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27-08-1999
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Pavilhões

O mais adiantado é, sem dúvida, o Pavilhão dos Oceanos (o Oceanário), que estará totalmente operacional no dia 20 de Abril, tal como o Pavilhão do Futuro. O Oceanário foi, aliás, aquele cuja construção arrancou mais cedo devido às numerosas espécies animais e vegetais que possui e aos longos períodos de adaptação aos novos «habitats» de que estas necessitam. O mais atrasado é o Pavilhão da Realidade Virtual, cuja edificação começou mais tarde que os outros sete e que, por esse motivo, não vai ser incluído no ensaio geral da exposição internacional de Lisboa a realizar no próximo dia 9 de Maio. «Os atrasos registados neste pavilhão não são demasiado preocupantes, e as nossas previsões apontam para a sua conclusão, em termos de construção e de total instalação dos conteúdos, poucos dias antes da data de abertura da Expo (22 de Maio)», explicou Campos Rosado.

A chamada Exibição Náutica não é propriamente um pavilhão, mas dispõe de um edifício de apoio que estará concluído no próximo dia 24 de Abril. A exibição terá lugar em frente ao Teatro Camões e espera-se que no ensaio geral da Expo já estejam presentes pelo menos 24 embarcações. Sublinhe-se, entretanto, que o Pavilhão da Utopia é o mais difícil de montar em termos de conteúdos, devido à elevada complexidade dos quatro espectáculos diários que vai oferecer aos visitantes da exposição.

Virgílio Azevedo

Transportes

A LIGAÇÃO ferroviária entre a Gare do Oriente e a linha de Sintra será um dos acessos mais problemáticos. O entrave resulta dos trabalhos em curso na linha de cintura, destinados a permitir que em 1999 se faça o tráfego ferroviário na ponte 25 de Abril. Assim, o último comboio sairá da Gare do Oriente à 1hora e 8, duas horas antes de os portões encerrarem. No entanto, José Manuel Boavida, presidente da Comissão Coordenadora dos Transportes e Acessos, garante que autocarros da Carris levarão, para a estação de Benfica, os visitantes que se desloquem para a zona de Sintra.

O mesmo responsável garantiu que a radial da Pontinha e a variante à Estrada Nacional 10, bem como o troço Olival Basto-Sacavém abrirão ao trânsito no próprio dia da inauguração da Expo. O troço da CRIL estará transitável, mas não terá os acabamentos prontos.

No dia 9 de Maio, será feito o ensaio geral, que testará o sistema de acessos. Uma semana depois, a 15, começam a chegar os comboios da CP e as carruagens de Metro à Gare do Oriente. As estações de Metro fecharão, durante o período da Expo, às 2 horas. Só aos fins-de-semana haverá Metro até à hora de encerrar a exposição. A estação do Rossio só abre em Agosto, mas a ligação entre o Cais do Sodré e a Gare do Oriente não é prejudicada. Haverá ainda quatro carreiras expresso da Carris entre o Cais do Sodré, Odivelas, Damaia, Algés e a Gare do Oriente.

Telma Miguel

Contas

QUANDO falta um mês para o início da Expo-98, o PSD continua à espera da apresentação, na Assembleia da República, das contas da exposição relativas ao ano passado, bem como aos primeiros meses de 1998.

«Continuamos a estranhar a falta de apresentação» à Comissão de Acompanhamento da Expo-98 «das contas de 1997, do último relatório trimestral daquele ano e do relatório de 1998», afirma o deputado Fernando Pedro Moutinho, representante do PSD naquela comissão parlamentar.

Os sociais-democratas recordam um compromisso feito na Comissão de que, regularmente, seriam prestadas contas das despesas relativas aos trabalhos, bem como do seu andamento.

Este ano, a comissão ainda só reuniu por uma vez - no passado dia 4 de Março - tendo o PSD, na passada quarta-feira, apresentado um requerimento para que, com urgência, seja convocada uma nova reunião. O objectivo é fazer o ponto da situação quer «quanto ao recinto quer quanto às acessibilidades», explicou Pedro Moutinho.

Acessibilidades que constituem, neste momento, uma das principais preocupações dos sociais-democratas. Isto porque, segundo o deputado, há uma «carência de informação sobre os acessos», quando, pelo contrário, deveria ser prestada «mais informação sobre o andamento das obras anunciadas e que dão garantias de acessibilidade à exposição».

Mas, apesar das incógnitas, não duvida de que a exposição «vai ser uma realidade» e será «um momento importante para a vida do país, um momento de qualidade e de futuro».

Teresa Oliveira

Empresas

A ESCASSEZ de mão-de-obra está já a provocar uma inflação nos salários inicialmente propostos para os trabalhadores da Expo, que começaram por rondar os 130 contos mensais. De acordo com empresas de trabalho temporário que estão a fazer recrutamentos para os vários pavilhões, em determinadas funções, como por exemplo assistentes de pavilhão, já se atingiu a «fasquia» dos 180 contos, sendo mesmo de admitir que se possam ultrapassar valores de 200 contos.

Por outro lado, e dada a dificuldade em encontrar pessoas em número suficiente e com o perfil adequado a certas funções, uma das empresas de trabalho temporário a operar no evento - a multinacional Adecco - fez já deslocar um dos seus responsáveis a Espanha, às delegações que possui junto à fronteira portuguesa, para ali efectuar contratações. «Já entrevistei cerca de cem pessoas em Espanha, e admitimos mesmo a hipótese de colocar um 'spot' publicitário na TVE», revela João Carlos Costa, director de agência.

Esta foi uma das saídas encontradas por esta empresa para enfrentar as dificuldades de recrutamento. O problema é que muitos estudantes - população-alvo preferencial - só estão disponíveis depois da época de exames de Junho/Julho, mas nessa altura já a Expo está a decorrer.

A agravar ainda mais as dificuldades já sentidas, está o facto de a época de Verão também coincidir com o período de maior ocupação turística. Ou seja, é nesta altura que há mais necessidade de mão-de-obra temporária para trabalhar em hotéis e restaurantes.

Corre-se, pois, o risco de certos pavilhões chegarem ao dia da abertura da Expo-98 sem o número necessário de pessoas para o seu funcionamento.

Vítor Andrade

Espectáculos

O VERÃO quente da programação cultural da Expo-98 começa a 1 de Julho e prolonga-se até 31 de Agosto. Durante dois meses, o Festival Mergulho no Futuro apresenta as tendências mais recentes e radicais das artes do espectáculo. O Festival, formalmente apresentado na próxima terça-feira, 14, traz o já anunciado coreógrafo e encenador Jan Fabre, que apresenta um espectáculo teatral em duas partes, incluindo a mais recente criação, «Glowing Icons» - em torno dos grandes ícones de todos os tempos (18 e 19 de Julho, no CCB).

A Fabre juntam-se o coreógrafo Robert Lepage, que faz a estreia de um espectáculo dedicado a Frank Lloyd Wright (4, 5 e 6 de Agosto, no Teatro D.Maria II). Tal como Fabre, vêm da Flandres outros nomes grandes da coreografia europeia - Wim Wandekeybus e Alain Platel, por exemplo. Cabe a Platel a abertura do Festival - estreia absoluta do espectáculo de dança e teatro Bach (1, 2 e 3 de Julho). Arto Lindsay, outra presença marcante, actua com a sua banda no Espaço Abel Pereira da Fonseca, a 22 de Agosto. Além do grupo, vêm com Lindsay cerca de 15 músicos oriundos de Nova Iorque, Chicago e Londres para dedicarem ao público uma noite de música experimental (8 de Agosto). Antes, a 25 de Julho, o CCB apresenta um concerto pela London Sifonietta.

Além da forte presença nacional em termos de dança contemporânea, destacam-se, na música, a presença do Kronos Quartet e, no teatro, a encenação de uma peça de Eugene O'Neil pelo reputado Wooster Group. Mas até lá, toda a atenção vai para o Festival dos 100 Dias. Na Dança, Pina Bausch faz três apresentações de um espectáculo criado para a Expo (11,12 e 13 Maio, CCB); António Pinho Vargas estreia a ópera Os Dias Levantados a 25 de Abril, no São Carlos, duas de muitas propostas ainda para descobrir: faltam 40 espectáculos para o início da Expo-98, sem contar com o ciclo «Um Mar de Filmes», na Cinemateca.

António Henriques

Pavilhões

O mais adiantado é, sem dúvida, o Pavilhão dos Oceanos (o Oceanário), que estará totalmente operacional no dia 20 de Abril, tal como o Pavilhão do Futuro. O Oceanário foi, aliás, aquele cuja construção arrancou mais cedo devido às numerosas espécies animais e vegetais que possui e aos longos períodos de adaptação aos novos «habitats» de que estas necessitam. O mais atrasado é o Pavilhão da Realidade Virtual, cuja edificação começou mais tarde que os outros sete e que, por esse motivo, não vai ser incluído no ensaio geral da exposição internacional de Lisboa a realizar no próximo dia 9 de Maio. «Os atrasos registados neste pavilhão não são demasiado preocupantes, e as nossas previsões apontam para a sua conclusão, em termos de construção e de total instalação dos conteúdos, poucos dias antes da data de abertura da Expo (22 de Maio)», explicou Campos Rosado.

A chamada Exibição Náutica não é propriamente um pavilhão, mas dispõe de um edifício de apoio que estará concluído no próximo dia 24 de Abril. A exibição terá lugar em frente ao Teatro Camões e espera-se que no ensaio geral da Expo já estejam presentes pelo menos 24 embarcações. Sublinhe-se, entretanto, que o Pavilhão da Utopia é o mais difícil de montar em termos de conteúdos, devido à elevada complexidade dos quatro espectáculos diários que vai oferecer aos visitantes da exposição.

Virgílio Azevedo

Transportes

A LIGAÇÃO ferroviária entre a Gare do Oriente e a linha de Sintra será um dos acessos mais problemáticos. O entrave resulta dos trabalhos em curso na linha de cintura, destinados a permitir que em 1999 se faça o tráfego ferroviário na ponte 25 de Abril. Assim, o último comboio sairá da Gare do Oriente à 1hora e 8, duas horas antes de os portões encerrarem. No entanto, José Manuel Boavida, presidente da Comissão Coordenadora dos Transportes e Acessos, garante que autocarros da Carris levarão, para a estação de Benfica, os visitantes que se desloquem para a zona de Sintra.

O mesmo responsável garantiu que a radial da Pontinha e a variante à Estrada Nacional 10, bem como o troço Olival Basto-Sacavém abrirão ao trânsito no próprio dia da inauguração da Expo. O troço da CRIL estará transitável, mas não terá os acabamentos prontos.

No dia 9 de Maio, será feito o ensaio geral, que testará o sistema de acessos. Uma semana depois, a 15, começam a chegar os comboios da CP e as carruagens de Metro à Gare do Oriente. As estações de Metro fecharão, durante o período da Expo, às 2 horas. Só aos fins-de-semana haverá Metro até à hora de encerrar a exposição. A estação do Rossio só abre em Agosto, mas a ligação entre o Cais do Sodré e a Gare do Oriente não é prejudicada. Haverá ainda quatro carreiras expresso da Carris entre o Cais do Sodré, Odivelas, Damaia, Algés e a Gare do Oriente.

Telma Miguel

Contas

QUANDO falta um mês para o início da Expo-98, o PSD continua à espera da apresentação, na Assembleia da República, das contas da exposição relativas ao ano passado, bem como aos primeiros meses de 1998.

«Continuamos a estranhar a falta de apresentação» à Comissão de Acompanhamento da Expo-98 «das contas de 1997, do último relatório trimestral daquele ano e do relatório de 1998», afirma o deputado Fernando Pedro Moutinho, representante do PSD naquela comissão parlamentar.

Os sociais-democratas recordam um compromisso feito na Comissão de que, regularmente, seriam prestadas contas das despesas relativas aos trabalhos, bem como do seu andamento.

Este ano, a comissão ainda só reuniu por uma vez - no passado dia 4 de Março - tendo o PSD, na passada quarta-feira, apresentado um requerimento para que, com urgência, seja convocada uma nova reunião. O objectivo é fazer o ponto da situação quer «quanto ao recinto quer quanto às acessibilidades», explicou Pedro Moutinho.

Acessibilidades que constituem, neste momento, uma das principais preocupações dos sociais-democratas. Isto porque, segundo o deputado, há uma «carência de informação sobre os acessos», quando, pelo contrário, deveria ser prestada «mais informação sobre o andamento das obras anunciadas e que dão garantias de acessibilidade à exposição».

Mas, apesar das incógnitas, não duvida de que a exposição «vai ser uma realidade» e será «um momento importante para a vida do país, um momento de qualidade e de futuro».

Teresa Oliveira

Empresas

A ESCASSEZ de mão-de-obra está já a provocar uma inflação nos salários inicialmente propostos para os trabalhadores da Expo, que começaram por rondar os 130 contos mensais. De acordo com empresas de trabalho temporário que estão a fazer recrutamentos para os vários pavilhões, em determinadas funções, como por exemplo assistentes de pavilhão, já se atingiu a «fasquia» dos 180 contos, sendo mesmo de admitir que se possam ultrapassar valores de 200 contos.

Por outro lado, e dada a dificuldade em encontrar pessoas em número suficiente e com o perfil adequado a certas funções, uma das empresas de trabalho temporário a operar no evento - a multinacional Adecco - fez já deslocar um dos seus responsáveis a Espanha, às delegações que possui junto à fronteira portuguesa, para ali efectuar contratações. «Já entrevistei cerca de cem pessoas em Espanha, e admitimos mesmo a hipótese de colocar um 'spot' publicitário na TVE», revela João Carlos Costa, director de agência.

Esta foi uma das saídas encontradas por esta empresa para enfrentar as dificuldades de recrutamento. O problema é que muitos estudantes - população-alvo preferencial - só estão disponíveis depois da época de exames de Junho/Julho, mas nessa altura já a Expo está a decorrer.

A agravar ainda mais as dificuldades já sentidas, está o facto de a época de Verão também coincidir com o período de maior ocupação turística. Ou seja, é nesta altura que há mais necessidade de mão-de-obra temporária para trabalhar em hotéis e restaurantes.

Corre-se, pois, o risco de certos pavilhões chegarem ao dia da abertura da Expo-98 sem o número necessário de pessoas para o seu funcionamento.

Vítor Andrade

Espectáculos

O VERÃO quente da programação cultural da Expo-98 começa a 1 de Julho e prolonga-se até 31 de Agosto. Durante dois meses, o Festival Mergulho no Futuro apresenta as tendências mais recentes e radicais das artes do espectáculo. O Festival, formalmente apresentado na próxima terça-feira, 14, traz o já anunciado coreógrafo e encenador Jan Fabre, que apresenta um espectáculo teatral em duas partes, incluindo a mais recente criação, «Glowing Icons» - em torno dos grandes ícones de todos os tempos (18 e 19 de Julho, no CCB).

A Fabre juntam-se o coreógrafo Robert Lepage, que faz a estreia de um espectáculo dedicado a Frank Lloyd Wright (4, 5 e 6 de Agosto, no Teatro D.Maria II). Tal como Fabre, vêm da Flandres outros nomes grandes da coreografia europeia - Wim Wandekeybus e Alain Platel, por exemplo. Cabe a Platel a abertura do Festival - estreia absoluta do espectáculo de dança e teatro Bach (1, 2 e 3 de Julho). Arto Lindsay, outra presença marcante, actua com a sua banda no Espaço Abel Pereira da Fonseca, a 22 de Agosto. Além do grupo, vêm com Lindsay cerca de 15 músicos oriundos de Nova Iorque, Chicago e Londres para dedicarem ao público uma noite de música experimental (8 de Agosto). Antes, a 25 de Julho, o CCB apresenta um concerto pela London Sifonietta.

Além da forte presença nacional em termos de dança contemporânea, destacam-se, na música, a presença do Kronos Quartet e, no teatro, a encenação de uma peça de Eugene O'Neil pelo reputado Wooster Group. Mas até lá, toda a atenção vai para o Festival dos 100 Dias. Na Dança, Pina Bausch faz três apresentações de um espectáculo criado para a Expo (11,12 e 13 Maio, CCB); António Pinho Vargas estreia a ópera Os Dias Levantados a 25 de Abril, no São Carlos, duas de muitas propostas ainda para descobrir: faltam 40 espectáculos para o início da Expo-98, sem contar com o ciclo «Um Mar de Filmes», na Cinemateca.

António Henriques

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