LALANDA, O SEGUNDO SUCESSOR
A menos que uma tempestade varra o congresso extraordinário do partido, que ontem começou em Ponta Delgada com várias horas de atraso devido ao mau tempo - chuva e ventos de mais de cem quilómetros por hora - e vire o clima a favor de Natalino Viveiros, antigo número dois de Mota Amaral que agora tenta regressar à ribalta.
De facto, o início do congresso foi atrasado das 18 horas para as 21 e 30 para permitir a chegada da maioria dos delegados.
Dois meses após a demissão de Álvaro Damaso, demoraram a aparecer candidatos assumidos, apesar de avanços e recuos de alguns dos «notáveis» açorianos para chefiar um partido que se vê na oposição, após 20 anos de poder. E só na última semana os olhares se voltaram para este sociólogo de 37 anos, deputado à Assembleia da República, que surge como uma solução de recurso, já depois de Natalino ter anunciado a sua candidatura, que bem pode levar o rótulo de virtual ou, no mínimo, condicional. Só se a sua moção for a mais votada no congresso é que admite apresentar listas aos órgãos regionais.
Ora, estes «ses» fazem com que Lalanda e os seus apoiantes desvalorizem a candidatura e cheguem a dizer, como o fizeram ao DN, que «não existe». Aliás, numa curiosíssima coincidência, foi a mesma estratégia seguida pelo actual presidente do PSD que, no congresso da Feira, há um ano, igualmente colocava a condição de a sua ser a moção mais votada.
Nos bastidores sociais-democratas corria ontem a informação, dando como provável que Natalino retirasse a sua moção (para evitar uma derrota), abrindo caminho a eventuais negociações de nomes na lista de Lalanda.
Coincidências à parte, sem dúvida que Vítor Cruz, líder parlamentar do PSD no Parlamento regional e considerado o «delfim» de Mota Amaral, era o «desejado» para suceder a Dâmaso. Mas, apesar de muito pressionado, Cruz quis resguardar-se.
Agora, está ao lado de Lalanda, engrossando uma lista de apoios, ao ex-subsecretário de Mota Amaral. Na contas dos apoiantes de Lalanda, o candidato tem maioria dos delegados nas ilhas com maior peso. E a seu lado estão também os «barões» sociais-democratas açorianos. Como Madruga da Costa, ex-presidente do governo regional que recusou ser o eterno substituto, ou da líder da JSD/Açores, Ana Carolina. Ou ainda o apoio implícito do líder histórico do PSD açoriano que também terá alguma quota de responsabilidade no aparecimento de Lalanda na corrida à liderança. Por isso, a intervenção de hoje de Mota Amaral é aguardada com muita expectativa.
Falta saber o que fará Costa Neves, o eurodeputado que, durante algum tempo, alimentou expectativas e depois se retirou.
E, se isso tem alguma importância, registe-se que Lalanda Gonçalves é encarado, pela Comissão Política Nacional, como «uma boa solução». «A de Natalino é que não», afirmou um dirigente social-democrata.
A essas resistências não será alheio o facto de o co-fundador do PSD/Açores ter sido condenado, em 1996, a dois anos de prisão no caso ProPico, relacionado com a importação ilegal de carne.
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LALANDA, O SEGUNDO SUCESSOR
A menos que uma tempestade varra o congresso extraordinário do partido, que ontem começou em Ponta Delgada com várias horas de atraso devido ao mau tempo - chuva e ventos de mais de cem quilómetros por hora - e vire o clima a favor de Natalino Viveiros, antigo número dois de Mota Amaral que agora tenta regressar à ribalta.
De facto, o início do congresso foi atrasado das 18 horas para as 21 e 30 para permitir a chegada da maioria dos delegados.
Dois meses após a demissão de Álvaro Damaso, demoraram a aparecer candidatos assumidos, apesar de avanços e recuos de alguns dos «notáveis» açorianos para chefiar um partido que se vê na oposição, após 20 anos de poder. E só na última semana os olhares se voltaram para este sociólogo de 37 anos, deputado à Assembleia da República, que surge como uma solução de recurso, já depois de Natalino ter anunciado a sua candidatura, que bem pode levar o rótulo de virtual ou, no mínimo, condicional. Só se a sua moção for a mais votada no congresso é que admite apresentar listas aos órgãos regionais.
Ora, estes «ses» fazem com que Lalanda e os seus apoiantes desvalorizem a candidatura e cheguem a dizer, como o fizeram ao DN, que «não existe». Aliás, numa curiosíssima coincidência, foi a mesma estratégia seguida pelo actual presidente do PSD que, no congresso da Feira, há um ano, igualmente colocava a condição de a sua ser a moção mais votada.
Nos bastidores sociais-democratas corria ontem a informação, dando como provável que Natalino retirasse a sua moção (para evitar uma derrota), abrindo caminho a eventuais negociações de nomes na lista de Lalanda.
Coincidências à parte, sem dúvida que Vítor Cruz, líder parlamentar do PSD no Parlamento regional e considerado o «delfim» de Mota Amaral, era o «desejado» para suceder a Dâmaso. Mas, apesar de muito pressionado, Cruz quis resguardar-se.
Agora, está ao lado de Lalanda, engrossando uma lista de apoios, ao ex-subsecretário de Mota Amaral. Na contas dos apoiantes de Lalanda, o candidato tem maioria dos delegados nas ilhas com maior peso. E a seu lado estão também os «barões» sociais-democratas açorianos. Como Madruga da Costa, ex-presidente do governo regional que recusou ser o eterno substituto, ou da líder da JSD/Açores, Ana Carolina. Ou ainda o apoio implícito do líder histórico do PSD açoriano que também terá alguma quota de responsabilidade no aparecimento de Lalanda na corrida à liderança. Por isso, a intervenção de hoje de Mota Amaral é aguardada com muita expectativa.
Falta saber o que fará Costa Neves, o eurodeputado que, durante algum tempo, alimentou expectativas e depois se retirou.
E, se isso tem alguma importância, registe-se que Lalanda Gonçalves é encarado, pela Comissão Política Nacional, como «uma boa solução». «A de Natalino é que não», afirmou um dirigente social-democrata.
A essas resistências não será alheio o facto de o co-fundador do PSD/Açores ter sido condenado, em 1996, a dois anos de prisão no caso ProPico, relacionado com a importação ilegal de carne.