DN

04-02-1998
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Ganhou o município ao PS, para o PSD, nas últimas eleições autárquicas. Diz que suspendeu as funções de director pedagógico do Externato Cooperativo da Benedita para se dedicar à presidência da autarquia, a qual encontrou "num estado de calamidade, tanto em termos financeiros como organizacionais". Ainda desconhece "a situação real", mas, pelo que já avaliou, "vai ser preciso tempo - uns seis meses - para a reorganizar internamente". O grande desafio, porém, que a si próprio se impõe é a criação de uma universidade em Alcobaça. Nem as declarações recentes do ministro Pina Moura, na Marinha Grande, as quais davam como certo que não haveria, tão cedo, novas instituições de ensino superior em Leiria, esmorecem o seu optimismo: "Não há regras sem excepção", recorda, firme na convicção de que Alcobaça "será uma delas, para confirmar a regra", uma vez que a resposta do ministro "era mais para Leiria que para Alcobaça".

Neste caso, a excepção "terá que ser, claramente, o pagamento de uma dívida antiga". Desconhece, diz, "quais são, na sua totalidade, as dificuldades" que vai encontrar pelo caminho. Assegura, porém, que "vai lutar por este projecto, que já tinha em mente". Isto porque, "se é do abade de Alcobaça e dos monges de cister que parte a ideia de haver uma universidade em Portugal, então quer a cultura portuguesa quer a universidade têm uma dívida para com Alcobaça". "É histórico e por isso incontestável", reforça, "que foi o mosteiro que manteve os primeiros professores da universidade portuguesa e o seu abade quem a requereu ao Papa e encabeçou a petição dirigida ao rei." Não põe em causa a existência do ensino universitário nos outros concelhos em que já se instalou, mas declara que, "sendo Alcobaça o segundo concelho do distrito de Leiria, houve aqui uma distracção muito grande, ou do poder autárquico anterior, ou dos próprios governos, sejam do PSD ou do PS, que se esqueceram da legitimidade desta pretensão".

Instalações não faltam, na sua opinião, ao defender que "a universidade deveria funcionar na ala sul do mosteiro, após a saída do lar residencial". "Penso até", adianta, "que a biblioteca devia estar no mosteiro." Reivindica, entre outros cursos, "a criação de mestrados em estudos medievais", frisando não ir poupar-se a esforços para "envolver as universidades de Lisboa e de Coimbra". Para si, "tudo o que está à mão dos homens tem que ser feito e criar as condições políticas para que aconteçam; se não acontecerem, devemos ficar com a consciência tranquila de que tudo se fez".

Conta "pedir uma mãozinha a Mário Soares", com quem está ligado ao Movimento Europeu, para levar a bom porto a Fundação de Cister, cuja intenção de projecto apresentou, em 18 de Dezembro do ano passado, no Parlamento; "tudo em consonância com a política cultural do Governo e do ministério" que detenha a tutela dos monumentos nacionais, como o de Alcobaça. O documento "continha, de modo pouco explícito, referência à pretensão da universidade e de algum modo as duas instituições terão que funcionar de modo articulado".

A fundação, em seu entender, "é extremamente necessária", segundo o presidente da câmara, "para dar vida ao mosteiro, pô-lo a funcionar". O monumento "existe aqui, sem qualquer ligação à comunidade", afirma, em defesa da sua revitalização e do passado histórico, "quando foi responsável por grande parte da produção da nossa cultura". Reclama ainda "a sua reafirmação, uma vez que chegou a ser cabeça da Ordem de Cister". Por isso, vai "tentar, por todos os meios, tirar partido do congresso internacional" que ali vai decorrer no próximo mês de Junho. "Mal seria", reconhece, "se não aproveitássemos este acontecimento para promover a ideia da universidade e a fundação." Gonçalves Sapinho lamenta, no entanto, "o horizonte de quatro anos de mandato, que é muito curto". Diz: "É um erro muito grande uma eleição para quatro anos; já estou a sentir o tempo correr ao contrário."

Ganhou o município ao PS, para o PSD, nas últimas eleições autárquicas. Diz que suspendeu as funções de director pedagógico do Externato Cooperativo da Benedita para se dedicar à presidência da autarquia, a qual encontrou "num estado de calamidade, tanto em termos financeiros como organizacionais". Ainda desconhece "a situação real", mas, pelo que já avaliou, "vai ser preciso tempo - uns seis meses - para a reorganizar internamente". O grande desafio, porém, que a si próprio se impõe é a criação de uma universidade em Alcobaça. Nem as declarações recentes do ministro Pina Moura, na Marinha Grande, as quais davam como certo que não haveria, tão cedo, novas instituições de ensino superior em Leiria, esmorecem o seu optimismo: "Não há regras sem excepção", recorda, firme na convicção de que Alcobaça "será uma delas, para confirmar a regra", uma vez que a resposta do ministro "era mais para Leiria que para Alcobaça".

Neste caso, a excepção "terá que ser, claramente, o pagamento de uma dívida antiga". Desconhece, diz, "quais são, na sua totalidade, as dificuldades" que vai encontrar pelo caminho. Assegura, porém, que "vai lutar por este projecto, que já tinha em mente". Isto porque, "se é do abade de Alcobaça e dos monges de cister que parte a ideia de haver uma universidade em Portugal, então quer a cultura portuguesa quer a universidade têm uma dívida para com Alcobaça". "É histórico e por isso incontestável", reforça, "que foi o mosteiro que manteve os primeiros professores da universidade portuguesa e o seu abade quem a requereu ao Papa e encabeçou a petição dirigida ao rei." Não põe em causa a existência do ensino universitário nos outros concelhos em que já se instalou, mas declara que, "sendo Alcobaça o segundo concelho do distrito de Leiria, houve aqui uma distracção muito grande, ou do poder autárquico anterior, ou dos próprios governos, sejam do PSD ou do PS, que se esqueceram da legitimidade desta pretensão".

Instalações não faltam, na sua opinião, ao defender que "a universidade deveria funcionar na ala sul do mosteiro, após a saída do lar residencial". "Penso até", adianta, "que a biblioteca devia estar no mosteiro." Reivindica, entre outros cursos, "a criação de mestrados em estudos medievais", frisando não ir poupar-se a esforços para "envolver as universidades de Lisboa e de Coimbra". Para si, "tudo o que está à mão dos homens tem que ser feito e criar as condições políticas para que aconteçam; se não acontecerem, devemos ficar com a consciência tranquila de que tudo se fez".

Conta "pedir uma mãozinha a Mário Soares", com quem está ligado ao Movimento Europeu, para levar a bom porto a Fundação de Cister, cuja intenção de projecto apresentou, em 18 de Dezembro do ano passado, no Parlamento; "tudo em consonância com a política cultural do Governo e do ministério" que detenha a tutela dos monumentos nacionais, como o de Alcobaça. O documento "continha, de modo pouco explícito, referência à pretensão da universidade e de algum modo as duas instituições terão que funcionar de modo articulado".

A fundação, em seu entender, "é extremamente necessária", segundo o presidente da câmara, "para dar vida ao mosteiro, pô-lo a funcionar". O monumento "existe aqui, sem qualquer ligação à comunidade", afirma, em defesa da sua revitalização e do passado histórico, "quando foi responsável por grande parte da produção da nossa cultura". Reclama ainda "a sua reafirmação, uma vez que chegou a ser cabeça da Ordem de Cister". Por isso, vai "tentar, por todos os meios, tirar partido do congresso internacional" que ali vai decorrer no próximo mês de Junho. "Mal seria", reconhece, "se não aproveitássemos este acontecimento para promover a ideia da universidade e a fundação." Gonçalves Sapinho lamenta, no entanto, "o horizonte de quatro anos de mandato, que é muito curto". Diz: "É um erro muito grande uma eleição para quatro anos; já estou a sentir o tempo correr ao contrário."

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