O Governo deixa andar?
A demissão do almirante Fuzeta da Ponte repercutiu-se fragorosamente em S. Bento, excitando todas as bancadas, logo na abertura da semana parlamentar. João Amaral, do PCP, lançou a discussão, perguntando: «Então o Presidente da República devolve uma carta a uma entidade como o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, dá disso conhecimento ao Governo, e este deixa andar?»
Leitura anacrónica
O deputado comunista e vice-presidente da Assembleia considerou «inaceitáveis» os comentários do ministro Veiga Simão sobre o assunto, «já depois de de ter vindo a público toda a história», e continuou a perguntar: «Será que o ministro não conhece a Constituição da República e ignora os poderes do PR? Se conhece, deve estar a fazer uma leitura anacrónica da Constituição...».
Não é corta-fitas
Ainda em intenção do ministro, concluiu João Amaral: «Os tempos mudaram: o Presidente da República da Constituição de 1976 não é nenhum corta-fitas, nem uma espécie de Américo Thomaz!»
Não age, só reage
Por parte do PSD, entrou Marques Mendes no debate. Para garantir, pretextando interpelar João Amaral: «Este Governo não age, só reage, e está sem ministro da Defesa. Mesmo que o ministro continue em funções, nunca mais será levado a sério».
Vossa Excelência já não é
Da bancada socialista, ergueram-se Marques Júnior e Raimundo Narciso, ensaiando aliviar a pressão exercida por representantes de toda a oposição. A Narciso, ele próprio ex-dirigente do PCP, respondeu Amaral: «Ó senhor deputado, não venha falar da inoportunidade da minha intervenção! Quem define a oportunidade das intervenções do Partido Comunista já não é V.Exa: somos nós!»
Sem cassete adequada
E, como Raimundo Narciso insistisse em explicar-se, João Amaral cortou, cerce, a discussão: «Por mais que insista, o senhor deputado não tem a cassete adequada à resolução deste problema.»
Toca a despedir polícias
Anteontem foi a vez de o PP usar a figura da declaração política para atacar noutra frente governamental. Para isso, e glosando uma recente entrevista de Maximiano Rodrigues, disse Jorge Ferreira: «Enquanto o ministro da Administração Interna anda na canseira de visitar bairros, a prometer mais polícias, o seu inspector das polícias vem dizer que isso é desnecessário e que Portugal, afinal, o que tem é de despedir dois terços dos seus efectivos policiais.»
Vá dar um giro!
Jorge Ferreira ainda perguntou «Quem manda: o ministro ou o seu inspector?», antes de recordar ter Maximiano defendido que os polícias de giro andem desarmados. Isto dito, concluiu o deputado do Partido Popular: «Esta frase, de tão espantosa, só nos suscita um comentário: é que talvez se justifique, com entrevista tão desastrosa, mandar o inspector-geral dar um giro.»
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O Governo deixa andar?
A demissão do almirante Fuzeta da Ponte repercutiu-se fragorosamente em S. Bento, excitando todas as bancadas, logo na abertura da semana parlamentar. João Amaral, do PCP, lançou a discussão, perguntando: «Então o Presidente da República devolve uma carta a uma entidade como o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, dá disso conhecimento ao Governo, e este deixa andar?»
Leitura anacrónica
O deputado comunista e vice-presidente da Assembleia considerou «inaceitáveis» os comentários do ministro Veiga Simão sobre o assunto, «já depois de de ter vindo a público toda a história», e continuou a perguntar: «Será que o ministro não conhece a Constituição da República e ignora os poderes do PR? Se conhece, deve estar a fazer uma leitura anacrónica da Constituição...».
Não é corta-fitas
Ainda em intenção do ministro, concluiu João Amaral: «Os tempos mudaram: o Presidente da República da Constituição de 1976 não é nenhum corta-fitas, nem uma espécie de Américo Thomaz!»
Não age, só reage
Por parte do PSD, entrou Marques Mendes no debate. Para garantir, pretextando interpelar João Amaral: «Este Governo não age, só reage, e está sem ministro da Defesa. Mesmo que o ministro continue em funções, nunca mais será levado a sério».
Vossa Excelência já não é
Da bancada socialista, ergueram-se Marques Júnior e Raimundo Narciso, ensaiando aliviar a pressão exercida por representantes de toda a oposição. A Narciso, ele próprio ex-dirigente do PCP, respondeu Amaral: «Ó senhor deputado, não venha falar da inoportunidade da minha intervenção! Quem define a oportunidade das intervenções do Partido Comunista já não é V.Exa: somos nós!»
Sem cassete adequada
E, como Raimundo Narciso insistisse em explicar-se, João Amaral cortou, cerce, a discussão: «Por mais que insista, o senhor deputado não tem a cassete adequada à resolução deste problema.»
Toca a despedir polícias
Anteontem foi a vez de o PP usar a figura da declaração política para atacar noutra frente governamental. Para isso, e glosando uma recente entrevista de Maximiano Rodrigues, disse Jorge Ferreira: «Enquanto o ministro da Administração Interna anda na canseira de visitar bairros, a prometer mais polícias, o seu inspector das polícias vem dizer que isso é desnecessário e que Portugal, afinal, o que tem é de despedir dois terços dos seus efectivos policiais.»
Vá dar um giro!
Jorge Ferreira ainda perguntou «Quem manda: o ministro ou o seu inspector?», antes de recordar ter Maximiano defendido que os polícias de giro andem desarmados. Isto dito, concluiu o deputado do Partido Popular: «Esta frase, de tão espantosa, só nos suscita um comentário: é que talvez se justifique, com entrevista tão desastrosa, mandar o inspector-geral dar um giro.»