EXPRESSO -

04-10-1999
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Competir por Lisboa

A CONFERÊNCIA internacional sobre o tema «Lisboa cidade competitiva», que decorreu esta semana na capital, acabou por ser o pretexto para um confronto político entre as duas principais candidaturas à presidência da Câmara Municipal de Lisboa (CML) nas próximas eleições autárquicas de Dezembro. Ferreira do Amaral acusou a iniciativa de propaganda eleitoral, mas João Soares (o actual presidente da CML) defendeu-se explicando que a conferência já estava a ser preparada desde o final do ano passado. Confesso que pouco me interessam os argumentos das duas candidaturas sobre o assunto, porque numa altura em que se ultima uma série de grandes projectos de infra-estruturas na maior cidade do país, é natural que se discuta o problema da sua competitividade no próximo século. E quanto mais conferências e debates sobre o assunto se realizarem, promovidas pelas mais diversas entidades - incluindo as diversas candidaturas às autárquicas de Dezembro -, tanto melhor. Há uma série de questões a que é preciso dar resposta à medida que vai sendo concluída a construção dessas infra-estruturas. Qual vai ser o papel de Lisboa no contexto ibérico e europeu no século XXI? Com que cidades europeias quer concorrer? O que vai ter de diferente ou de melhor para oferecer às pessoas, empresas, universidades, instituições culturais e científicas, e turistas? Que papel pretende desempenhar no desenvolvimento da Sociedade da Informação e na globalização dos mercados? É mais que óbvio que Lisboa nunca poderá concorrer com Londres, Paris ou Berlim, mas Madrid e Barcelona, para referir apenas as grandes concorrentes ibéricas, têm que estar na mira da cidade que pretende ser, para já, a «Capital Atlântica» da Europa, como afirmou ao EXPRESSO na semana passada o presidente do Ambelis (Agência para a Modernização de Lisboa), Leiria e Pinto. O objectivo é ainda demasiado vago, e para a maior cidade do país encontrar um identidade que a torne competitiva não bastam os pesados investimentos em infra-estruturas que estão neste momento em curso. Essa é a parte mais fácil de todo o processo. O mais difícil vai ser transformar Lisboa num grande pólo de inovação empresarial, tecnológica, científica e cultural.

Competir por Lisboa

A CONFERÊNCIA internacional sobre o tema «Lisboa cidade competitiva», que decorreu esta semana na capital, acabou por ser o pretexto para um confronto político entre as duas principais candidaturas à presidência da Câmara Municipal de Lisboa (CML) nas próximas eleições autárquicas de Dezembro. Ferreira do Amaral acusou a iniciativa de propaganda eleitoral, mas João Soares (o actual presidente da CML) defendeu-se explicando que a conferência já estava a ser preparada desde o final do ano passado. Confesso que pouco me interessam os argumentos das duas candidaturas sobre o assunto, porque numa altura em que se ultima uma série de grandes projectos de infra-estruturas na maior cidade do país, é natural que se discuta o problema da sua competitividade no próximo século. E quanto mais conferências e debates sobre o assunto se realizarem, promovidas pelas mais diversas entidades - incluindo as diversas candidaturas às autárquicas de Dezembro -, tanto melhor. Há uma série de questões a que é preciso dar resposta à medida que vai sendo concluída a construção dessas infra-estruturas. Qual vai ser o papel de Lisboa no contexto ibérico e europeu no século XXI? Com que cidades europeias quer concorrer? O que vai ter de diferente ou de melhor para oferecer às pessoas, empresas, universidades, instituições culturais e científicas, e turistas? Que papel pretende desempenhar no desenvolvimento da Sociedade da Informação e na globalização dos mercados? É mais que óbvio que Lisboa nunca poderá concorrer com Londres, Paris ou Berlim, mas Madrid e Barcelona, para referir apenas as grandes concorrentes ibéricas, têm que estar na mira da cidade que pretende ser, para já, a «Capital Atlântica» da Europa, como afirmou ao EXPRESSO na semana passada o presidente do Ambelis (Agência para a Modernização de Lisboa), Leiria e Pinto. O objectivo é ainda demasiado vago, e para a maior cidade do país encontrar um identidade que a torne competitiva não bastam os pesados investimentos em infra-estruturas que estão neste momento em curso. Essa é a parte mais fácil de todo o processo. O mais difícil vai ser transformar Lisboa num grande pólo de inovação empresarial, tecnológica, científica e cultural.

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