Costa Lima e José Lemos em rota de colisão

15-09-1999
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Costa Lima e José Lemos

O partido de Costa Lima reivindica o apoio dos grupos financeiros nascidos no Porto (BCP e BPI) depois de um Governo Soares ter dissipado na lei os efeitos do 11 de Março ao reabrir a actividade bancária à iniciativa privada. O apoio do paquidérmico grupo estatal, liderado pela Caixa Geral de Depósitos, é reivindicado por ambos as partes em confronto.

Em caricatura, o duelo eleitoral põe em confronto as velhas e novas famílias financeiras, agrupadas em torno de duas personalidades tão diferentes como a água do vinho.

Nascido e licenciado em Lisboa, Lemos construiu no Porto o essencial da sua meteórica carreira profissional, iniciada no Borges, adubada na Socifa e estabilizada na Central Investimento. O nervoso e irreverente presidente da BVL trata por tu o Poder «rosa». Eleito deputado pelo PS, integrou o «inner circle» da candidatura presidencial de Sampaio e foi referido como a melhor hipótese do partido para nº2 de Fernando Gomes nas últimas autárquicas.

Nascido em Felgueiras e licenciado no Porto, o principal responsável pela BPI Dealer é um escravo das leis. Inflexível e um bulímico devorador de «dossiers, Costa Lima movimenta-se com a segurança infalível dos glaciares - mas também com a mesma lentidão.

A luta pelo controlo das bolsas portuguesas desenrola-se nos bastidores há um ano, desde que Costa Lima assumiu o lugar de Sá Ribeiro na BVL, passando a fiscalizar com o seu gosto pelo detalhe a acção do táctico Lemos.

A Interbolsa e a aquisição do novo sistema de negociação foram etapas da luta de morte entre os dois, a que não faltaram as inevitáveis caneladas dadas por debaixo da mesa.

O responsável pela BPI Dealer tem classificado como pouco eficiente a gestão Lemos da BVl, exemplificando com o facto de nos últimos três anos mais de 300 empréstimos obrigacionistas denominados em escudos terem sido cotadas em Luxemburgo e não em Lisboa.

O partido de Lemos acusa Costa Lima de querer que lhe estendam uma passadeira vermelha para um regresso em grande à ribalta no mercado de capitais.

Mas este confronto subterrâneo poderá nunca emergir à luz do dia. Os partidários de Lemos asseguram que Costa Lima recuará, por falta de apoios, porque não arriscará a ser derrotado num confronto público.

Os partidários de Costa Lima respondem dizendo que ainda há muita poeira no ar, e até agora só entraram em acção as segundas linhas. A decisão final - argumentam - será tomada em forum mais elevado, a Associação Portuguesa de Bancos, onde estão à volta da mesa os «pesos-pesados», Santos Silva, Jardim Gonçalves, Ricardo Salgado, João Salgueiro...

As rivalidades entre Porto e Lisboa virão à baila. Outra coisa não seria de esperar numa guerra em que os principais protagonistas sãos os presidentes da BDP e BVL. Costa Lima e Lemos convergem na necessidade de uma intervenção concertada dos dois mercados e divergem no modelo.

Lemos tem defendido a vantagem de haver uma coincidência quase total entre os conselhos de administração das duas bolsas, com o objectivo de se apresentarem com uma estratégia única na negociação com o Governo para a transformação em sociedades comerciais das actuais associações sem fins lucrativos.

Ou seja, por outras palavras, Lemos não deverá apenas à presidência da BVL como também à da BDP.

O modelo Costa Lima contempla a criação de uma «holding» que deteria a 100 por cento BDP, BVL e Interbolsa - que seriam geridas por profissionais. Os operadores teriam assento na SGPS.

Jorge Fiel

Costa Lima e José Lemos

O partido de Costa Lima reivindica o apoio dos grupos financeiros nascidos no Porto (BCP e BPI) depois de um Governo Soares ter dissipado na lei os efeitos do 11 de Março ao reabrir a actividade bancária à iniciativa privada. O apoio do paquidérmico grupo estatal, liderado pela Caixa Geral de Depósitos, é reivindicado por ambos as partes em confronto.

Em caricatura, o duelo eleitoral põe em confronto as velhas e novas famílias financeiras, agrupadas em torno de duas personalidades tão diferentes como a água do vinho.

Nascido e licenciado em Lisboa, Lemos construiu no Porto o essencial da sua meteórica carreira profissional, iniciada no Borges, adubada na Socifa e estabilizada na Central Investimento. O nervoso e irreverente presidente da BVL trata por tu o Poder «rosa». Eleito deputado pelo PS, integrou o «inner circle» da candidatura presidencial de Sampaio e foi referido como a melhor hipótese do partido para nº2 de Fernando Gomes nas últimas autárquicas.

Nascido em Felgueiras e licenciado no Porto, o principal responsável pela BPI Dealer é um escravo das leis. Inflexível e um bulímico devorador de «dossiers, Costa Lima movimenta-se com a segurança infalível dos glaciares - mas também com a mesma lentidão.

A luta pelo controlo das bolsas portuguesas desenrola-se nos bastidores há um ano, desde que Costa Lima assumiu o lugar de Sá Ribeiro na BVL, passando a fiscalizar com o seu gosto pelo detalhe a acção do táctico Lemos.

A Interbolsa e a aquisição do novo sistema de negociação foram etapas da luta de morte entre os dois, a que não faltaram as inevitáveis caneladas dadas por debaixo da mesa.

O responsável pela BPI Dealer tem classificado como pouco eficiente a gestão Lemos da BVl, exemplificando com o facto de nos últimos três anos mais de 300 empréstimos obrigacionistas denominados em escudos terem sido cotadas em Luxemburgo e não em Lisboa.

O partido de Lemos acusa Costa Lima de querer que lhe estendam uma passadeira vermelha para um regresso em grande à ribalta no mercado de capitais.

Mas este confronto subterrâneo poderá nunca emergir à luz do dia. Os partidários de Lemos asseguram que Costa Lima recuará, por falta de apoios, porque não arriscará a ser derrotado num confronto público.

Os partidários de Costa Lima respondem dizendo que ainda há muita poeira no ar, e até agora só entraram em acção as segundas linhas. A decisão final - argumentam - será tomada em forum mais elevado, a Associação Portuguesa de Bancos, onde estão à volta da mesa os «pesos-pesados», Santos Silva, Jardim Gonçalves, Ricardo Salgado, João Salgueiro...

As rivalidades entre Porto e Lisboa virão à baila. Outra coisa não seria de esperar numa guerra em que os principais protagonistas sãos os presidentes da BDP e BVL. Costa Lima e Lemos convergem na necessidade de uma intervenção concertada dos dois mercados e divergem no modelo.

Lemos tem defendido a vantagem de haver uma coincidência quase total entre os conselhos de administração das duas bolsas, com o objectivo de se apresentarem com uma estratégia única na negociação com o Governo para a transformação em sociedades comerciais das actuais associações sem fins lucrativos.

Ou seja, por outras palavras, Lemos não deverá apenas à presidência da BVL como também à da BDP.

O modelo Costa Lima contempla a criação de uma «holding» que deteria a 100 por cento BDP, BVL e Interbolsa - que seriam geridas por profissionais. Os operadores teriam assento na SGPS.

Jorge Fiel

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