JORNAL PUBLICO: Arons de Cavalho e Carlos Lopes avançam

08-10-1999
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22/07/95

Novos cabeças de lista em Braga e por Fora da Europa

Arons de Cavalho e Carlos Lopes avançam

Arons de Carvalho e Carlos Lopes são as novas escolhas do PS para encabeçar, respectivamente, as listas pelos círculos de Braga e de Fora da Europa. A decisão foi tomada ontem, durante uma reunião informal do núcleo mais restrito da direcção do partido, na qual esteve presente António Guterres.

Esta opção resulta da indisponibilidade manifestada pelo secretário-geral da UGT, João Proença, e por Henrique Coelho para se manterem à frente das listas de candidatos a deputados por aqueles círculos, devido à acusação da prática de crimes de fraude na obtenção de subsídios comunitários, formulada pelo Ministério Público na sequência das investigações sobre os dinheiros da UGT.

João Proença, que manifestou desde logo a intenção de abandonar o cargo que lhe estava reservado na lista por Braga, justificou-se em carta dizendo querer preservar o PS deste processo, com o qual o partido nada tem a ver. António Guterres, que afirmou "respeitar" aquela decisão, solidarizou-se com os seus companheiros, tendo afirmado a "profunda convicção da total inocência de ambos".

A situação perante a qual o PS se viu colocado não deixou de ser pesada durante a elaboração das listas de deputados, muito concretamente quanto à colocação de João Proença à frente do círculo de Braga. Apesar de ter sido admitida no interior do partido que a decisão do Ministério Público sobre este caso - já há muito em investigação - poderia registar-se precisamente no período até às eleições legislativas de Outubro, era considerada remota a hipótese de Proença poder vir a ser acusado. Daí ter sido corrido o risco.

A escolha de Arons de Carvalho foi considerada como "natural" por se tratar de um deputado que há oito anos é candidato pelo círculo de Braga, tendo ocupado nas anteriores eleições de 1991 o segundo lugar da lista. Por outro lado, o facto de ser membro do secretariado e da comissão permanente, para além de ser um dos fundadores do PS, foram factores que concorreram para decisão de o indicar para substituir João Proença. O nome de Elisa Damião, também deputada por Braga, foi ainda uma das hipóteses admitidas, mas, apesar de não ter sido acusada no processo contra a UGT, teve contra a si a desvantagem de fazer parte do secretariado da organização, pretendendo agora o PS esbater o seu relacionamento com aquela central sindical, de forma a não ser directamente afectado pelo que possa suceder.

A escolha do ex-maratonista Carlos Lopes para candidato pelo círculo de Fora da Europa não constitui propriamente uma surpresa, pois trata-se de uma decisão que apenas não foi concretizada antes por não ter sido possível fazer o convite ao desportista em tempo útil. Carlos Lopes chegou a ser admitido para aquele lugar ainda durante o dia em que a Comissão Política se reuniu para aprovar as listas.

Esta escolha corresponde à vontade de o PS de apostar num círculo pelo qual nunca elegeu um único deputado e em que nas anteriores eleições sempre abdicou de indicar um nome forte. Agora que consideram ter uma boa aposta, os socialistas vão investir mais do que é habitual na campanha, e Carlos Lopes vai entrar numa roda-viva de contactos com as diversas comunidades emigrantes, com particular ênfase na radicada na África do Sul.

Jerónimo Pimentel e Ana Sá Lopes

22/07/95

Novos cabeças de lista em Braga e por Fora da Europa

Arons de Cavalho e Carlos Lopes avançam

Arons de Carvalho e Carlos Lopes são as novas escolhas do PS para encabeçar, respectivamente, as listas pelos círculos de Braga e de Fora da Europa. A decisão foi tomada ontem, durante uma reunião informal do núcleo mais restrito da direcção do partido, na qual esteve presente António Guterres.

Esta opção resulta da indisponibilidade manifestada pelo secretário-geral da UGT, João Proença, e por Henrique Coelho para se manterem à frente das listas de candidatos a deputados por aqueles círculos, devido à acusação da prática de crimes de fraude na obtenção de subsídios comunitários, formulada pelo Ministério Público na sequência das investigações sobre os dinheiros da UGT.

João Proença, que manifestou desde logo a intenção de abandonar o cargo que lhe estava reservado na lista por Braga, justificou-se em carta dizendo querer preservar o PS deste processo, com o qual o partido nada tem a ver. António Guterres, que afirmou "respeitar" aquela decisão, solidarizou-se com os seus companheiros, tendo afirmado a "profunda convicção da total inocência de ambos".

A situação perante a qual o PS se viu colocado não deixou de ser pesada durante a elaboração das listas de deputados, muito concretamente quanto à colocação de João Proença à frente do círculo de Braga. Apesar de ter sido admitida no interior do partido que a decisão do Ministério Público sobre este caso - já há muito em investigação - poderia registar-se precisamente no período até às eleições legislativas de Outubro, era considerada remota a hipótese de Proença poder vir a ser acusado. Daí ter sido corrido o risco.

A escolha de Arons de Carvalho foi considerada como "natural" por se tratar de um deputado que há oito anos é candidato pelo círculo de Braga, tendo ocupado nas anteriores eleições de 1991 o segundo lugar da lista. Por outro lado, o facto de ser membro do secretariado e da comissão permanente, para além de ser um dos fundadores do PS, foram factores que concorreram para decisão de o indicar para substituir João Proença. O nome de Elisa Damião, também deputada por Braga, foi ainda uma das hipóteses admitidas, mas, apesar de não ter sido acusada no processo contra a UGT, teve contra a si a desvantagem de fazer parte do secretariado da organização, pretendendo agora o PS esbater o seu relacionamento com aquela central sindical, de forma a não ser directamente afectado pelo que possa suceder.

A escolha do ex-maratonista Carlos Lopes para candidato pelo círculo de Fora da Europa não constitui propriamente uma surpresa, pois trata-se de uma decisão que apenas não foi concretizada antes por não ter sido possível fazer o convite ao desportista em tempo útil. Carlos Lopes chegou a ser admitido para aquele lugar ainda durante o dia em que a Comissão Política se reuniu para aprovar as listas.

Esta escolha corresponde à vontade de o PS de apostar num círculo pelo qual nunca elegeu um único deputado e em que nas anteriores eleições sempre abdicou de indicar um nome forte. Agora que consideram ter uma boa aposta, os socialistas vão investir mais do que é habitual na campanha, e Carlos Lopes vai entrar numa roda-viva de contactos com as diversas comunidades emigrantes, com particular ênfase na radicada na África do Sul.

Jerónimo Pimentel e Ana Sá Lopes

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