Agarra!

12-11-1997
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Agarra que é ladrão !

A creditando firmemente que uma mentira mil vezes repetida acabará por se tornar verdade, Marcelo Rebelo de Sousa percorre agora cada comício do PSD classificando de «vergonha nacional» e de «negociata PS-PCP» feita «à sucapa dos portugueses» a aprovação em comissão parlamentar (ao fim de 15 meses!) do mapa das regiões em que o PCP fez justamente valer face ao PS o respeito que era devido às opiniões manifestadas pelas Assembleias Municipais que tinham sido consultadas nos termos do artº 256º da Constituição!

Entretanto, no passado sábado, o «Expresso» publicava extractos do prefácio de Marcelo Rebelo de Sousa à edição de uma Constituição anotada que se insere nos festejos do PSD sobre a aprovação da revisão da Constituição.

De entre tais excertos, é justo destacar aqueles em que MRS, exercitando a sua insuperável técnica de apunhalar através do elogio e de amesquinhar através do enaltecimento, salienta que «no Partido Socialista foram alguns os contribuintes para esta revisão. Citarei só os mais destacados: os Deputados Jorge Lacão, José Magalhães, Vital Moreira e Francisco Assis e o dr. António Vitorino. Deles merece destaque particular o deputado Jorge Lacão. Foi ele que negociou com Marques Mendes o acordo PS-PSD, com persistência e dedicação. Foi ele quem impôs ao seu Grupo Parlamentar esse facto quase consumado» .

M as há mais : rebolando-se previsivelmente com as maldades que lhe dão plena felicidade, Marcelo Rebelo de Sousa mistura ainda mais elogios com o relato minucioso de pormenores de bastidores, assim deixando claro como foram hipócritas certos desmentidos públicos. É nesse quadro que afirma que se esta revisão «existiu e abre portas em matérias essenciais» foi «graças ao dr. António Vitorino. A sua intervenção foi nuclear (...). Foi o seu acicate que que permitiu o contra-relógio de Fevereiro e Março na conclusão do acordo PS/PSD. Na madrugada do termo das negociações estivemos a falar, telefonicamente, até perto das sete da manhã (...). O dr. António Vitorino teve a tripla missão de informar o Primeiro-Ministro, de intuir as modificações fundamentais e de moderar os excessos da delegação socialista. (...) A 13 de Fevereiro, e em paralelo com a polémica acerca dos projectos sobre o aborto - que dominou os trabalhos parlamentares - o dr. Marques Mendes lançou mãos à obra com o dr. Jorge Lacão. E não mais pararam.»

Agarra que é ladrão !

A creditando firmemente que uma mentira mil vezes repetida acabará por se tornar verdade, Marcelo Rebelo de Sousa percorre agora cada comício do PSD classificando de «vergonha nacional» e de «negociata PS-PCP» feita «à sucapa dos portugueses» a aprovação em comissão parlamentar (ao fim de 15 meses!) do mapa das regiões em que o PCP fez justamente valer face ao PS o respeito que era devido às opiniões manifestadas pelas Assembleias Municipais que tinham sido consultadas nos termos do artº 256º da Constituição!

Entretanto, no passado sábado, o «Expresso» publicava extractos do prefácio de Marcelo Rebelo de Sousa à edição de uma Constituição anotada que se insere nos festejos do PSD sobre a aprovação da revisão da Constituição.

De entre tais excertos, é justo destacar aqueles em que MRS, exercitando a sua insuperável técnica de apunhalar através do elogio e de amesquinhar através do enaltecimento, salienta que «no Partido Socialista foram alguns os contribuintes para esta revisão. Citarei só os mais destacados: os Deputados Jorge Lacão, José Magalhães, Vital Moreira e Francisco Assis e o dr. António Vitorino. Deles merece destaque particular o deputado Jorge Lacão. Foi ele que negociou com Marques Mendes o acordo PS-PSD, com persistência e dedicação. Foi ele quem impôs ao seu Grupo Parlamentar esse facto quase consumado» .

M as há mais : rebolando-se previsivelmente com as maldades que lhe dão plena felicidade, Marcelo Rebelo de Sousa mistura ainda mais elogios com o relato minucioso de pormenores de bastidores, assim deixando claro como foram hipócritas certos desmentidos públicos. É nesse quadro que afirma que se esta revisão «existiu e abre portas em matérias essenciais» foi «graças ao dr. António Vitorino. A sua intervenção foi nuclear (...). Foi o seu acicate que que permitiu o contra-relógio de Fevereiro e Março na conclusão do acordo PS/PSD. Na madrugada do termo das negociações estivemos a falar, telefonicamente, até perto das sete da manhã (...). O dr. António Vitorino teve a tripla missão de informar o Primeiro-Ministro, de intuir as modificações fundamentais e de moderar os excessos da delegação socialista. (...) A 13 de Fevereiro, e em paralelo com a polémica acerca dos projectos sobre o aborto - que dominou os trabalhos parlamentares - o dr. Marques Mendes lançou mãos à obra com o dr. Jorge Lacão. E não mais pararam.»

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