Janela de São Bento

02-09-1999
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Jorge Ferreira: foi dele a iniciativa de chamar Marcelo a concretizar as suspeitas

Ao rubricar esta iniciativa, na semana passada, Jorge Ferreira desencadeou uma pequena tempestade no interior do PP, o seu próprio partido: não só perturbou o clima de entendimento que Paulo Portas diligencia estabelecer com o PSD, como precipitou as ameaças de sanções aos deputados que contrariem a estratégia do novo líder.

Presidente do grupo parlamentar do Partido Popular na sequência das primeiras eleições sob a liderança de Manuel Monteiro, Ferreira coabitou durante algum tempo, sem problemas detectáveis do exterior, com o protagonismo que Paulo Portas, já então, assumia na bancada. A gestão desse e de outros protagonismos foi-se, entretanto, complicando, e Jorge Ferreira abdicou do cargo.

A falhada eleição do seu presumível sucessor marcou, definitivamente, a vida interna do partido. Embora obtendo a maioria dos votos expressos, Paulo Portas não reuniu o apoio maioritário dos deputados do PP e abandonou o Parlamento e os órgãos da direcção partidária. A chefia da bancada parlamentar veio a ser ocupada por Maria José Nogueira Pinto, sendo desempenhada sem polémicas até Portas empreender a sua cruzada pela presidência. Sendo novo o líder no partido, mudou também o timoneiro do grupo parlamentar.

O leme da bancada passou para as mãos de Luís Queiró. E, discretas porventura, começaram a anotar-se as primeiras aproximações à estratégia parlamentar conjunta com o PSD. Quanto a Jorge Ferreira, embora tardando a expressar discordâncias, esse já era, de facto, minoria no seu partido.

A votação do referendo à Europa apurou a primeira divergência expressa de Ferreira e dos demais deputados afectos a Manuel Monteiro. Na comissão de inquérito, para onde foi indicado junto com Moura e Silva, tudo se clarificou.

Jorge Ferreira nunca escondera, aliás, que considera um disparate o inquérito, a menos que Marcelo Rebelo de Sousa forneça dados mais substanciais do que as suspeitas que levantou. E, como os deputados do PSD nada adiantaram de novo, avançou mesmo com a convocatória de Marcelo, sem dar cavaco à direcção do CDS/PP.

Portas irritou-se, como já se viu. Mas de pouco lhe adianta, em termos práticos: os membros da comissão de inquérito funcionam em nome individual e o seu voto não é vinculado às orientações partidárias.

Jorge Ferreira: foi dele a iniciativa de chamar Marcelo a concretizar as suspeitas

Ao rubricar esta iniciativa, na semana passada, Jorge Ferreira desencadeou uma pequena tempestade no interior do PP, o seu próprio partido: não só perturbou o clima de entendimento que Paulo Portas diligencia estabelecer com o PSD, como precipitou as ameaças de sanções aos deputados que contrariem a estratégia do novo líder.

Presidente do grupo parlamentar do Partido Popular na sequência das primeiras eleições sob a liderança de Manuel Monteiro, Ferreira coabitou durante algum tempo, sem problemas detectáveis do exterior, com o protagonismo que Paulo Portas, já então, assumia na bancada. A gestão desse e de outros protagonismos foi-se, entretanto, complicando, e Jorge Ferreira abdicou do cargo.

A falhada eleição do seu presumível sucessor marcou, definitivamente, a vida interna do partido. Embora obtendo a maioria dos votos expressos, Paulo Portas não reuniu o apoio maioritário dos deputados do PP e abandonou o Parlamento e os órgãos da direcção partidária. A chefia da bancada parlamentar veio a ser ocupada por Maria José Nogueira Pinto, sendo desempenhada sem polémicas até Portas empreender a sua cruzada pela presidência. Sendo novo o líder no partido, mudou também o timoneiro do grupo parlamentar.

O leme da bancada passou para as mãos de Luís Queiró. E, discretas porventura, começaram a anotar-se as primeiras aproximações à estratégia parlamentar conjunta com o PSD. Quanto a Jorge Ferreira, embora tardando a expressar discordâncias, esse já era, de facto, minoria no seu partido.

A votação do referendo à Europa apurou a primeira divergência expressa de Ferreira e dos demais deputados afectos a Manuel Monteiro. Na comissão de inquérito, para onde foi indicado junto com Moura e Silva, tudo se clarificou.

Jorge Ferreira nunca escondera, aliás, que considera um disparate o inquérito, a menos que Marcelo Rebelo de Sousa forneça dados mais substanciais do que as suspeitas que levantou. E, como os deputados do PSD nada adiantaram de novo, avançou mesmo com a convocatória de Marcelo, sem dar cavaco à direcção do CDS/PP.

Portas irritou-se, como já se viu. Mas de pouco lhe adianta, em termos práticos: os membros da comissão de inquérito funcionam em nome individual e o seu voto não é vinculado às orientações partidárias.

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