Irmãos Pinto não pagam portagens

02-09-1999
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Questionados pelo EXPRESSO sobre as declarações de Jaime Pinto ao «Diário Económico» (de 26/03/99), segundo as quais, desde o bloqueio, nunca mais tinha pago portagem, os responsáveis da empresa não quiseram «personalizar» a questão mas, respondendo através de uma declaração escrita, afirmam que «para resolver os casos mais persistentes», os casos de infracção «são levados a tribunal». O EXPRESSO apurou que é este o caso de Jaime Pinto.

O camionista, actualmente a trabalhar em Espanha, onde tem uma frota de 11 camiões, mantém a sua atitude. «Eu disse que nunca mais pagava aquela portagem e, como sou um homem de palavra, não pago mesmo», afirma. Pinto não acredita que a Lusoponte lhe tenha instaurado qualquer processo pelas infracções cometidas. «Eles são mentirosos se dizem isso», riposta peremptoriamente, acrescentando em tom de desafio: «Estranho muito que o processo esteja em tribunal, pois, por muito lenta que seja a Justiça, nos quase cinco anos que se passaram desde que comecei a passar na Via Verde sem pagar, já devia ter sido notificado. O que nunca aconteceu».

Na citada entrevista, Jaime Pinto alegava ter feito um «acordo» com o Governo, designadamente com Guilhermino Rodrigues, secretário de Estado dos Transportes, e com Crisóstomo Teixeira, ex-secretário de Estado das Obras Públicas. A descrição que Jaime Pinto faz da forma como se terá processado esse acordo é elucidativa: «Até ao fim da minha vida é impensável eu pagar mais um tostão para aquela ponte», terá dito aos dois governantes. Segundo o relato de Jaime Pinto, Guilhermino «encolheu os ombros» e, voltando-se para Crisóstomo Teixeira, terá perguntado: «O que é que fazemos?»

Segundo Jaime Pinto, Crisóstomo respondeu: «Olha, faz o que tens feito, manda para o caixote. Mas vocês (para Jaime Pinto) não façam muito barulho». Pinto retorquiu: «Faço o barulho que tenho a fazer. (...) Amanhem-se, que o problema é vosso. Haja sanções ou não, eu não pago aquela ponte» . E advertiu: «No dia em que me vir apertado, então vamos fazer estragos a sério».

Guilhermino Rodrigues desmente «categoricamente qualquer tipo de acordo» com Jaime Pinto. «Não faço ideia se pagam ou não pagam. Isso é com o concessionário», acrescenta.

VALENTINA MARCELINO

Questionados pelo EXPRESSO sobre as declarações de Jaime Pinto ao «Diário Económico» (de 26/03/99), segundo as quais, desde o bloqueio, nunca mais tinha pago portagem, os responsáveis da empresa não quiseram «personalizar» a questão mas, respondendo através de uma declaração escrita, afirmam que «para resolver os casos mais persistentes», os casos de infracção «são levados a tribunal». O EXPRESSO apurou que é este o caso de Jaime Pinto.

O camionista, actualmente a trabalhar em Espanha, onde tem uma frota de 11 camiões, mantém a sua atitude. «Eu disse que nunca mais pagava aquela portagem e, como sou um homem de palavra, não pago mesmo», afirma. Pinto não acredita que a Lusoponte lhe tenha instaurado qualquer processo pelas infracções cometidas. «Eles são mentirosos se dizem isso», riposta peremptoriamente, acrescentando em tom de desafio: «Estranho muito que o processo esteja em tribunal, pois, por muito lenta que seja a Justiça, nos quase cinco anos que se passaram desde que comecei a passar na Via Verde sem pagar, já devia ter sido notificado. O que nunca aconteceu».

Na citada entrevista, Jaime Pinto alegava ter feito um «acordo» com o Governo, designadamente com Guilhermino Rodrigues, secretário de Estado dos Transportes, e com Crisóstomo Teixeira, ex-secretário de Estado das Obras Públicas. A descrição que Jaime Pinto faz da forma como se terá processado esse acordo é elucidativa: «Até ao fim da minha vida é impensável eu pagar mais um tostão para aquela ponte», terá dito aos dois governantes. Segundo o relato de Jaime Pinto, Guilhermino «encolheu os ombros» e, voltando-se para Crisóstomo Teixeira, terá perguntado: «O que é que fazemos?»

Segundo Jaime Pinto, Crisóstomo respondeu: «Olha, faz o que tens feito, manda para o caixote. Mas vocês (para Jaime Pinto) não façam muito barulho». Pinto retorquiu: «Faço o barulho que tenho a fazer. (...) Amanhem-se, que o problema é vosso. Haja sanções ou não, eu não pago aquela ponte» . E advertiu: «No dia em que me vir apertado, então vamos fazer estragos a sério».

Guilhermino Rodrigues desmente «categoricamente qualquer tipo de acordo» com Jaime Pinto. «Não faço ideia se pagam ou não pagam. Isso é com o concessionário», acrescenta.

VALENTINA MARCELINO

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