JORNAL PUBLICO: Menos apoio... no Cavaquistão

05-10-1999
marcar artigo

10/07/95

Nogueira em comício em Viseu

Menos apoio... no Cavaquistão

Foi um Fernando Nogueira cansado que se viu sábado à noite num comício realizado no Rossio de Viseu. O que é feito dos banhos de multidão de outros tempos? Dez, quinze e vinte mil pessoas enchiam as concentrações que o PSD organizava no distrito mais "laranja" do país. Mas, desta vez, o líder falou, sem brilho, a quase três mil pessoas.

O comício do PSD não foi diferente de outras manifestações recentes com a presença de Nogueira. Uma desajeitada encenação dos jovens militantes, no sentido de se colocarem nos sítios e perspectivas certas, para "encher" as câmaras de televisão, a fim de dar a sensação falsa de enchente popular.

Antes da actuação dos contratados "rockers" UHF, e sob ameaça da chuva que não chegou a estragar a festa, animava-se um palco montado em frente à Câmara Municipal de Viseu com os "Um, dois, três, som!". Uma actuação "espontânea" surgiu antes da actuação do grupo de Almada. Era o Rancho Juvenil de S. Pedro do Sul, que oferecia uma "surpresa" aos líderes locais do PSD. "Espontânea" foi também a deslocação a Viseu de mais de trinta autocarros cheios de entusiastas do PSD e vindos de concelhos limítrofes. Rechearam um magote de gente da concentração e fizeram sombra aos da cidade.

Os comentários sobre a lista de Viseu às proximas legislativas multiplicavam-se pelo Rossio, aos sons dos UHF. Não se dizia mais nada entre os engravatados e "pinocas" do partido. "Estou aqui, mas tenho a certeza de que os gajos vão perder!", dizia um manifestante para a namorada, enquanto assistiam, sem o júbilo dos outros que estavam situados mais à frente, junto ao palco.

As caras mais conhecidas iam aparecendo antes da intervenção de Nogueira: Falcão e Cunha, Marques Mendes, Nunes Liberato, Faria de Oliveira, para além dos notáveis locais que encheram o palco depois da música. Adriano Azevedo começou o comício a gritar para animar os presentes. Entre regulares pingos de chuva, que caíam por entre as tílias, seguiram-se Carlos Meneses (líder da JSD) e José Cesário, que defenderam: "O PSD é o maior!"; "A terceira maioria é nossa!". De repente, surge Nogueira vindo do "Norte" (depois de já ter estado em Viseu à tarde) e do casamento da filha do ministro da Defesa, Figueiredo Lopes, realizado em Mesão Frio.

Visivelmente cansado, Nogueira resistiu ao comício, mas nada disse de novo em relação aos últimos dias: "Os outros apenas se servem de cabalas para tentarem ganhar vantagem sobre nós". "Vamos continuar o sonho de 1985 e do professor Cavaco Silva". "A terceira maioria é necessária".

Longe do palco, mas atento e satisfeito com o seu líder, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Frades, João Maia, seguia com atenção as palavras de Nogueira. Foi um "resistente" quando a distrital de Viseu apoiou logo de início Durão Barroso para o Congresso do PSD. Sempre se manteve ao lado de Nogueira e não concorda com a condução da política social-democrata em Viseu: "Há que mudar a lei dos partidos e a lei eleitoral para ver se estes indivíduos, também os do meu partido, deixam de actuar mal neste distrito".

JGL

10/07/95

Nogueira em comício em Viseu

Menos apoio... no Cavaquistão

Foi um Fernando Nogueira cansado que se viu sábado à noite num comício realizado no Rossio de Viseu. O que é feito dos banhos de multidão de outros tempos? Dez, quinze e vinte mil pessoas enchiam as concentrações que o PSD organizava no distrito mais "laranja" do país. Mas, desta vez, o líder falou, sem brilho, a quase três mil pessoas.

O comício do PSD não foi diferente de outras manifestações recentes com a presença de Nogueira. Uma desajeitada encenação dos jovens militantes, no sentido de se colocarem nos sítios e perspectivas certas, para "encher" as câmaras de televisão, a fim de dar a sensação falsa de enchente popular.

Antes da actuação dos contratados "rockers" UHF, e sob ameaça da chuva que não chegou a estragar a festa, animava-se um palco montado em frente à Câmara Municipal de Viseu com os "Um, dois, três, som!". Uma actuação "espontânea" surgiu antes da actuação do grupo de Almada. Era o Rancho Juvenil de S. Pedro do Sul, que oferecia uma "surpresa" aos líderes locais do PSD. "Espontânea" foi também a deslocação a Viseu de mais de trinta autocarros cheios de entusiastas do PSD e vindos de concelhos limítrofes. Rechearam um magote de gente da concentração e fizeram sombra aos da cidade.

Os comentários sobre a lista de Viseu às proximas legislativas multiplicavam-se pelo Rossio, aos sons dos UHF. Não se dizia mais nada entre os engravatados e "pinocas" do partido. "Estou aqui, mas tenho a certeza de que os gajos vão perder!", dizia um manifestante para a namorada, enquanto assistiam, sem o júbilo dos outros que estavam situados mais à frente, junto ao palco.

As caras mais conhecidas iam aparecendo antes da intervenção de Nogueira: Falcão e Cunha, Marques Mendes, Nunes Liberato, Faria de Oliveira, para além dos notáveis locais que encheram o palco depois da música. Adriano Azevedo começou o comício a gritar para animar os presentes. Entre regulares pingos de chuva, que caíam por entre as tílias, seguiram-se Carlos Meneses (líder da JSD) e José Cesário, que defenderam: "O PSD é o maior!"; "A terceira maioria é nossa!". De repente, surge Nogueira vindo do "Norte" (depois de já ter estado em Viseu à tarde) e do casamento da filha do ministro da Defesa, Figueiredo Lopes, realizado em Mesão Frio.

Visivelmente cansado, Nogueira resistiu ao comício, mas nada disse de novo em relação aos últimos dias: "Os outros apenas se servem de cabalas para tentarem ganhar vantagem sobre nós". "Vamos continuar o sonho de 1985 e do professor Cavaco Silva". "A terceira maioria é necessária".

Longe do palco, mas atento e satisfeito com o seu líder, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Frades, João Maia, seguia com atenção as palavras de Nogueira. Foi um "resistente" quando a distrital de Viseu apoiou logo de início Durão Barroso para o Congresso do PSD. Sempre se manteve ao lado de Nogueira e não concorda com a condução da política social-democrata em Viseu: "Há que mudar a lei dos partidos e a lei eleitoral para ver se estes indivíduos, também os do meu partido, deixam de actuar mal neste distrito".

JGL

marcar artigo