EXPRESSO

09-09-1999
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A guerra da Europa

ENQUANTO o PS e o PSD ultimam os manifestos eleitorais para o Parlamento Europeu, os dois respectivos cabeças-de-lista avançaram esta semana posições que, além de confirmarem muitas similitudes entre ambos, mostraram que, nem um nem outro foram feitos para se renderem ao discurso politicamente correcto. Mário Soares deu o «tiro de canhão» que sobressaltou a sensibilidade eleitoralista do PS ao apontar a criação de um imposto europeu como a saída para reforçar os recursos financeiros da União Europeia.

... e a batalha dos sete mais pequenos

PARA os debates televisivos são convidados apenas os «quatro grandes», mas a esta eleição para o Parlamento Europeu não concorrem apenas o PS, PSD, PP e CDU. Há mais sete partidos a apresentar candidaturas. A saber: Bloco de Esquerda, MPT, PCTP-MRPP, PDA, PPM, PSN e POUS. As razões para estarem na corrida à Europa são muitas. Das mais ambiciosas às mais modestas, passando pelas solidárias.

O fantasma da crise em 2001

ANTÓNIO Guterres está convencido de que o único verdadeiro objectivo de Durão Barroso para as próximas legislativas é evitar uma maioria absoluta do PS que permita ao PSD abrir uma crise e tentar apear os socialistas algures em 2001. E, nesse sentido, a direcção do partido decidiu reorientar o seu discurso para incutir no eleitorado a ideia de que um PS minoritário já não terá condições para garantir a estabilidade governativa do país.

João Soares debaixo de fogo

O ESTRONDO dos rebentamentos rasga abruptamente o silêncio da noite, com uma nitidez impressionante, apesar de os «rockets» lançados pelos aviões da NATO estarem a atingir os alvos já fora do perímetro urbano de Belgrado. As sirenes já tinham dado o alerta, mas não evitam o efeito-surpresa. Na esplanada do «kafe-restaurant» Dva Jelena, no Skadarlia, o bairro boémio da cidade, onde a municipalidade oferece o jantar de despedida a João Soares, calam-se todos. Milan Bozie, o intelectual do grupo, espera uns segundos e diz secamente, fitando o infinito, «lá estão eles outra vez». Sem deixar transparecer qualquer emoção.

Guterres fecha ciclo com exemplo prático

ANTÓNIO Guterres entrava no Teatro Rivoli, na quarta-feira, para encerrar o ciclo de conferências no âmbito das comemorações do 25 de Abril, quando uma manifestação de pescadores lhe interrompeu a passagem. Na sua intervenção, aproveitaria o exemplo prático para enaltecer os méritos da revolução: «No dia 24 de Abril de 74, a cena que viram lá fora não seria possível». Antes dele, outros cinco conferencistas tinham referido o papel central do 25 de Abril na configuração da actual sociedade portuguesa. Cunhal foi quem teve mais audiência, mas também Guterres, Freitas do Amaral, Pintasilgo, Soares e Balsemão conseguiram salas cheias. No final de cada sessão, a Câmara do Porto oferecia um jantar em que cada conferencista escolhia os seus próprios convidados para a mesa presidida por Fernando Gomes.

Fernando Gomes baralha sucessão

AO ESCOLHER Nuno Cardoso para «número dois» do seu executivo na Câmara do Porto, no início do terceiro mandato, Fernando Gomes confundiu quem julgava que o autarca tomaria aquela decisão a pensar na sua sucessão. O presidente optou por um técnico competente, mas sem instinto político, e que não foi sequer a primeira escolha. Agora, perante a possibilidade de Gomes ser convocado para o eventual Governo de Guterres depois das eleições de Outubro, o PS/Porto está perdido numa encruzilhada de opções para a candidatura socialista à Câmara do Porto, em 2001.

PAULO PORTAS e o futuro do CDS/PP

«Quem resistiu ao PREC resiste a tudo»

APESAR de repisar que serão os portugueses a dizer em que Parlamento irá ficar, se no nacional se no europeu, Paulo Portas está confiante nos resultados, quer das eleições europeias quer das legislativas. Quanto aos seus adversários, Mário Soares é o «campeão do federalismo» , Pacheco Pereira «um homem de esquerda», candidato de um PSD que «trocou uma aliança do centro e da direita por um nítido complexo de esquerda».

Milícias têm arsenal secreto

AS MILÍCIAS pró-integracionistas de Timor-Leste estão a criar secretamente um imenso depósito de armamento e munições, com o apoio do Exército indonésio, para preparar o ataque à guerrilha timorense. A denúncia foi feita ontem ao EXPRESSO pelo Conselho Nacional da Resistência Timorense (CNRT). 20.05.1999

ONU acusa militares indonésios de treinar milícias integracionistas

Veiga Simão enfrenta protestos nos quartéis

A FALTA ao almoço da quase totalidade dos dez mil sargentos dos três ramos das Forças Armadas, na passada quarta-feira, levou o ministro da Defesa a convocar a Associação Nacional de Sargentos (ANS) para uma reunião, na próxima terça-feira. Mas, na véspera do encontro, Veiga Simão será confrontado com um novo protesto dos sargentos da Força Aérea, que não parecem dispostos a dar tréguas ao poder político.

Neto despede-se com críticas ao PS

O DEPUTADO e empresário Henrique Neto, que anunciou esta semana ir deixar o Parlamento no final da legislatura, critica, em declarações ao EXPRESSO, o funcionamento do grupo parlamentar dos socialistas. «O PS tem um problema sério, só estuda as questões à última hora», diz.

A ausência notada do primeiro-ministro

AO CABO de três horas de debate surgiu, por fim, o primeiro pedido de esclarecimento: o deputado comunista João Amaral quis saber o que entendia o ministro da Defesa por «autonomia» do Estado português no seio da NATO, aproveitando antes para ironizar com o apoio de Veiga Simão à ideia de um «exército europeu» - ideia que, observou, «muito agrada a Mário Soares».

Os homossexuais e os «idiotas»

SÉRGIO Sousa Pinto não quis trocar a Assembleia da República pelo Parlamento Europeu sem fazer um derradeiro esforço em defesa das uniões de facto entre homossexuais, mas, mais uma vez, foi traído pelas conveniências politicamente correctas da sua bancada e acabou, num gesto de verdadeira ira, a autodenominar-se de «idiota».

A guerra da Europa

ENQUANTO o PS e o PSD ultimam os manifestos eleitorais para o Parlamento Europeu, os dois respectivos cabeças-de-lista avançaram esta semana posições que, além de confirmarem muitas similitudes entre ambos, mostraram que, nem um nem outro foram feitos para se renderem ao discurso politicamente correcto. Mário Soares deu o «tiro de canhão» que sobressaltou a sensibilidade eleitoralista do PS ao apontar a criação de um imposto europeu como a saída para reforçar os recursos financeiros da União Europeia.

... e a batalha dos sete mais pequenos

PARA os debates televisivos são convidados apenas os «quatro grandes», mas a esta eleição para o Parlamento Europeu não concorrem apenas o PS, PSD, PP e CDU. Há mais sete partidos a apresentar candidaturas. A saber: Bloco de Esquerda, MPT, PCTP-MRPP, PDA, PPM, PSN e POUS. As razões para estarem na corrida à Europa são muitas. Das mais ambiciosas às mais modestas, passando pelas solidárias.

O fantasma da crise em 2001

ANTÓNIO Guterres está convencido de que o único verdadeiro objectivo de Durão Barroso para as próximas legislativas é evitar uma maioria absoluta do PS que permita ao PSD abrir uma crise e tentar apear os socialistas algures em 2001. E, nesse sentido, a direcção do partido decidiu reorientar o seu discurso para incutir no eleitorado a ideia de que um PS minoritário já não terá condições para garantir a estabilidade governativa do país.

João Soares debaixo de fogo

O ESTRONDO dos rebentamentos rasga abruptamente o silêncio da noite, com uma nitidez impressionante, apesar de os «rockets» lançados pelos aviões da NATO estarem a atingir os alvos já fora do perímetro urbano de Belgrado. As sirenes já tinham dado o alerta, mas não evitam o efeito-surpresa. Na esplanada do «kafe-restaurant» Dva Jelena, no Skadarlia, o bairro boémio da cidade, onde a municipalidade oferece o jantar de despedida a João Soares, calam-se todos. Milan Bozie, o intelectual do grupo, espera uns segundos e diz secamente, fitando o infinito, «lá estão eles outra vez». Sem deixar transparecer qualquer emoção.

Guterres fecha ciclo com exemplo prático

ANTÓNIO Guterres entrava no Teatro Rivoli, na quarta-feira, para encerrar o ciclo de conferências no âmbito das comemorações do 25 de Abril, quando uma manifestação de pescadores lhe interrompeu a passagem. Na sua intervenção, aproveitaria o exemplo prático para enaltecer os méritos da revolução: «No dia 24 de Abril de 74, a cena que viram lá fora não seria possível». Antes dele, outros cinco conferencistas tinham referido o papel central do 25 de Abril na configuração da actual sociedade portuguesa. Cunhal foi quem teve mais audiência, mas também Guterres, Freitas do Amaral, Pintasilgo, Soares e Balsemão conseguiram salas cheias. No final de cada sessão, a Câmara do Porto oferecia um jantar em que cada conferencista escolhia os seus próprios convidados para a mesa presidida por Fernando Gomes.

Fernando Gomes baralha sucessão

AO ESCOLHER Nuno Cardoso para «número dois» do seu executivo na Câmara do Porto, no início do terceiro mandato, Fernando Gomes confundiu quem julgava que o autarca tomaria aquela decisão a pensar na sua sucessão. O presidente optou por um técnico competente, mas sem instinto político, e que não foi sequer a primeira escolha. Agora, perante a possibilidade de Gomes ser convocado para o eventual Governo de Guterres depois das eleições de Outubro, o PS/Porto está perdido numa encruzilhada de opções para a candidatura socialista à Câmara do Porto, em 2001.

PAULO PORTAS e o futuro do CDS/PP

«Quem resistiu ao PREC resiste a tudo»

APESAR de repisar que serão os portugueses a dizer em que Parlamento irá ficar, se no nacional se no europeu, Paulo Portas está confiante nos resultados, quer das eleições europeias quer das legislativas. Quanto aos seus adversários, Mário Soares é o «campeão do federalismo» , Pacheco Pereira «um homem de esquerda», candidato de um PSD que «trocou uma aliança do centro e da direita por um nítido complexo de esquerda».

Milícias têm arsenal secreto

AS MILÍCIAS pró-integracionistas de Timor-Leste estão a criar secretamente um imenso depósito de armamento e munições, com o apoio do Exército indonésio, para preparar o ataque à guerrilha timorense. A denúncia foi feita ontem ao EXPRESSO pelo Conselho Nacional da Resistência Timorense (CNRT). 20.05.1999

ONU acusa militares indonésios de treinar milícias integracionistas

Veiga Simão enfrenta protestos nos quartéis

A FALTA ao almoço da quase totalidade dos dez mil sargentos dos três ramos das Forças Armadas, na passada quarta-feira, levou o ministro da Defesa a convocar a Associação Nacional de Sargentos (ANS) para uma reunião, na próxima terça-feira. Mas, na véspera do encontro, Veiga Simão será confrontado com um novo protesto dos sargentos da Força Aérea, que não parecem dispostos a dar tréguas ao poder político.

Neto despede-se com críticas ao PS

O DEPUTADO e empresário Henrique Neto, que anunciou esta semana ir deixar o Parlamento no final da legislatura, critica, em declarações ao EXPRESSO, o funcionamento do grupo parlamentar dos socialistas. «O PS tem um problema sério, só estuda as questões à última hora», diz.

A ausência notada do primeiro-ministro

AO CABO de três horas de debate surgiu, por fim, o primeiro pedido de esclarecimento: o deputado comunista João Amaral quis saber o que entendia o ministro da Defesa por «autonomia» do Estado português no seio da NATO, aproveitando antes para ironizar com o apoio de Veiga Simão à ideia de um «exército europeu» - ideia que, observou, «muito agrada a Mário Soares».

Os homossexuais e os «idiotas»

SÉRGIO Sousa Pinto não quis trocar a Assembleia da República pelo Parlamento Europeu sem fazer um derradeiro esforço em defesa das uniões de facto entre homossexuais, mas, mais uma vez, foi traído pelas conveniências politicamente correctas da sua bancada e acabou, num gesto de verdadeira ira, a autodenominar-se de «idiota».

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