, nunca esteve nas boas graças do treinador e só foi convocado porque não havia mais ninguém, como se percebeu das palavras de Toshack: "Em princípio não pode jogar de início, não aguenta os 90 minutos". Este jogo terá ainda como aliciante suplementar o de pôr em confronto dois dos melhores "canhões" da Europa, o bota de ouro Jardel, com os seus 36 golos da época passada, e Raúl (25). "Não nos preocupa Jardel", disse ontem o espanhol, que preferiu destcar o colectivo portista. No Real seguiram para estágio os seguintes 20 jogadores: Bizarri, Casillas, Júlio César, Ivan Campo, Michel Salgado, Roberto Carlos, Karanka, Redondo, Helguera, McManaman, Morientes, Hierro, Sanchis, Seedorf, Balic, Sávio, Raúl, Ivan Dorado, Karembeu e Eto'o. O árbitro é o conhecido italiano Pierluigi Collina, que dirigiu a última final da Liga dos Campeões. E quem dera ao FC Porto que se repetisse o resultado do último jogo em que Collina encontrou a equipa portuguesa: vitória por 3-0, em Dezembro do ano passado, sobre o Ajax. As equipas devem alinhar: REAL MADRID - Bizarri; Michel Salgado, Hierro, Júlio César e Roberto Carlos; Ivan Helguera e Redondo; McManaman e Sávio; Raúl e Morientes. FC PORTO - Vítor Baía; Secretário, Jorge Costa, Argel e Esquerdinha; Peixe, Chainho e Deco; Capucho, Drulovic e Jardel. 19h45, SportTV OUTROS TÍTULOS EM DESPORTO Toshack elogia sistema-FC Porto

Vítor Baía ainda com dores

Bakke em dúvida

Timofte em dúvida no Boavista

Discutir a eliminatória

Os malefícios do sistema

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Benfica continua a adiar

Frederica falha quadro

Ética manchada

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O drama e a comédia

O melhor golo

DESCE

SOBE

Estatística de golos

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A última vitória portista (2-1) foi conseguida nas Antas no tempo de José Maria Pedroto, quando em 1979 bateu o Real nos oitavos-de-final da Taça dos Campeões, acabando, no entanto, por ser eliminado já que perdeu em Madrid por 0-1. A este desaire seguir-se-iam mais quatro derrotas em outros tantos jogos. Mas a história não impediu que Toshack passasse mais tempo a elogiar o FC Porto do que a falar das virtudes da sua equipa. "Eles jogam no actual sistema desde há 15 anos. Nada mudou com Artur Jorge, Robson e Oliveira e, até nisso, o FC Porto é um grande exemplo para as outras grandes equipas. Tenho muito rspeito pelo FC Porto, que está terrivelmente habituado a ganhar (...) O Jardel é muito perigoso e bem apoiado. Em Molde podia ter marcado quatro golos só na primeira parte", disse o técnico galês, que falou ainda na necessidade de o Real aproveitar "a vantagem de jogar em casa", reclamando o apoio do público. 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"Desde que eu entrei na equipa, o que também aconteceu com o Deco e o Chainho, em cinco jogos marcámos dez golos e sofremos um...", disse o jogador à chegada da comitiva, da qual não fez parte Pinto da Costa, que ficou no Porto para o julgamento de um processo de "O Independente", só tendo viajado para Madrid à tarde. Aliás, estas viagens do FC Porto são cada vez menos concorridas por figuras conhecidas e ontem a excepção chamou-se Luís Filipe Menezes, o presidente da Câmara de Gaia. Fieis depositário do discurso oficial da casa, Baía e Secretário, os jogadores mais assediados, juntamente com Aloísio, pelos jornalistas espanhóis no aeroporto, também acabaram por mostrar muita confiança. "Vamos entrar sem receio e fazer o nosso jogo", disse o guarda-redes, enquanto o defesa afirmou que a equipa "está moralizada e convicta de que pode ganhar os três pontos". Aproveitar a onda positiva será agora a tarefa do técnico Fernando Santos, que deverá manter a equipa que venceu o Molde e o Olympiakos, apostando na disputa franca do resultado, como não terá deixado de aconselhar o "espião" Rodolfo Reis, que esteve em Málaga onde o Real empatou no sábado (1-1). Toshack debateu-se ontem, no final do treino, com a agressividade dos jornalistas espanhóis, que questionaram muitas das opções do técnico, designdamente o facto de Raul e McManaman terem começado o jogo de Málaga no banco. Sem nunca perder a compostura, o treinador foi directo: "Eu é que conheço os jogadores; eu é que estou com eles nas viagens e nos balneários. Vocês criticaram-me, mas que posso eu fazer se foi o próprio Raul que me disse que não estava em condições de aguentar os 90 minutos? Mais, o McManaman sofreu uma lesão no jogo com o Molde e era importante guardá-lo para o FC Porto. Em cinco jogos utilizámos três guarda-redes. Isso não é normal". Em Málaga, Toshack fez alinhar os reservistas Bizzarri, Karembeu e Sanchis, mais Balic, a segunda mais cara contratação de sempre do clube (três milhões de contos) mas que se lesionou na pré-época. Tudo isso deu argumentos aos que o acusam de não conseguir pôr termo à indefinição da equipa, que depende em demasia da inspiração dos avançados. A defesa continua a ser o calcanhar de aquiles, com Hierro fora de forma e Júlio César (que no Valladolid só tinha feito 17 jogos a titular e cuja contratação foi uma teimosia do treinador) a não mostrar qualidade suficiente para o Real. Longe vão os tempos de Capello, quando o Real esteve 15 jogos sem sofrer golos, ou de Heynckes, quando Cañizares bateu o recorde de minutos (709) sem sofrer golos. Com Hiddink chegaram as dúvidas, cada vez mais latentes agora com o galês, que viu o Real sofrer golos em todos os jogos oficiais (em sete encontros sofreu 10 golos e marcou 17). 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Assim, ao lado de Redondo deverá actuar Helguera, dado que Karembeu cada vez reúne menos capital de confiança no clube e Seedorf, que vem de uma lesão, nunca esteve nas boas graças do treinador e só foi convocado porque não havia mais ninguém, como se percebeu das palavras de Toshack: "Em princípio não pode jogar de início, não aguenta os 90 minutos". Este jogo terá ainda como aliciante suplementar o de pôr em confronto dois dos melhores "canhões" da Europa, o bota de ouro Jardel, com os seus 36 golos da época passada, e Raúl (25). "Não nos preocupa Jardel", disse ontem o espanhol, que preferiu destcar o colectivo portista. No Real seguiram para estágio os seguintes 20 jogadores: Bizarri, Casillas, Júlio César, Ivan Campo, Michel Salgado, Roberto Carlos, Karanka, Redondo, Helguera, McManaman, Morientes, Hierro, Sanchis, Seedorf, Balic, Sávio, Raúl, Ivan Dorado, Karembeu e Eto'o. O árbitro é o conhecido italiano Pierluigi Collina, que dirigiu a última final da Liga dos Campeões. 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