«Actual solução técnica é inaceitável»

10-10-1999
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Menezes disse ainda não acreditar «que o Governo dê seguimento ao processo, pelo menos nas actuais condições». Depois de empossado, aquele autarca garante que um dos seus primeiros actos administrativos como presidente da edilidade será a apresentação de um pedido de revisão do processo em curso sobre o metropolitano do Porto que, como se sabe, também se estende à cidade de Vila Nova de Gaia.

«Vou apenas esperar que tomem posse a nova Junta da Área Metropolitana do Porto e a administração do Metro, para apresentar pedidos de esclarecimento sobre o processo, pois considero que há muitas falhas e que, no caso do Município de Gaia, não houve um levantamento adequado dos problemas existentes», refere. Luís Filipe Menezes não tem dúvidas em afirmar que «a solução escolhida não vai custar com certeza os 160 milhões de contos apresentados, mas talvez o dobro. E quanto a prazos de execução da obra as dúvidas são ainda maiores».

O autarca recém-eleito garante que, no caso de Gaia, a obra deverá ser toda «enterrada» - com os comboios a circular em túnel subterrâneo -, e não à superfície como estava inicialmente previsto, sobre o corredor central da Avenida da República, onde os problemas de tráfego já são, segundo Luís Filipe Menezes, incomportáveis. «A que acresce ainda o facto de não ser possível fazer um interface com os restantes transportes no local indicado pelo consórcio seleccionado», sublinha.

O autarca recorda também que a alternativa apontada pelo consórcio Normetro, que considera a passagem do metropolitano sobre o tabuleiro superior da Ponte D. Luís, implica a construção de uma nova ponte sobre o Douro, por forma a permitir o desvio do tráfego rodoviário que actualmente recorre àquele trajecto.

Acontece, porém, e ainda segundo Luís Filipe Menezes, que esta obra ainda não tem projecto, não se sabe nada sobre o respectivo financiamento e nem sequer foi iniciado o processo de expropriações de terrenos a utilizar para a construção do novo eixo viário, do lado de Gaia. Algumas fontes garantem mesmo que o anterior executivo camarário, liderado por Heitor Carvalheiras, terá licenciado algumas construções sobre os terrenos em causa, o que acabará por dificultar ainda mais o processo de expropriações.

«Trata-se de um projecto que irá envolver seguramente valores muito acima dos 10 milhões de contos e, até agora, ainda não sei quem irá assumir esse custo», frisa Menezes.

Este autarca mostra-se igualmente desagradado pelo facto de Gaia ter sido contemplada com apenas 2,5 quilómetros de metropolitano, no conjunto dos cerca de 60 que compõem o projecto. É que, em seu entender, um dos maiores fluxos regionais de trânsito é exactamente o que diz respeito ao eixo Gaia/Porto. «Parece-me que esta realidade não foi devidamente ponderada e, antes que se caia em erros irreparáveis, defendo a alternativa do metropolitano através da Ponte da Arrábida para a ligação à margem Sul do Douro, servindo o eixo Oliveira do Douro/Avintes», prossegue Luís Filipe Menezes. Contestação idêntica vem também de Gondomar e de Valongo, localidades esquecidas pelo traçado do projecto seleccionado. O novo metro ficará a mais de dez quilómetros de qualquer uma daquelas zonas urbanas.

Resta agora aguardar pela decisão final do Governo no que diz respeito à adjudicação da obra que tem vindo a ser adiada e que, para alguns observadores, «dificilmente se realizará».

Vitor S. Andrade

Menezes disse ainda não acreditar «que o Governo dê seguimento ao processo, pelo menos nas actuais condições». Depois de empossado, aquele autarca garante que um dos seus primeiros actos administrativos como presidente da edilidade será a apresentação de um pedido de revisão do processo em curso sobre o metropolitano do Porto que, como se sabe, também se estende à cidade de Vila Nova de Gaia.

«Vou apenas esperar que tomem posse a nova Junta da Área Metropolitana do Porto e a administração do Metro, para apresentar pedidos de esclarecimento sobre o processo, pois considero que há muitas falhas e que, no caso do Município de Gaia, não houve um levantamento adequado dos problemas existentes», refere. Luís Filipe Menezes não tem dúvidas em afirmar que «a solução escolhida não vai custar com certeza os 160 milhões de contos apresentados, mas talvez o dobro. E quanto a prazos de execução da obra as dúvidas são ainda maiores».

O autarca recém-eleito garante que, no caso de Gaia, a obra deverá ser toda «enterrada» - com os comboios a circular em túnel subterrâneo -, e não à superfície como estava inicialmente previsto, sobre o corredor central da Avenida da República, onde os problemas de tráfego já são, segundo Luís Filipe Menezes, incomportáveis. «A que acresce ainda o facto de não ser possível fazer um interface com os restantes transportes no local indicado pelo consórcio seleccionado», sublinha.

O autarca recorda também que a alternativa apontada pelo consórcio Normetro, que considera a passagem do metropolitano sobre o tabuleiro superior da Ponte D. Luís, implica a construção de uma nova ponte sobre o Douro, por forma a permitir o desvio do tráfego rodoviário que actualmente recorre àquele trajecto.

Acontece, porém, e ainda segundo Luís Filipe Menezes, que esta obra ainda não tem projecto, não se sabe nada sobre o respectivo financiamento e nem sequer foi iniciado o processo de expropriações de terrenos a utilizar para a construção do novo eixo viário, do lado de Gaia. Algumas fontes garantem mesmo que o anterior executivo camarário, liderado por Heitor Carvalheiras, terá licenciado algumas construções sobre os terrenos em causa, o que acabará por dificultar ainda mais o processo de expropriações.

«Trata-se de um projecto que irá envolver seguramente valores muito acima dos 10 milhões de contos e, até agora, ainda não sei quem irá assumir esse custo», frisa Menezes.

Este autarca mostra-se igualmente desagradado pelo facto de Gaia ter sido contemplada com apenas 2,5 quilómetros de metropolitano, no conjunto dos cerca de 60 que compõem o projecto. É que, em seu entender, um dos maiores fluxos regionais de trânsito é exactamente o que diz respeito ao eixo Gaia/Porto. «Parece-me que esta realidade não foi devidamente ponderada e, antes que se caia em erros irreparáveis, defendo a alternativa do metropolitano através da Ponte da Arrábida para a ligação à margem Sul do Douro, servindo o eixo Oliveira do Douro/Avintes», prossegue Luís Filipe Menezes. Contestação idêntica vem também de Gondomar e de Valongo, localidades esquecidas pelo traçado do projecto seleccionado. O novo metro ficará a mais de dez quilómetros de qualquer uma daquelas zonas urbanas.

Resta agora aguardar pela decisão final do Governo no que diz respeito à adjudicação da obra que tem vindo a ser adiada e que, para alguns observadores, «dificilmente se realizará».

Vitor S. Andrade

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