... e Nigéria na Expo «embaraça» Jaime Gama

03-09-1999
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Desde que em 1993 ocorreu um golpe militar neste país africano, a UE começou a aplicar sanções, que inicialmente se cingiam às áreas militares. Em meados de 1995, com a execução de vários activistas dos direitos humanos do povo ogoni, entre os quais o escritor Ken Saro-Wiwa, foram também canceladas as ajudas ao desenvolvimento e recusados os vistos e visitas de Estado de autoridades militares e do Governo ditatorial. Estas interdições terão efeito, pelo menos, até ao próximo mês de Outubro.

Apesar disso, o Governo português - que formulou o primeiro convite em Maio de 1995, através de Cavaco Silva - reiterou o interesse na participação nigeriana em 1996, já com António Guterres. Para uma porta-voz da Expo, «apenas foram excluídos os países com sanções das Nações Unidas, bem como a Indonésia, por decisão do Governo», acrescentando que «não cabe à Expo ingerir-se nas questões políticas entre Estados».

Segundo uma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), «existem garantias de que não estará presente durante a Expo nenhuma das personalidades nigerianas alvo das sanções». Considerando que «o Estado português cumpriu com todos os aspectos formais das sanções subscritas», a mesma fonte sublinha que «Portugal mantém relações diplomáticas e comerciais com a Nigéria, sendo um disparate fazer um paralelismo com a Indonésia», apesar de ambos os países terem em comum a violação dos direitos humanos.

A Nigéria, para além de fornecer cerca de 30 por cento das importações nacionais de petróleo, está em negociações com Portugal com vista à venda de gás natural. Apesar de fonte do MNE afirmar que «os progressos na democratização e nos direitos humanos na Nigéria são poucos», nunca se efectivou qualquer embargo comercial.

Pedro A. Vieira

Desde que em 1993 ocorreu um golpe militar neste país africano, a UE começou a aplicar sanções, que inicialmente se cingiam às áreas militares. Em meados de 1995, com a execução de vários activistas dos direitos humanos do povo ogoni, entre os quais o escritor Ken Saro-Wiwa, foram também canceladas as ajudas ao desenvolvimento e recusados os vistos e visitas de Estado de autoridades militares e do Governo ditatorial. Estas interdições terão efeito, pelo menos, até ao próximo mês de Outubro.

Apesar disso, o Governo português - que formulou o primeiro convite em Maio de 1995, através de Cavaco Silva - reiterou o interesse na participação nigeriana em 1996, já com António Guterres. Para uma porta-voz da Expo, «apenas foram excluídos os países com sanções das Nações Unidas, bem como a Indonésia, por decisão do Governo», acrescentando que «não cabe à Expo ingerir-se nas questões políticas entre Estados».

Segundo uma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), «existem garantias de que não estará presente durante a Expo nenhuma das personalidades nigerianas alvo das sanções». Considerando que «o Estado português cumpriu com todos os aspectos formais das sanções subscritas», a mesma fonte sublinha que «Portugal mantém relações diplomáticas e comerciais com a Nigéria, sendo um disparate fazer um paralelismo com a Indonésia», apesar de ambos os países terem em comum a violação dos direitos humanos.

A Nigéria, para além de fornecer cerca de 30 por cento das importações nacionais de petróleo, está em negociações com Portugal com vista à venda de gás natural. Apesar de fonte do MNE afirmar que «os progressos na democratização e nos direitos humanos na Nigéria são poucos», nunca se efectivou qualquer embargo comercial.

Pedro A. Vieira

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