Vizela

12-11-1997
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AR

PS falta à palavra

e engana vizelenses

Ainda não foi desta que os vizelenses viram cumprida a aspiração de elevar a sua terra à categoria de concelho. Muita mágoa e frustração voltaram a constituir-se no sentimento dominante após a inviabilização do projecto de lei do PP propondo a criação do concelho de Vizela. Independentemente das sérias reservas suscitadas pelas motivações dos seus promotores - João Amaral não hesitou mesmo em desmascarar o "oportunismo da iniciativa" -, nada justifica, porém, que se tenha voltado a enganar mais uma vez os milhares de vizelenses que tinham as suas esperanças depositadas na Assembleia da República.

"Nada com seriedade política pode justificar a rejeição do projecto e nada pode justificar a omissão de honrar os compromissos assumidos, como os que o PS assumiu em 82, 83, 86 e 95", sublinhou no debate o parlamentar do PCP, antes de recordar, a propósito, declarações do deputado socialista Carlos Lage, em 11 de Maio de 1982, quando este afirmou: " desenha-se neste momento nesta Câmara uma monumental hipocrisia".

A incoerência na questão de Vizela não é, todavia, um exclusivo do PS. Reportando-se à chamada "lei travão", que impede a criação de novos municípios, João Amaral considerou tratar-se de "um balde de água fria, uma traição e um acto de manhosos", citando a forma como a certa altura o ex-deputado da UEDS, António Vitorino, classificou o comportamento do PSD e do CDS em 1983.

Depois de fazer notar que o PCP "esteve sempre em coerência a favor da criação do concelho de Vizela" e que em nenhum momento andou aos ziguezagues, João Amaral fundamentou este apoio da sua bancada, sustentando-o, por um lado, "em sólidas razões históricas", e, por outro, na decisiva importância que um poder municipal próprio representará para o "desenvolvimento e para a melhoria das condições de vida" das populações de Vizela.

Nesse sentido, "atirar mais uma vez para o futuro a decisão sobre Vizela é inaceitável e injustificável", concluiu João Amaral.

Lucília Ferra, do PSD, afirmou por sua vez que "em matéria de demagogia, o PS e o PP estão bem um para o outro: o PS propõe em vésperas de eleições legislativas e o PP em vésperas de eleições autárquicas".

Os compromissos do PS

A delegação da Junta de Freguesia e do Movimento para a Restauração do Concelho de Vizela distribuiu entretanto aos jornalistas, no dia do debate, fotocopias de documentos que, no seu entender, provam a existência de compromissos do PS para a elevação de Vizela a concelho.

Uma carta do chefe de gabinete do grupo parlamentar do PS, assinada por Henrique Manuel Marques dos Santos e datada de 29 de Junho de 1983, garante que "o PS cumprirá o compromisso assumido de, no início da nova sessão legislativa (de então), elevar a Concelho a Freguesia de Vizela".

A carta é dirigida ao Secretariado da secção de Vizela do Partido Socialista, e reporta-se a um ofício, da mesma secção do PS, dirigido ao Grupo Parlamentar do PS, em 10 de Junho de 1983.

Entre as fotocopias distribuidas está uma do jornal "Notícias de Vizela", com declarações de António Guterres, e outra do "Correio do Minho", com recortes de declarações avulsas de vários elementos do PS, todas garantindo o desejo dos socialistas em contribuirem para a elevação de Vizela a concelho.

"Se eu for primeiro-minsitro criarei de imediato o concelho de Vizela", disse António Guterres ao jornalistas e perante os presidentes das Câmaras de Guimarães, S.Tirso, Famalicão, Fafe e Vieira do Minho, na Associação de Municipios do Vale do Ave, em 23 de Março de 1993, segundo o jornal "Noticias de Vizela".

AR

PS falta à palavra

e engana vizelenses

Ainda não foi desta que os vizelenses viram cumprida a aspiração de elevar a sua terra à categoria de concelho. Muita mágoa e frustração voltaram a constituir-se no sentimento dominante após a inviabilização do projecto de lei do PP propondo a criação do concelho de Vizela. Independentemente das sérias reservas suscitadas pelas motivações dos seus promotores - João Amaral não hesitou mesmo em desmascarar o "oportunismo da iniciativa" -, nada justifica, porém, que se tenha voltado a enganar mais uma vez os milhares de vizelenses que tinham as suas esperanças depositadas na Assembleia da República.

"Nada com seriedade política pode justificar a rejeição do projecto e nada pode justificar a omissão de honrar os compromissos assumidos, como os que o PS assumiu em 82, 83, 86 e 95", sublinhou no debate o parlamentar do PCP, antes de recordar, a propósito, declarações do deputado socialista Carlos Lage, em 11 de Maio de 1982, quando este afirmou: " desenha-se neste momento nesta Câmara uma monumental hipocrisia".

A incoerência na questão de Vizela não é, todavia, um exclusivo do PS. Reportando-se à chamada "lei travão", que impede a criação de novos municípios, João Amaral considerou tratar-se de "um balde de água fria, uma traição e um acto de manhosos", citando a forma como a certa altura o ex-deputado da UEDS, António Vitorino, classificou o comportamento do PSD e do CDS em 1983.

Depois de fazer notar que o PCP "esteve sempre em coerência a favor da criação do concelho de Vizela" e que em nenhum momento andou aos ziguezagues, João Amaral fundamentou este apoio da sua bancada, sustentando-o, por um lado, "em sólidas razões históricas", e, por outro, na decisiva importância que um poder municipal próprio representará para o "desenvolvimento e para a melhoria das condições de vida" das populações de Vizela.

Nesse sentido, "atirar mais uma vez para o futuro a decisão sobre Vizela é inaceitável e injustificável", concluiu João Amaral.

Lucília Ferra, do PSD, afirmou por sua vez que "em matéria de demagogia, o PS e o PP estão bem um para o outro: o PS propõe em vésperas de eleições legislativas e o PP em vésperas de eleições autárquicas".

Os compromissos do PS

A delegação da Junta de Freguesia e do Movimento para a Restauração do Concelho de Vizela distribuiu entretanto aos jornalistas, no dia do debate, fotocopias de documentos que, no seu entender, provam a existência de compromissos do PS para a elevação de Vizela a concelho.

Uma carta do chefe de gabinete do grupo parlamentar do PS, assinada por Henrique Manuel Marques dos Santos e datada de 29 de Junho de 1983, garante que "o PS cumprirá o compromisso assumido de, no início da nova sessão legislativa (de então), elevar a Concelho a Freguesia de Vizela".

A carta é dirigida ao Secretariado da secção de Vizela do Partido Socialista, e reporta-se a um ofício, da mesma secção do PS, dirigido ao Grupo Parlamentar do PS, em 10 de Junho de 1983.

Entre as fotocopias distribuidas está uma do jornal "Notícias de Vizela", com declarações de António Guterres, e outra do "Correio do Minho", com recortes de declarações avulsas de vários elementos do PS, todas garantindo o desejo dos socialistas em contribuirem para a elevação de Vizela a concelho.

"Se eu for primeiro-minsitro criarei de imediato o concelho de Vizela", disse António Guterres ao jornalistas e perante os presidentes das Câmaras de Guimarães, S.Tirso, Famalicão, Fafe e Vieira do Minho, na Associação de Municipios do Vale do Ave, em 23 de Março de 1993, segundo o jornal "Noticias de Vizela".

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